tag:blogger.com,1999:blog-4586793594679673822024-03-18T00:00:07.762-03:00Mãe Bipolar, filha JacaréMostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.comBlogger662125tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-53089399196413597682024-03-16T12:30:00.001-03:002024-03-16T12:36:58.583-03:00Sobre adoecer e se curar <p> Depois da minha separação em fevereiro de 2022 eu entrei em uma depressão profunda.</p><p>Vivi um processo de luto intenso e duro, sofri demais pela decisão que tomei mesmo não me arrependendo dela. </p><p>Saber que a relação tinha alcançado o limite de onde poderíamos ir juntos não fez a dor ser menor e nem o processo de deixar pra trás todos os sonhos que sonhamos juntos menos triste e difícil.</p><p>E eu passei 2022 praticamente inteiro sem conseguir cuidar da minha alimentação e por consequência a da Rebeca. </p><p>Rebeca que viveu todo esse luto também, em silêncio, lutando sozinha com o trauma e o medo de ficar sozinha, de ser deixadas pra trás e ser negligenciada.</p><p>E nós duas nos afogados na comida e principalmente nas massas e no fast food.</p><p>Ganhamos muito peso, e como consequência problemas de saúde. Colesterol alto foi o mínimo.</p><p>Eu vivi 2022 comendo miojo com salsicha e queijo ralado. Essa era a minha alimentação básica.</p><p>Rebeca comia macarrão com molho e queijo ralado, sanduíches, muitos doces.</p><p>A depressão era real para nós duas. </p><p>Em 2023 queríamos nos cuidar, mas algo aconteceu. </p><p>Eu comecei a ter problemas para comer. Eu comia cada vez menos, não conseguia engolir. Me sentia muito fraca, não conseguia carregar pesos ou subir um único degrau de escada sem ajuda. Minha força simplesmente havia me abandonado. </p><p>Eu perdia peso muito rápido. Não tinha energia pra ficar acordada. </p><p>Eu tive muito medo. E comecei a ir em médicos, um atrás do outro, para entender o que estava acontecendo comigo.</p><p>Foi só em Julho do ano passado que fiz um exame que mostrou que eu estava com um problema grave de gordura no fígado e uma fibrose hepatica moderada.</p><p>E a única coisa que eu podia fazer era mudar totalmente minha dieta, adotando hábitos saudáveis, e fazer exercícios físicos, de forma que eu perdesse peso sim, mas muito mais devagar e de forma controlada e saudável. Eu não podia tomar remédios para ajudar. Era eu comigo mesma.</p><p>Eu estava doente, desnutrida, a perda de peso repentina tinha queimado minha massa muscular e não a gordura apenas. Eu precisava agir pra recuperar isso.</p><p>E foi o que eu fiz.</p><p>Eu mudei a alimentação em casa, aumentando o consumo de frutas, legumes, verduras, proteínas e cereais. (Entenda por arroz, feijão, carne, legumes e saladas), cortar os doces pra uns 20% do que era antes, passar a beber água, muita água, quase nada de refrigerante, e fazer exercícios de 3 a 5 vezes por semana.</p><p>Não foi fácil, até porque eu tinha dificuldade para comer nas quantidades adequadas. Entenda, eu não comia demais, eu comia de menos. Era difícil terminar uma refeição inteira, mesmo ela sendo medida na balança como a nutricionista tinha indicado.</p><p>Mas eu encontrei prazer em cuidar de mim. Ir a academia me dava energia e fazia eu me sentir bem. Ver minhas forças voltando mes a mês me motivava.</p><p>Rebeca foi vendo esse processo e do lado dela ela lutava sua batalha pessoal contra a depressão e o transtorno de ansiedade. Mas ela via meus resultados e começava a querer isso pra ela também.</p><p>De Julho pra cá eu mudei meus hábitos. E ontem eu recebi o resultado do exame de acompanhamento dessa doença e tive a melhor notícia que poderia ter:</p><p>A de que estou curada. </p><p>Não tenho mais fibrose ou gordura no fígado. Todos os indicadores voltaram a normalidade. Eu estou mais saudável do que fui nos últimos 15 anos.</p><p>E valeu a pena.</p><p>Eu estou tão feliz e tão aliviada!</p><p>Depois de tudo que passei e do medo que senti e ver que meu esforço deu resultado... </p><p>Eu fico feliz toda vez que consigo subir uma escada. </p><p>Eu olho pra esse resultado e penso "Uau! Olha o que eu conseguir, onde eu cheguei! E se eu continuar fazendo o que estou fazendo agora? Onde mais eu consigo chegar? Até onde eu consigo ir?"</p><p>Me sinto pronta pra mais um desafio e pra ir além.</p><p>Esse ano as coisas começaram diferentes pra mim. Estou com 2 trabalho free-lance em andamento, estou trabalhando nos meus projetos pessoais, estou fazendo faculdade e cursos livres, estou me cuidando e cuidando da Beca.</p><p>É como se a vida tivesse começado a entrar nos eixos. </p><p>E eu estou feliz.</p><p>Hoje eu estou muito feliz.</p><p>Cuidem-se. Saúde não tem preço, seja mental ou física. Cuidem-se. Vale a pena.</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-57228796381668764042024-02-02T20:44:00.003-03:002024-02-02T20:44:59.766-03:00Sobre começar 2024Desculpem o sumiço. Sim, eu sei, foram meses. Mas tive bons motivos.<div>A verdade é que passei 2023 doente e correndo atrás de recuperar minha saúde. Fisicamente mesmo. Um problema no fígado que me fez emagrecer involuntariamente mais dee 35 quilos.</div><div><br /></div><div>Mas, hoje, não é sobre isso que eu quero falar.</div><div><br /></div><div>Quero falar de começos.</div><div><br /></div><div>Tirei Dezembro e Janeiro de férias de verdade. Aproveitei para viajar com minha irmã, passar tempo com família e amigos, descansar, comer besteira. Acompanhei a temporada de NFL na TV, sai com a Beca várias vezes, assisti filmes na TV e fui ao cinema.</div><div><br /></div><div>Chegamos em Fevereiro e meu ano oficialmente começou. As aulas da pequena voltaram, eu comecei um freela que minha irmã conseguiu pra mim, os projetos estão fumegando na minha cabeça, a faculdade que decidi fazer esta para começar logo depois do Carnaval, e as inscrições de eventos e concursos está a toda obra.</div><div><br /></div><div>Quero falar que decidi fazer faculdade esse ano. Vou fazer Produção Audiovisual e tirar meus DRTs, me profissionalizar pra poder bancar a empresa que abri ano passado.</div><div><br /></div><div>E comecei um freela e estou procurando outros, porque não dá pra viver de sonhos e enquanto os sonhos não bancam as contas corremos atrás do capitalismo mesmo.</div><div><br /></div><div>A Beca está melhor daa depressão. Ano passado foi muito difícil pra ela, perigos de repetir de ano, crises e mais crises de pânico na escola. Mas com acompanhamento de terapeuta e médico, medicação ajustada, ela começou o ano melhor.</div><div>Voltou a fazer aulas de dança e vai fazer um curso de teatro fora da escola. Esta feliz.</div><div><br /></div><div>Eu quero colocar a vida pra frente.</div><div>Ano passado foi tempo de cuidar, de aprender finalmente a comer de forma saudável e encontrar prazer nisso. De descobrir que gosto de ir na academia. E que poder subir um lance de escadas é importante.</div><div><br /></div><div>Eu estou melhor e me sinto finalmente preparada a colocar minhas ideias em andamento. Manter e financiar o canal do OEMM mas também tantos outros.</div><div><br /></div><div>Tem tanta coisa que eu quero fazer....</div><div><br /></div><div>Meu momento é de planejar e organizar para saber priorizar cada coisa e colocar tudo pra frente, mas uma coisa de cada vez.</div><div><br /></div><div>Começamos aqui.</div><div><br /></div><div>E você? O que vai fazer esse ano?</div>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-91910315840265854292023-07-28T20:14:00.002-03:002023-07-28T20:14:24.184-03:00Sobre saudade e sentimentos confusos<p> Faz 1 ano e meio que eu e meu ex-marido nós separamos.</p><p>Nós nós damos bem e convivemos bastante ainda. Semana passada fomos ao cinema 2 vezes juntos, uma com nossa filha assistir Barbie e outra com um amigo assistir Oppenheimer.</p><p>Ele me ajuda bastante indo comigo em médicos e exames, meus ou da Beca. Ele e a Beca tem seus próprios programas de pai e filha, e eu e ele ainda trabalhamos juntos no projeto OEMM.</p><p>Mas não é sobre isso. Ou talvez seja também.</p><p>Faz um ano e meio e eu muitas vezes ainda me pego chorando com a dor da perda. Porque eu perdi muita coisa.</p><p>Faz um ano e meio e eu sinto muita saudade de ter ele comigo todos os dias, de ter ele comigo para conversar e dividir as coisas e a vida.</p><p>Faz um ano e meio e quando esse sentimento vem junto com ele vem as lembranças de como estávamos nos tratando nos últimos tempos.</p><p>E das vezes que ele foi cruel falando comigo, ou mentiu pra mim e eu relevei porque "enquanto a gente quiser a mesma coisa podemos suportar tudo".</p><p><br /></p><p>E me dói ver que eu quebrei.</p><p>E que dar um fim ao casamento eu quebrei ele de vez.</p><p>Mas que nem assim eu acredito que as coisas mudaram. </p><p>Porque eu entendo que eu mudei e uma coisa que eu mudei foi de não conseguir mais lidar com um passado que me machucou tanto quanto me trouxe alegria.</p><p>E que no fim, por mais que eu ame ele até hoje e sinta falta da nossa família, eu não consigo ver a gente voltando ao que era.</p><p>Porque eu não quero voltar ao que foi. Eu quero seguir em frente.</p><p>Mas as vezes é duro sofrer essa dor que não passa sozinha. Porque a maioria das pessoas não entende o que é terminar um casamento de 23 anos. </p><p>O que é quebrar uma família.</p><p>Hoje está doendo.</p><p>Amanhã é outro dia.</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-88515026040839811202023-07-21T21:51:00.002-03:002023-07-21T21:51:49.568-03:00Sobre dormir sozinha, ou nem tanto <p> Meu cachorro, Chewbaca, e minha gata, Delírio, dormem na cama comigo. Chewie e Del são meus companheiros toda noite quando decido ir dormir. Deitam geralmente cada um de um lado das minhas pernas me impedindo de me mexer, bem grudados nessas noites frias de SP.</p><p>Eu cresci até minha adolescência em uma casa em que os cães ficavam do lado de fora, no quintal. Apenas os gatos podiam ir e vir pela casa. Até porque, quem consegue impedir um gato determinado não é mesmo?</p><p>Aí quando eu já tinha uns 15 anos minha mãe ganhou uma cachorrinha, e eventualmente essa cachorrinha teve filhotes, e essa dupla já tinha mais privilégios do que meus cachorros anteriores: elas podiam entrar na sala da TV e dormir nos sofás.</p><p>O resto da casa continuava do gato.</p><p>O fato é que essa era minha referência. E por anos eu quis ter um cachorro que fizesse parte da família, que tivesse acesso aos ambientes, que participasse. Então quando o Chewie chegou ele rapidamente teve direito a casa toda.</p><p>Mas não a minha cama.</p><p>Essa foi a mudança mais recente e que eu mesma tinha dificuldade de aceitar.</p><p>Ele só ganhou direito de subir na minha cama quando a gata chegou. Ter a Del dormindo na minha cama claramente deu a ele o recado que isso era permitido. Bem no estilo "se ela pode eu também posso".</p><p>E aí vem o click.</p><p>Nós adotamos a Del logo depois da minha separação. Foi uma forma de ajudar minha filha a lidar com a situação. E no fundo me ajudar também...</p><p>E quando os dois, Chewie e Del começaram a dormir comigo isso me ajudou muito. Eu que estava sentindo muita dor em dormir sozinha passei a ter a companhia e o carinho de dois bichinhos que estavam ali pra me apoiar.</p><p>E isso me ajuda até hoje.</p><p>Faz com que eu me sinta menos sozinha, me traz conforto e segurança. E é uma forma de eu também direcionar um pouco do meu afeto.</p><p>No final sinto que a "eu" do passado estava certa sobre ter um cãozinho que pudesse compartilhar da casa. E uma gata.</p><p>Eles me completam em um momento que ainda estou me esforçando pra recolher os pedaços.</p><p>Mas essa parte já fica pra outro dia...</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-22210173479782098512023-07-13T21:03:00.002-03:002023-07-13T21:03:18.611-03:00De tudo um pouco <p> Estamos em Julho e são férias escolares. Quem tem filhos em idade escolar, seja qual idade for essa, sabe o desafio que é entreter um ser que quer fazer tudo ao mesmo tempo agora. E mais ainda se você é uma só, se me entendem bem.</p><p>Viajar seria um sonho. Fugir um pouco da mesmice das 4 paredes do nosso apartamento pra algum lugar diferente, mesmo que por poucos dias... Ah, como eu queria! </p><p>Mas na atual conjuntura isso não é possível. Muito porque estou pagando uma viagem a trabalho que vou fazer no fim do ano e todo o nosso esforço financeiro extra está indo pra isso.</p><p>Outra porque quando pensamos em viajar pensamos muitas vezes em pra onde ir e onde ficar, mas existem todos aqueles outros detalhes que transformam um pequeno investimento em um passeio de luxo: como ir e como voltar? Como se locomover por lá? O que comer? Fazer compras? Comer fora? E a reserva de algo der errado e alguém passar mal?</p><p>Deixamos o sonho da viagem para outro momento então. Vamos nos virar por aqui.</p><p>Rebeca quer ver os amigos, fazer festa, ir ao shopping gastar o pouco que tem.</p><p>Numa dessas levei ela para, aos 13 anos, furar as orelhas por decisão dela. E agora tenho uma feliz adolescente de orelhas furadas já sonhando em colocar um piercing.</p><p>Não tem jeito, com eles é tudo pra agora. E lá vai a mãe dizer aquele não e pedir paciência. "Talvez no ano que vem!".</p><p>Não sou contra, me entendam bem! Mas acho que é importante ir conquistando as coisas aos poucos. Tudo que vem muito fácil corre o risco de ser esquecido tão rápido quanto.</p><p>Quero levar ela pra passear, ir ao cinema, jantar fora, conhecer algo novo. O que for possível.</p><p>Mas eu ainda estou muito limitada. E não apenas financeiramente. Continuo doente. Em tratamento, mas seguimos sem diagnóstico fechado. O esforço tem sido me alimentar o suficiente pra ter energia e fazer exercícios para recuperar a força muscular. Isso com uma alimentação saudável e complementos vitamínicos pra não me perder de novo.</p><p>Conto com o pai dela pra me ajudar, seja pra ir ao médico seja pra sair com ela e eu ter um tempo pra mim.</p><p>O trabalho? Segue em frente. Devagar, com certeza, mas não parado. Cada dia um esforço pra não passar em branco.</p><p>E é isso. Julho. E continuo aqui.</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-13210916278778694682023-03-29T20:37:00.001-03:002023-03-29T20:37:18.475-03:00Se ainda tem gente aqui... Eis que vivo e estou bem.Faz 8 meses mais ou menos do último post nesse blog. Sim, muitos pensariam que ele estava extinto... Mas não! Resisto! Resisto as mudanças, as dores e ao tempo. Prefiro, mantenho, continuo essa jornada literária, por que não, e insisto em continuar aqui, escrevendo.<div><br /></div><div>Se alguém lê? Aí já são tantas outras...</div><div><br /></div><div>Esse período de oito meses foi necessário. Nele eu estive no mais fundo do poço que estive em 30 anos e desse lugar eu subi, degrau por degrau, para fora.</div><div><br /></div><div><br /></div><div>Respiro ares mais doces, altos e vivos. Sim, eu vivo.</div><div><br /></div><div>A dor ainda me acompanha e ela é diária. Não há dia que eu não lembre do que deixei para trás e não sinta dor.</div><div><br /></div><div>Saudade.</div><div><br /></div><div>Amor.</div><div><br /></div><div>Mas já encontro em mim novamente um pouco daquela força que me motivou a mudar.</div><div><br /></div><div>Encontro um pouco mais de mim.</div><div><br /></div><div>E sigo em frente.</div><div><br /></div><div>No momento brigo com uma doença silenciosa e sem explicação que me acomete desde novembro e que me faz ter dificuldade para me alimentar, causa fraqueza muscular e fadiga extrema. Existiu uma desnutrição, um problema hormonal, e uma suspeita de cirurgia de emergência devido a uma rara torção no intestino. Essa última, por sorte, se resolveu sozinha. As outras estão sendo tratadas. E assim seguimos.</div><div><br /></div><div>Rebeca tem suas próprias dores, sua própria vida, seus amores e seus desafios. Aprendendo a viver com pais separados no começo da adolescência e descobrindo sua individualidade. Eu sou apoio, sou teto, sou chão, sou abraço, sou afeto e dor. Sou o que ela precisar de mim.</div><div><br /></div><div>E sou eu.</div><div><br /></div><div>Hoje já vejo novamente o horizonte de quem quer mais da vida.</div><div><br /></div><div>Acredito em sonhos e em grandes amores.</div><div><br /></div><div>Me apoio em grandes amigos e amores presentes.</div><div><br /></div><div>Mudar não significa deixar pra trás. E seguir em frente as vezes nos dá a chance de reaprender o que ficou pra trás de outra forma.</div><div><br /></div><div>Estou aprendendo a viver de novo.</div><div><br /></div><div>Tem um caminho longo pela frente. Eu quero parar e ver as flores.</div>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-63419678933848632312022-07-25T11:40:00.000-03:002022-07-25T11:40:01.597-03:00Sobre manter os pés no chão <p> Esse fim de semana eu dei uma exagerada e passei 2 noites seguidas batendo papo e tomando vinho com amigos. </p><p>Quando faço isso eu não tomo o remédio para não misturar e isso leva a um efeito não muito bom: eu não durmo.</p><p>Um dos meus maiores sintomas do TBH é a insônia. </p><p>Eu só durmo bem, e ainda sim por no máximo 6h ou 7h quando muito, se tomo meus remédios.</p><p>Quando bebo eu não tomo o remédio logo não durmo. Ou seja, foram 2 dias que eu acabei dormindo no máximo 2h.</p><p>E aí... Bom, aí vem o rebote. E aos 40 anos essa ressaca física e mental dura dias.</p><p>Eu preciso ficar quase uma semana inteira de volta a uma rotina de dormir cedo e tomar corretamente meus remédios pra começar a me sentir eu mesma.</p><p>E é numa semana bem difícil.</p><p>E aí que eu minimizei o efeito que estar apenas começando a sair de uma crise teria nesse rebote.</p><p>Então desde ontem estou tendo dias bem ruins.</p><p>Um loop de pensamentos repetitivos, enganosos, que não importa o quanto eu racionalize e entenda que muitos desses sentimentos e inseguranças não são reais o loop não para.</p><p><br /></p><p>É como ter alguém tentando te convencer de algo que você não quer comprar e que não para não importa quantas vezes você disser não.</p><p>Então eu tô exausta.</p><p>E me sentindo triste e abatida.</p><p>Porque estou lutando comigo mesma, sendo incapaz de silenciar minha cabeça.</p><p>Estou revivendo uma série de pensamentos e ideias ruins e negativas, estou insegura e a um ponto de desespero simplesmente porque não consigo parar.</p><p>Tento me distrair e me manter ocupada, mas me concentrar em qualquer coisa está sendo quase impossível. Não consigo assistir filmes ou séries, não consigo estudar, ou escrever, nem nada do tipo.</p><p>É um esforço constante apenas o de não pensar.</p><p>E isso me fez lembrar que eu preciso ir com mais calma.</p><p>Mal tem um mês que eu mudei minha medicação e comecei um movimento de melhora. Mas é isso: estou começando. Então eu preciso ir mais devagar. Preciso respeitar mais o meu tempo. E buscar fazer coisas que me ajudem a focar no que eu preciso: Em mim mesma e em ficar bem. Na Rebeca e em deixar ela bem. E é isso.</p><p>Preciso me concentrar em mim.</p><p>E acho que isso é difícil porque ainda me sinto muito perdida e muito insegura. Ainda sinto que não sei o que estou fazendo. Que não sei que passos tomar e pra onde ir. Não sei como fazer para alcançar os sonhos e objetivos que almejo.</p><p>E aí nesse rebote essa sensação de medo e insegurança começa a se espalhar pra tudo. Pras minhas relações, minhas amizades, minha casa... Como se eu corresse um risco enorme de perder tudo.</p><p>A separação mexeu muito com meu medo de perder tudo. De perder todos. De ficar sozinha.</p><p>Foi uma coisa que eu tive que entender que preciso aprender a ficar bem sozinha, comigo mesma. E que isso não significa que não tenho e não terei ninguém, mas sim que sou capaz de ficar bem sozinha.</p><p>Mas hoje é num daqueles dias que esse pensamento horrível de "você vai ficar sozinha!" Fica gritando na minha cabeça como uma ameaça. Como uma consequência ou um castigo.</p><p><br /></p><p>E eu estou cansada.</p><p><br /></p><p>Só estou cansada de ter que ficar me lembrando que isso não é real. Que não há nada mais longe do real que isso.</p><p>Aí eu tento me lembrar do que importa e pra onde preciso direcionar meus pensamentos.</p><p>E lembrar que isso passa em poucos dias.</p><p>E logo vou me sentir melhor de novo.</p><p>Que não fiz nada de errado.</p><p>Que é só uma ressaca.</p><p>Manter meus pés no chão e deixar essa onda passar.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-83313089675665960542022-07-04T17:13:00.004-03:002022-07-04T17:13:59.388-03:00Sobre se sentir melhor Lá se vão 14 dias que mexi na minha medicação de novo e sinto que finalmente acertei o alvo.<div><br /></div><div>Me sinto melhor.</div><div><br /></div><div>Nós trocamos a medicação pra uma que tanto eu como minha médica já acreditávamos que traria benefícios mas estávamos evitando e buscando alternativas devido ao seu alto custo.</div><div><br /></div><div>Eis que no meio daquele mar revolto que eu me encontrava cheguei a conclusão que estava fazendo uma escolha ruim. Que era uma economia burra. Que deixar de fazer um tratamento que tinha altas chances de funcionar por medo de aumentar os custos do tratamento apenas estava prolongando um problema.</div><div><br /></div><div>Fiz as contas, pedi ajuda. Falei com a psiquiatra e mudamos. Se funcionar darei um jeito de arcar com isso.</div><div><br /></div><div>Até porque com a saúde mental voltando fica muito mais fácil buscar formas de resolver isso.</div><div><br /></div><div>Não a nada como a sombra da depressão na sua cabeça dizendo o tempo todo que sair de lá é impossível.</div><div><br /></div><div>Consegui me desvencilhar dessa mentira e rapidamente senti a diferença. Coisa de poucos dias e eu já estava menos dopada, dormindo melhor e acordando bem disposta e de bom humor.</div><div><br /></div><div>Voltei a conseguir a ouvir música.</div><div><br /></div><div>Havia meses que eu não conseguia ouvir música.</div><div><br /></div><div>Nem me lembro a última vez que eu tinha acordado de bom humor.</div><div><br /></div><div>E só essa mudança do sono já trás um alívio que só quem já esteve se afogando em si mesmo sabe como é.</div><div><br /></div><div>Eu me sinto eu mesma novamente.</div><div><br /></div><div>Não canto vitória ainda. Sei que estou começando um longo processo de cura. Mas pelo menos agora parece que voltei a andar.</div><div><br /></div><div>Ainda tenho crises de ansiedade. Algumas bem fortes. Ainda sinto meu corpo falhando e doendo por causa das semanas de descuido. Faz parte desse retorno retomar o cuidado que ficou no caminho.</div><div><br /></div><div>Mas eu queria contar isso. Que hoje eu me sinto bem. Que sinto vontade de cantar. E sorrir. E dar risada. Que não sinto mais aquela dor constante e nem o desespero.</div><div><br /></div><div>Hoje eu estou me sentindo bem.</div><div><br /></div><div>E temos de comemorar cada bom momento.</div><div><br /></div><div>E fazer o possível pra que isso dure.</div><div><br /></div><div>Hoje eu me sinto eu mesma.</div>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-27538824156118211402022-06-20T07:54:00.000-03:002022-06-20T07:54:54.648-03:00Sobre ser uma represa<p> Tem sido difícil.</p><p><br /></p><p>Eu estou num processo depressivo fortissimo, com crises de ansiedade constantes.</p><p>Tem sido difícil.</p><p>Todos os dias eu tenho que me esforçar para controlar o que eu sinto, separar o joio do trigo, não deixar que os sentimentos de medo e insegurança e tristeza inundem e vazem para todos os outros aspectos da minha vida.<br /><br />Tenho que respirar fundo e dentro da minha cabeça, com esforço e paciência, impedir que essa vazão de sentimentos sobre mim mesma e sobre a situação que eu me vejo hoje, se espalhem pelas minhas relações com minha filha, meu parceiro, meu pais, minha irmã, meus amigos...</p><p>Impedir que eu transborde para todos os lados e com isso afunde assuntos e pessoas me fazendo sentir coisas que eu na verdade não estou sentindo.<br /><br />Como se eu tivesse um pequeno balde em minhas mãos eu fico pegando os sentimentos que escapam e devolvendo de volta ao lugar de onde eles vieram, racionalizando e tentando entender o que eu realmente estou sentindo sobre cada aspecto da minha vida.<br /><br />Mantendo minhas dores numa represa e tentando controlar a vazão com a qual esses sentimentos passam por mim de forma que as coisas façam algum sentido. Não impedindo a dor mas deixando cada coisa em seu lugar.<br /><br /></p><p>No entanto as vezes eu caio para dentro da água e quase me afogo. <br /><br />Por sorte eu sei nadar. E sei que a margem está logo ali e eu vou sair da água. Sei que pra cada braçada que eu dou, nadando contra essa corrente que me puxa para o fundo, vou me tornar mais forte e me levar mais perto da segurança da terra firme.<br /><br />Sei que logo vou poder colocar meus pés no chão seco e me levantar. E que um mundo enorme, um continente inteiro de vida, estará lá para ser explorado e vivído.<br /><br />Hoje eu sinto uma dor que eu não consigo quantificar. Uma tristeza que eu achei que não ia sentir tão cedo. Sinto falta e sinto culpa e sinto medo. Me sinto insegura e por vezes sozinha nesse enorme lago que se formou nessa represa que precisei criar. Muitas vezes estou cansada demais pra continuar nadando e apenas me deixo flutuar torcendo pra corrente não me levar pra muito longe de onde eu quero chegar.<br /><br />E eu sei que por vezes esses sentimentos mantém meus pensamentos nublados e me fazem esquecer que se eu simplesmente colocar meus pés para baixo vou ver que eles encostam no chão e eu não vou realmente afundar. Com dificuldade e apenas com a cabeça pra fora da água eu ainda assim poderei caminhar em direção a segurança. E vou ver que terei muitas mãos tentando me ajudar no caminho.</p><p>Eu achei que a essa altura do campeonato eu já estaria navegando por esses águas com mais tranquilidade. Foi um pouco de ingenuidade achar que mudar a minha vida inteira seria algo a ser absorvido tão rapido.<br /><br />Hoje eu estou perdida na vastidão de uma represa. É um lugar tão escuro e inóspito que tenho dificuldade de remar. Mas eu tenho uma luz que me guia para onde preciso ir. Então eu respiro fundo e nado em direção a ela todos os dias. Mesmo quando ela não sabe.<br /><br />Eu estou cansada. <br /><br />Eu sei que estou.<br /><br />Todo dia. <br /><br />Mas eu tenho em mim essa capacidade de enxergar a saída por mais distante que ela esteja. Eu vejo isso dentro de mim. Uma vontade gigante de seguir em frente e ver o que me espera do outro lado daquela barragem. Um amor maior que a vida para me guiar e me dar um norte.<br /><br />Então eu sigo.<br /><br />Sigamos.<br /><br />A vida está logo ali, esperando. </p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-54970636968656673022022-06-09T08:53:00.002-03:002022-06-09T08:53:36.295-03:00Aquele sobre a separação<p> Estamos em Junho e eu não sei onde foi parar o tempo.</p><p>O que acontece é que no final de fevereiro eu me separei do meu marido depois de 23 anos juntos.</p><p>Eu não sei se consigo dimensionar o que isso significa.</p><p><br /></p><p>Quando nós começamos a namorar eu tinha 16 anos e ele 22. Ele já tinha sido casado e tinha uma filha. Pra mim ele era meu primeiro namorado de verdade.</p><p><br /></p><p>Desde o começo no nosso relacionamento, ali nos primeiros dias, nós já nos entendemos como um relacionamento aberto apesar da gente mesmo não entender ainda como isso funcionava. Nunca tínhamos tido contato aberto com pessoas que tinham esse tipo de relacionamento mas nós sabíamos que não queríamos privar um ao outro de viver outras experiências.</p><p>E isso funcionou, as vezes mais e as vezes menos, nos nossos 23 anos.</p><p>Ao ponto de que eu, por exemplo, não tenho desejo nenhum de algum dia viver um relacionamento que não seja não monogâmico. Simplesmente não faz sentido.</p><p>Mas essa foi só uma parte da nossa relação.</p><p><br /></p><p>O fato é que eu fiz 40 anos esse ano. Nós íamos completar 24 anos juntos em Julho desse ano.</p><p><br /></p><p>Mas o relacionamento acabou antes disso.</p><p><br /></p><p>Tudo que eu sou hoje eu construí ao lado dele. A pessoa adulta que eu me tornei existe com essa marca. Eu não conheço uma outra vida adulta sem ter ele do meu lado.</p><p>Vocês conseguem conceber isso? São 23 anos e meio. É uma vida inteira.</p><p>No tempo que estivemos juntos nós passamos por dificuldades, ele esteve comigo durante tantas crises incontáveis, durante todo meu tratamento, durante tudo que eu conheço...</p><p>Nós temos uma filha adulta linda, incrível, do primeiro casamento dele. E essa é uma coisa que eu tenho muito certa dentro de mim: nós nós separamos dos pais, não dos filhos. Depois de 23 anos como poderia ser diferente? Ela vai ser minha filha pra sempre...</p><p>Juntos tivemos nossa filha mais nova. Rebeca é tudo que eu sonhei e muito mais. Ela é inteligente, esperta, com uma empatia que vale milhões, uma disposição pra tudo, é determinada e persistente de um jeito que me ensinou como eu quero ser.</p><p>E agora ela está sofrendo o luto da separação dos pais. E ela entende porque essa separação aconteceu. Ela viu como ninguém mais poderia todo o processo de deterioração do relacionamento que levou a separação. E ela entende que isso é melhor, por mais que doa muito.</p><p><br /></p><p>Ela entende. Mas sofre.</p><p>E me dói como nada no mundo ver minha filha sofrer.</p><p>E eu tenho que lembrar que ela já estava sofrendo com as brigas que ficavam cada vez mais frequentes. Sempre o mesmo motivo, sempre a mesma briga, sempre as mesmas dores...</p><p>Até que ponto nós nos deixamos levar por uma situação ruim porque não conhecemos nada diferente daquilo?</p><p>Eu vivo muitas alegrias nesses 23 anos. Muitas. E eu amo muito tudo o que eu vivi e construí nesse período.</p><p>Separar não foi uma decisão facil. Eu perdi uma família. Eu abri mão de toda uma realidade e de uma esperança de futuro. Eu abro mão de todo um passado porque eu vi que o futuro na verdade não era mais o que eu sonhei um dia. Porque o presente já não era mais o mesmo.</p><p>Nós conversamos muitas vezes sobre nós separar antes de realmente nós separarmos. Foram anos de insatisfação e meses de conversa pra entender que nossa relação já tinha mudado. Que nós não éramos mais os mesmos e não nos víamos mais como o casal que um dia fomos.</p><p>Em mim crescia uma mágoa cada vez pior que me trazia tristeza e raiva com a qual eu já não conseguia mais ignorar ou lidar.</p><p>Por anos eu achei que enquanto a gente se amasse e quisesse as mesmas coisas nós poderíamos resolver qualquer coisa.</p><p>Mas o que eu percebi é que algumas coisas não foram resolvidas. Foram apenas colocadas de lado, numa expectativa de que o tempo levaria aqueles problemas embora.</p><p>Não levou. </p><p>Eventualmente precisamos olhar para o que nós queríamos de uma relação e perceber, ou pelo menos eu percebi, que eu queria coisas que ele não era capaz de me dar.</p><p>E ele percebeu que eu queria coisas que ele não estava disposto a abrir mão ou a fazer.</p><p>E foi isso.</p><p>Chegamos em diferenças irreconciliáveis. </p><p>Chegamos naquele ponto em que existe amor. Mas não mais do mesmo jeito. Existe carinho. Existe respeito. Mas que nada disso é mais suficiente pra sustentar uma relação saudável.</p><p>O amor não era mais suficiente.</p><p>Não queríamos mais as mesmas coisas.</p><p>Eu queria mais.</p><p>Eu quero mais.</p><p>E principalmente, eu quero mais de mim.</p><p><br /></p><p>Mas isso tudo me quebrou num momento que eu já estava quebrada.</p><p>E eu não estou conseguindo me levantar.</p><p>Faz 3 meses e meio e eu sinto uma tristeza que eu tenho dificuldade de lidar.</p><p>De repente eu tinha uma mão cheia de certezas e eu não sei onde elas foram parar.</p><p>Eu sinto medo. E me sinto sozinha. Uma solidão que só 23 anos acordando e dormindo todos os dias do lado de alguém pode me trazer.</p><p>Eu me sinto insegura. E culpada.</p><p>Eu não consigo trabalhar direito. Ou cuidar da casa. Ou cuidar de mim.</p><p>Eu cuido da Rebeca. E ela cuida de mim. Nós estamos ligadas e sendo a força uma da outra no meio de uma tempestade que não tem previsão de quando vai acabar.</p><p>Mas vai acabar.</p><p>E eu sei disso.</p><p>Uma hora a dor vai ficar mais suportável. E haverão mais dias bons que ruins.</p><p>Uma hora as lembranças vão parar de doer e vão fazer parte da história da nossa vida. E vai ser bom. Já é bom.</p><p>Uma hora vai ficar mais fácil. Aos poucos. Um pouco mais a cada dia.</p><p>Mas por agora eu sinto que eu não estou dando conta.</p><p>Eu me sinto completamente perdida.</p><p>A deriva.</p><p>Então eu me agarro com força no que me ajuda a continuar no rumo.</p><p>Me apego no que eu vi antes de mergulhar.</p><p>E sigo.</p><p><br /></p><p>Tá muito muito difícil.</p><p><br /></p><p>Mas vai passar.</p><p>E eu vou sair do outro lado muito melhor do que eu entrei.</p><p>A tempestade vai passar.</p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-48385748594275354392022-05-26T15:28:00.000-03:002022-05-26T15:28:02.554-03:00Sobre fazer 40 anos<p> Hoje eu completo 40 anos.</p><p>Isso talvez explicasse muitas coisas, ou não explique realmente nada.</p><p>A foto de hoje é minha favorita desse ensaio até agora e é a última que vou postar por um bom tempo.</p><p>Nela eu vejo um pouco de como sou vista e isso é muito forte pra mim.</p><p>Ela está aqui para colocar esse marco: essa sou eu aos 40 anos.</p><p>Tanto de mim já se foi e tanto eu ainda vou alcançar. Se tudo der certo eu vivi o primeiro terço da minha vida.</p><p>A pessoa que sou hoje é uma pessoa em construção. Uma pessoa que está aprendendo a se identificar, se olhar de uma forma mais gentil, que encontrou forças para mudar tudo de pernas pro ar e se perder totalmente pra poder se reencontrar.</p><p>Sou jovem demais pra me acostumar com um único lugar. Sou velha demais pra fingir que não existem consequências.</p><p>Sou tantas e sou única. Sou bipolar - dos de verdade! - e isso não me define nem pela metade. Sou mãe e por isso sou gigante. Sou hoje mais eu mesma do que há muito tempo mas se sou é porque pude caminhar até aqui.</p><p>Eu amo muito minha história e cada pessoa que fez e faz parte dela. É preciso uma vila e juntos somos fortes. Eu sou grata. Mas tenha essa ânsia por seguir em frente.</p><p>Levo 40 anos comigo, mais 23, mais 12, mais 3... Cada um no seu espaço e no meu coração.</p><p>Hoje eu faço 40 anos buscando uma independência e uma liberdade que só serei capaz de encontrar em mim. Conto com ajuda, com amores, e sou sim um exemplo. </p><p>Se de tudo que os 40 me trazem é a possibilidade de viver um sonho. Um objetivo. Uma meta. Uma vida.</p><p>Hoje eu faço 40 anos.</p><p>Feliz aniversário. Que venham mais 80.</p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-92215890436195686452022-03-23T18:24:00.002-03:002022-03-23T18:24:25.765-03:00Todo dia ela faz tudo sempre igual...<p> Tudo mudou. Ainda não estou preparada pra falar muito mais sobre isso. Mas tudo mudou.</p><p>Eu me vejo me apegando aquilo que posso para tentar me manter de pé e seguir em frente.</p><p>Eu tenho planos, e sonhos, e vontade.</p><p>E tudo isso nesse momento está sendo levado em câmera lenta conforme eu tento me adaptar a uma nova realidade no meio de uma crise que já existia.</p><p>Tanta coisa que já existia...</p><p>Eu me apego ao que sei, ao que consigo.</p><p>Eu acordo todos os dias as 5h da manhã pra poder fazer um café com calma e acordar a Beca as 5h30 pra ela começar a se arrumar pra escola.</p><p>A Beca sempre precisou do seu tempo, de poder fazer as coisas com calma, pra funcionar. São 1h30 praticamente entre eu chamar ela a primeira vez e ela estar pronta pra ir pra escola.</p><p>Mas tudo bem. Isso é normal. Faz parte da nossa vida e da nossa rotina há muito tempo. Isso me conforta. Então eu acordo às 5h, tomo meu remédio, faço meu café...</p><p>Mas tudo mudou. Tudo.</p><p>Sem ter certeza de nada eu me vejo acordando as 4h da manhã e não conseguindo me manter na cama.</p><p>Levanto. Faço café. Esqueço de tomar o remédio. Mexo no celular, falo com um amigo que fica acordado de madrugada.</p><p>Me pergunto se nós últimos dias ele não tem feito isso de propósito pra me fazer companhia...</p><p>Não faz diferença. Eu agradeço assim mesmo.</p><p>O ócio não tem me feito muito bem.</p><p>Eu tento trabalhar um pouco, conforme consigo. Nos dias bons a coisa rende e eu consigo fazer os projetos, tanto meu pessoal como do Canal do Onde Está Minha Mente, irem em frente. Um passo pequeno por vez. Mas nunca parada. Não consigo não fazer nada. Acho que isso não me pertence mais.</p><p>Estou em movimento. Sei pra onde quero ir, qual meu norte. E rumo pra lá em meio a uma das maiores tempestades que passei até agora.</p><p>Eu sei que as coisas vão aos poucos melhorar e eu vou ficar bem e vou conseguir chegar onde eu quero.</p><p>Mesmo porque é por isso mesmo que tudo mudou.</p><p>Porque eu mudei. E não consigo mais ficar parada.</p><p>Mas não vamos falar mais do que isso hoje...</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-31392838079109497582022-03-01T17:54:00.000-03:002022-03-01T17:54:02.880-03:00Sobre como os problemas não esperam Eis que a vida continua a andar independente de como eu me sinto. De como eu preciso...<div><br /></div><div>O mundo gira, a vida segue, e a melhora que eu vejo tem seus baques.</div><div><br /></div><div>O fato é que as coisas que levam a depressão não mudam porque eu entrei em depressão. Os motivos continuam lá. Porque a maior parte deles já está em mim.</div><div><br /></div><div>As brigas que misturam o passado e o presente, e todo o ressentimento, tudo isso continua lá. Pedindo meu tempo, minha atenção e minha sanidade.</div><div><br /></div><div>Simplesmente não há tempo para respirar o suficiente. </div><div><br /></div><div>Quando menos espero levo um tapa da realidade chamando minha atenção e me perguntando:</div><div><br /></div><div>"Por quê?"</div><div><br /></div><div>E dessa vez eu não soube mais responder.</div><div><br /></div><div>E não soube responder porque minha resposta mudou. Porque mudei eu, mudou ele, e essa mudança precisa fazer sentido então a pergunta fatal "Por quê?" Parece pedir uma resposta mais honesta para quem somos hoje.</div><div><br /></div><div>Já não somos os mesmos... Então a urgência de entender quem somos e o que queremos e pra onde vamos grita cada vez mais alto.</div><div><br /></div><div>Mas mudanças dão medo. Muito medo. Especialmente quando sabemos o valor enorme do que estamos perdendo. Do que abrimos mão, da segurança do conhecido para algo nunca vivido.</div><div><br /></div><div>Medo de perder tudo que foi construído, que se constrói, que se apega, que se ama.</div><div><br /></div><div>Não é falta de amor. Definitivamente amor existe e está presente em cada linha dessa história que só está em um novo capítulo.</div><div><br /></div><div>Eu não sou mais quem fui um dia.</div><div><br /></div><div>Eu hoje luto para ser a pessoa que quero ser.</div><div><br /></div><div>Para ser o exemplo que acho que devo.</div><div><br /></div><div>Para ser completa.</div><div><br /></div><div>Para ter controle da minha própria vida.</div><div><br /></div><div>Como é difícil crescer.</div><div><br /></div><div>Ainda mais aos 40...</div>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-43101000434016358472022-02-18T12:50:00.001-03:002022-02-18T15:12:22.529-03:00Sobre a hora de pedir ajuda<p> Eu estou deprimida. </p><p>Estou em uma crise depressiva bem forte.</p><p>Eu estava tentando manter o controle, aquela coisa de tentar esticar o tempo, tentar esticar o elástico da mente só mais um pouquinho... "Eu só preciso fazer isso primeiro..."</p><p>Não deu.</p><p><br /></p><p>Duas semanas atrás eu cheguei no limite. E eu não consegui ver ele chegando. Eu realmente não achava que estava tão mal.</p><p>As coisas em casa andam bastante difíceis. A gente briga bastante, estamos frustrados, eu sinto um desespero constante e os loops mentais me mantinham em uma paranóia e dependência emocional muito altas.</p><p>Aí duas semanas atrás, num domingo, combinamos eu, o marido, o parceiro e um amigo, de instalar um papel de parede no quarto da Rebeca que estávamos devendo fazer há meses.</p><p>Mas foi um dia ruim. Marido e eu havíamos passado os dias anteriores discutindo. Parceiro tava passando por suas próprias questões. Amigo idem.</p><p>A instalação do papel de parede deu errado, não ficou do jeito que devia, todo mundo frustrado.</p><p>Demos sequência indo bater papo na sala. Caímos num assunto meio espinhoso.</p><p>Mas eu achava que a coisa estava sob controle, falávamos de sociedade, de relações pessoais, mas não de forma pessoal, não sobre nós. Até que marido mudou o rumo da conversa e começou a falar de como ele se sente.</p><p>E eu, que tentava fazer o jantar, senti o gatilho de todas as nossas discussões. E fui ficando nervosa. </p><p>Eu entendia que era importante e que ele estava buscando ajuda e eu tentava ouvir. Mas eu tive uma quebra de realidade e o meu raciocínio parou quando a conversa ainda não havia enveredado a ser tão pessoal.</p><p>E eu de repente não ouvia mais nada. Era só barulho. Eu sabia que eles estavam falando, conversando, eu ouvia o som das vozes, mas eu não ouvia mais o que eles de fato falavam. Era só barulho.</p><p>Dentro da minha cabeça eu ouvia mais barulho. Os pensamentos negativos e as memórias passavam numa velocidade tão grande que eu não conseguia acompanhar meus próprios pensamentos.</p><p>Rebeca veio pra cozinha pra ver como eu estava e eu via os lábios dela se mexendo e não conseguia ouvir o que ela falava.</p><p>Foi aí que eu comecei a entender que eu tinha quebrado. </p><p>Pedi pra ela terminar o jantar.</p><p>Eu ia pro quarto.</p><p>No caminho decidi apenas falar o último pensamento que eu achei relevante para a conversa. Mas era um pensamento que teria feito sentido na conversa impessoal e não era mais isso que estava acontecendo. Misturei o que eu estava pensando com o pouco que consegui ouvir e falei algo, que nem tenho certeza do que foi, que soou muito pessoal ao parceiro que estava se expondo, foi ofensivo e o magoou.</p><p>Eu vi a reação imediata no rosto dele quando eu falei.</p><p>Fui para o quarto o mais rápido que pude como havia sido combinado de quando eu sentia que não conseguia acompanhar uma conversa, pra me acalmar.</p><p>Fiz isso de forma repentina.</p><p>Marido perguntou o que tinha acontecido.</p><p>Eu apenas respondi que ele sabia o que era. Porque eu de fato achei que ele teria entendido.</p><p>Ele não entendeu.</p><p>Acho que nenhum deles entendeu.</p><p>Fiquei no quarto mas o barulho não passava e os pensamentos negativos foram piorando. </p><p>Me acalmei um pouco e voltei para a sala porque não queria ficar sozinha.</p><p>Tentei ficar o mais quieta e não me envolver que consegui.</p><p><br /></p><p>Mas o estrago estava feito.</p><p>Gerou um série de consequências que só me fizeram descer mais fundo na depressão e no desespero. Comecei a me sentir mal comigo mesmo e a me odiar e a odiar essa doença que me faz agir assim.</p><p><br /></p><p>Esse sentimento ainda não passou completamente.</p><p><br /></p><p>Mas eu fiz algo a respeito. Algo importante e bom.</p><p>Eu falei com as psiquiatra e expliquei o que aconteceu e nós ajustamos a medicação, incluímos mais remédios e diminuímos o tempo entre as sessões.</p><p>Aceitei a ajuda de minha irmã e recomecei a fazer terapia.</p><p>Hoje estou um pouco melhor. O loop mental e o desespero estão melhores. Consigo trabalhar e ser produtiva e ter dias bons.</p><p>Estou otimista e me sinto bem disposta.</p><p>Mas não posso pensar sobre mim mesma por muito tempo ainda.</p><p>Qualquer assunto mais difícil ainda me é muito pesado pra lidar e causa uma reação intensa demais.</p><p>Mas é isso. Agora é tratar, cuidar, ter paciência. E tentar ser mais gentil comigo mesma. E se der, consertar o que foi quebrado. E seguir em frente.</p><p>Mas eu tô me cuidando. Eu procurei ajuda. E eu vou ficar bem de novo.</p><p>Mais que isso.</p><p>Eu vou ficar melhor.</p><p>Um dia de cada vez.</p><p><br /></p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-23556780124602948752022-02-04T10:18:00.000-03:002022-02-04T10:18:01.363-03:00Enfim 2022<p> Estamos em Fevereiro e para mim o ano começa agora. Quer dizer, não que ele não tivesse começado, mas é que Janeiro é pra mim sempre um mês muito tenso, muito difícil, onde o resto do ano é organizado e planejado e esse ano, mais que outros, isso me afetou profundamente.</p><p>Além disso Janeiro marca o rebote do mês de dezembro, e dezembro é um mês que eu costumo estar num estado de hipomania devido as festas, ver a familia, comprar presentes e etc. </p><p>Esse ano a depressão chegou mais cedo pra mim e apesar de ter tido bons momentos especialmente no começo de Dezembro, as festas de fim de ano já estavam manchadas por essa melancolia e cansaço e um bom tanto de desespero. Não consegui aproveitar meu Natal, tive um bom Ano Novo, mas dia 02 em diante minha rotina contou com a depressão constante, brigas em casa, medo e frustração e muito desespero. A sensação de ver tudo que eu havia planejado indo por água abaixo.</p><p>Mas a vida é assim, certo? Ela nem sempre funciona como planejamos. Viver significa muitas vezes ser capaz de respirar fundo e se adaptar a uma realidade diferente e tentar encontrar soluções criativas.</p><p>Apesar de todo esse sentimento negativo - não, ele não foi embora porque trocamos de mês, claro que não - eu tenho hoje em mim uma certeza de proposito muito grande.</p><p>Hoje em dia eu tenho um trabalho que amo e estou buscando aprender, estudar e me desenvolver como profissional na carreira que sempre quis. Eu sinto que estou no caminho certo, que estou fazendo as coisas certas, e que tudo que preciso é de um pouco de estabilidade e paz de espirito para continuar correndo atrás de algo que eu sei que vai dar certo. Eu preciso de espaço e de tempo. Mas eu sei o que eu estou fazendo.</p><p>E isso é muito raro.</p><p>Fevereiro é pra mim quando o ano começa pois é quando consigo estabalecer uma rotina. É quando o pior do rebote ja passou e eu ja consigo vislumbrar pra onde ir e como chegar lá.</p><p>Tem muita coisa pra se resolver. Nada vai ser como eu tinha imaginado. Mas é hora de imaginar algo novo. </p><p>Vem comigo?</p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-40323114671255247342021-10-07T10:44:00.003-03:002021-10-07T10:44:32.679-03:00Sobre os 12 anos<p> Rebeca completou 12 anos. Novamente fazendo aniversário em meio a Pandemia, e com outros problemas que tem que lidar com relação a familia e amigos, nós decidimos viajar para comemorar o aniversário dela. Sair de casa, das nossas 4 paredes apertadas e tentar relaxar.<br /><br />Deu tudo errado.</p><p>No dia da viagem ela acorda e comenta que a garganta esta arranhando um pouco. Como o tempo andava seco, tento não dar muito ibope para o caso, torcemos pelo melhor e dou a ela uma pastilha para a garganta, só para garantir.</p><p><br /></p><p>Um dia cheio, escola, parabéns com os avós, arrumar as coisas, pegar estrada, se perder, chegar tarde. A casa é linda, mas no fim do dia estamos exaustos. Fomos em 4 pessoas - eu, ela, o pai e um amigo meu. Da idade dela, ninguém. Mas, ei, teriamos a praia!</p><p>Na manhã seguinte, muito cedo, eu e ela acordamos. Ela esta constipada, com dores e se sentindo mal. O tempo não ajudava - fechado e frio, logo começou a chover. Prostrada durante todo o dia, era impossível esconder o medo - com ela de volta a escola, a poucos dias de tomar s primeira dose da vacina, será que ela tinha pego COVID?</p><p>Esperamos algumas horas. Almoçamos. Ela comeu pouco, a garganta doia muito. Deitada em frente a TV, sem energia, ela escondia a propria aflição. Eu não via sentido em continuar ali. A previsão do tempo era de chuva para o resto do fim de semana. Alguém tinha que tomar a frente e tomar as decisões e essa pessoa, mais uma vez, era eu. Voltamos para casa. Exame de COVID agendado para o dia seguinte.</p><p>Rebeca ficou muito triste. Muito frustrada. Se sentia culpada, deprimida. Sozinha. Com medo. </p><p>Fiquei com ela e fiz o que pude. Conversamos. Ficamos juntas, assistimos filme, comemos coisas gostosas.</p><p>O exame de COVID deu negativo. Ufa! Só isso mudou muito o humor de todos na casa. Como uma enorme nuvem negra que se dissipava.</p><p>Mas, ainda sim, 4 pessoas fechadas numa casa num fi de semana chuvoso, sim, a cada dia foi mais um amanhecendo gripado. E foi assim por toda a semana.</p><p>A possibilidade de aula online facilitou muito para Rebeca poder ficar em casa e esperar melhorar. Para nós, foram dias de molho, mau humor e descanso. Diminuir o ritmo. Se curar.</p><p><br /></p><p>Existe muito do que precisamos nos curar.</p><p><br /></p><p>Uma das coisas que esse susto me lembrou é que por mais que os numeros estejam melhores a andemia não acabou e ainda não é hora de deixar todos os cuidados de lado. E que essa doença ainda esta e continuara consoco por muito tempo.</p><p>A outra coisa que me fez pensar foi em como a pandemia afetou a vida da Rebeca. Em como ela é solitária, mantendo contato apenas com os amigos online. Crianças são resilientes, talvez, mas não estão imunes as sequelas desse isolamento. Todos somos afetados.</p><p>Combinei com ela que assim que possível vamos comemorar esse aniversário de uma forma decente. <br />Ela merece se sentir feliz e bem.</p><p>Ela tem 12 anos.<br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-81972524028842893472021-09-27T19:39:00.003-03:002021-09-27T19:39:34.988-03:00Setembro Amarelo 2021<p> Não vou falar do que já foi. </p><p>O passado por vezes deve ser deixado ali,</p><p>Naquele momento em que ocorreu.</p><p>Tampouco tentarei falar sobre amanhã,</p><p>Já que dele nada sabemos.</p><p>Para o amanhã deixo a esperança,</p><p>Um bom dia,</p><p>Um sorriso,</p><p>Uma alegria.</p><p>Falarei do hoje, </p><p>Pois é nele que estamos.</p><p>E as vezes é o dia mais difícil de passar.</p><p>Por hoje eu quero escolher estar bem.</p><p>E se não posso estar bem,</p><p>Então escolho a chance de me sentir melhor.</p><p>E se ainda parecer escuro,</p><p>O direito de só deixar o hoje passar.</p><p>E se o sono não vier,</p><p>Que eu tenha o gosto por uma boa série.</p><p>Talvez afagar um gato.</p><p>Brincar com o cachorro.</p><p>Deitar na cama e me sentir seguro.</p><p>E se tudo isso for muito distante,</p><p>Ok,</p><p>Então que a gente lembre de amanhã.</p><p>Porque a esperança está lá, lembra?</p><p>E amanhã pode ser o dia que a luz entra,</p><p>Passa pelas frestas da janela,</p><p>E o sol esquenta minha face cansada.</p><p>A cara lavada, molhada, vermelha</p><p>Mas que ainda quente se permite.</p><p>Mais um dia.</p><p>Mais uma chance.</p><p>Todo dia.</p><p>E eu continuo.</p><p>E é a persistência de acreditar no hoje,</p><p>Nesse dia, todo dia,</p><p>Que me encontra a alegria.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-63745407875426076702021-08-04T19:11:00.000-03:002021-08-04T19:11:25.618-03:00REPOST - APOIA.SE MÃE BIPOLAR FILHA JACARÉ<p> Queridos amigos, seguidores, pessoas queridas do meu coração. Depois de muitos anos eu decidi me aventurar e tentar uma coisa nova aqui no blog. Criei uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a manter o Blog!</p><p><br /></p><p>Sim!</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Agora o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré tem um Apoia.se !</p><p><br /></p><p>https://apoia.se/maebipolar</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Segue abaixo a descrição:</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Olá pessoas queridas! A vida tem dessas, não é mesmo? Eis que depois de 11 anos mantendo o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré me vejo navegando em águas desconhecidas. Eu gosto muito de escrever o Blog e manter esse registro do meu cotidiano.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Ha 11 anos atras eu comecei o Blog com a intenção de ter um espaço para dividr essa experiência de ser uma pessoa com Transtorno Bipolar que decidiu ser mãe, apesar de todas as dificuldades inerentes a isso. Mais como um exemplo de como é a vida, para que outras pessoas que como eu e se veem com um novo rotulo entre tantos da vida, pudessem encontrar nas minhas histórias um lugar de conforto, de reconhecimento, e não se sentissem sozinhas em seus mundos e indagações.</p><p><br /></p><p>Ao longo de todos esses anos eu conheci pessoas incríveis, tive várias oportunidades, tentei ajudar quem me procurou como pude, e mudei. Mudei muito. E a cada fase, a cada tombo, a cada acerto, eu tentei trazer da melhor forma as minhas experiências, passadas, presentes, e expectativas de futuro. Sempre de um jeito que você pudesse se sentir acolhido como eu gostaria de ser.</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>E eu quero poder continuar a fazer isso. Quero mesmo. E é aqui que você entra. Com uma pequena contribuição pra ajudar essa pessoa aqui a se manter e poder dedicar um pouco do meu tempo e carinho para continuar esses relatos, que eu espero ja tenham te trazido algo bom.</p><p><br /></p><p>A cada meta atingida é um texto a mais por mês que eu me comprometo a publicar, para que você possa continuar acompanhando essa jornada.</p><p><br /></p><p>Então bora ajudar a manter o Blog?</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p><p>Acesse a nossa página no Apoia.se, compartilhe com os amigos e ajude o Mãe Bipolar a se manter por aqui!</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-50057984530023633462021-08-04T19:01:00.001-03:002021-08-04T19:01:27.110-03:00Sobre Mitos e Instabilidades<p><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white; color: #050505; white-space: pre-wrap;">"Hoje é um daqueles dias em vou de um extremo a outro em poucos minutos. Um gatilho bobo desperta uma série de sensações e pensamentos que mudam meu humor, tão alegre e animado pela manhã, e me deixam a mercê dessas nuvens de desânimo, tristeza e pessimismo.</span></span></p><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: arial;">Quando convivemos e entendemos o que se passa há tantos anos como eu aprende-se a não ouvir os raios da tempestade com tanto medo. É mais fácil, na verdade, ter medo do sol pois ele é sem dúvida o responsável por derreter a cera que cola as asas de Ícaro...</span></div></div><div class="o9v6fnle cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto"><span style="font-family: arial;">O importante é saber que não importa quão assustador seja o labirinto, a saída é logo ali. E não precisamos ter medo do minotauro visto que ele nada mais é que nosso reflexo do outro lado do espelho..."
Esses paragrafos são de 1 ano atrás. Eles não poderiam ser mais reais hoje, como são na verdade há tantos anos. Indo e vindo nos mares do transtorno bipolar, estamos fadados a lidar com as ondas que se jogam na praia.</span></div><div dir="auto"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div dir="auto"><span style="font-family: arial;">Nas ultimas semanas eu entrei numa crise muito forte de depressão. Muito forte mesmo. Tem sido dificil pra mim, tem sido muito dificil para quem esta do meu lado passando por isso comigo.
Checamos os fatores que serviram de gatilho: momentos de muita intensidade emocional no trabalho, na vida pessoal, junto com uma tentativa de trocar de medicamento depois de mais de 10 anos com a mesma medicação parece terem sido um combo certeiro na estabildiade que eu vinha construindo.
Mas ao encontrar os motivos, faz-se o que é necessário para melhorar: primeiro, começa se respeitando o momento. Entender e aceitar, se dar tempo, mas também usar as estrategias que foram construidas nos anos de tratamento para ajudar a modificar e dar a tal "virada positiva". Isso por vezes envolve gastar com coisas superfulas, ou se dar um bate papo regado a vinho. Uma noite romantica. Um ato impulsivo. Desde que não faça mais mal do que bem, estamos no jogo para sair da depressão então muita coisa se torna permitida.
E essa semana começou melhor. As nuvens no céu não parecem mais tão negras. Os sorrisos são mais fáceis. A memoria ainda esta um caco. E parece que essas duas semanas tivram 1 ano inteiro de duração tamanho o cansaço. Mas hoje eu estou melhor.
Retomei a medicação anterior que me serve ha tantos anos: nem sempre economizar $$ deve ser o seu foco principal. Foque no que faz bem.
E vamos seguindo. O caminho para o fim do labirinto é longo, e as vezes o minotauro nos alcança. Podemos as vzes sair voando, desde qu tenhamos cuidado para não voar perto demas do sol.
</span></div></div>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-51196789409320022402021-07-05T08:45:00.003-03:002021-07-05T08:48:46.764-03:00Aquele sobre ser bipolar e mãe<p> Olá, eu sou a Di. Caso você tenha chegado por aqui agora e ainda não me conheça.</p><p>Eu sou mãe da Rebeca, uma menina maravilhosa de 11 anos.</p><p>E eu sou bipolar.</p><p>Desse tipo diagnosticado mesmo. Com CID e tudo.</p><p>Pra quem quiser saber mais da minha história, eu vou recomendar ler uma série de posts que tenho contando um pouco do começo da minha trajetória. Eles chamam "A minha história". Da uma busca no blog. 😉</p><p>Por agora o resumo é que sou diagnosticada desde os 13 anos de idade, comecei o tratamento em 2004 aos 22 e levei e levo ele muito a sério por um objetivo muito claro: eu descobri que eu queria ser mãe. E eu entendia o que eu precisava fazer para alcançar esse sonho e me tornar a mãe que eu queria ser.</p><p>Depois de 5 anos de tratamento até alcançar a estabilidade eu realizei esse desejo e conquistei o direito de ter minha Rebeca.</p><p>E durante 10 anos eu me dediquei a ser a melhor mãe que eu podia ser.</p><p>O resultado disso foi uma filha saudável, companheira, amiga, empática, preocupada com o mundo ao seu redor, crítica, bem educada e que entrou na pré adolescência pronta pra começar a se virar sozinha e dar os próximos passos.</p><p>E no momento que ela já não precisa da minha dedicação integral 24h/7dias da semana, eu me vi em águas misteriosas, podendo voltar meus olhos para mim mesma novamente.</p><p>Isso trouxe uma onda de coisas boas mesmo em meio a uma Pandemia. Trouxe muita instabilidade emocional também pra eu ter que navegar, mas nada que não seja possível de lidar.</p><p>Ao longo desse meu caminho eu tive a sorte de ser uma pessoa muito consciente. Por ter convivido desde a infância com minha mãe com Transtorno de Pânico e entender isso como uma doença com tratamento e capaz de ser vencida - eu vi isso! - quando eu me vi em uma crise que parecia sem volta eu fui capaz de parar, entender o que estava acontecendo comigo, e buscar ajuda médica.</p><p>Foi iniciativa minha. No meio de uma crise depressiva. Um momento de lucidez no meio de uma tempestade.</p><p>Com o blog eu tive a chance de conhecer, e espero que ajudar, muitas pessoas que de repente se viram com esse diagnóstico cheio de tabus e precisavam de um apoio e de um exemplo que era possível ter uma vida boa, útil, feliz, e que não precisavam abandonar seus sonhos, muitas vezes de ter uma família.</p><p>No máximo teriam que desacelerar, respirar, aprender novas formas. Mas que um diagnóstico não é uma sentença.</p><p>E ser bipolar não define quem somos. É apenas mais uma das nossas características. E podemos conviver com isso.</p><p>Eu não escrevo mais com tanta frequência. Minha vida anda bem corrida e disso eu não tenho do que reclamar. Tenho vivido um segundo sonho.</p><p>Mas sinta-se a vontade para vasculhar nos arquivos daqui do blog. Pode ser que você encontre algo que se assemelhe ao que está vivendo agora. Talvez algo que te dê uma luz, ou uma mão.</p><p>E continue por aqui. Ainda vamos nos ver muito nessa viagem.</p><p><br /></p><p>Boa semana pra vocês!</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-78290016119182793122021-06-28T15:40:00.002-03:002021-08-04T19:04:29.467-03:00Sobre Luciano e Caio e o Dia Internacional do Orgulho LGBT<p> Ja contei que tenho um Canal no Youtube chamado Onde Esta Minha Mente e que eu escrevo os roteiros para nossos videos.</p><p><br /></p><p>Ja contei que nossos videos são interativos, no estilo Voce Decide, e você pode ir escolhendo como quer que a historia continua clicando nas escolhas ao fim de cada video,</p><p><br /></p><p>Eis que hoje nós lançamos o Primeiro Video com um Roteiro Meu.</p><p>E eu tenho muito orgulho dessa historia. Hoje foi o Lançamento da história Lucianoe Caio na minisserie em 5 episodios O restaurante.<br /><br /><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://youtu.be/vtjK3T9deo4" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://1.bp.blogspot.com/-d8wPJQI8VC0/YNoXap_VayI/AAAAAAAAhvU/zv2KZPOHWjEaJ09t5E913jBU5C1SSnLWwCLcBGAsYHQ/s320/poster_lu-caio-post.jpg" /></a></div><br /><p>Luciano e Caio conta ahistória de Luciano, um homem gay que decide assumir sua sexualidade ao mesmo tempo que se declara para Caio, seu melhor amigo.</p><p>E cabe a você decidir como Caio irá reagir.<br /><br />Como você reagiria?</p><p><br /></p><p>Nós decidimos lançar esse video hoje em especial por ser o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Por que uma das coisas que eu espero é poder ver mais e mais histórias sobre casais LGBT. Sobre amor. Sobre sentir orgulho de si mesmo. Sobre ser livre. E sobre como lidar com o outro quando não somos aceitos também.<br /><br />Luciano e Caio faz parte de uma minissérie em 5 episodios, onde cada uma das historia sé feita pra você pensar, sentir, se emocionar, e tomar suas decisão de como seguir.</p><p>Venha você também prestigiar minha estreia, assistindo e compartilhando e comentando em Nosso Canal.<br /><br />Você pode assistir <a href="https://youtu.be/vtjK3T9deo4" target="_blank">LUCIANO E CAIO CLICANDO AQUI</a></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-64766785638894959222021-06-11T09:14:00.003-03:002021-06-11T09:25:47.969-03:00Sobre 2021 e o segundo ano da pandemia<p> A Pandemia me pegou em cheio esse ano. Minha vida tem sido uma série de instabilidades que eu não sentia ha anos. Mesmo assim sinto que não posso reclamar muito: muita coisa boa esta acontecendo na minha vida. Muita mesmo.</p><p><br /></p><p>Mas a bipolaridade e a depressão nem sempre fazem muito sentido, não é mesmo?</p><p><br /></p><p>Passei os primeiros meses de 2021 numa depressão que variava de forte para média. Tenho tentado trabalhar isso e naveegar por essas águas. Tenho sucesso sim, mas ainda tem muitas ondas nesse oceano.</p><p><br /></p><p>O que tem me ajudado muito é o trabalho. Por mais que ainda seja um trabalho não remunerado, é verdade, e isso seja um problema bem sério, eu estou trabalhando exatamente com o que eu amo fazer: eu escrevo. Eu cuido. Eu organizo.</p><p><br /></p><p>Pra quem chegou agora, eu, junto com meu companheiro e um grande amigo, tenho um Canal no Youtube chamado <a href="https://www.youtube.com/c/OndeEst%C3%A1MinhaMente/featured" target="_blank">Onde Esta Minha Mente</a> (só clicar em cima pra ir conhecer). É um canal de filmes e ´series interativos, onde o espectador pode escolher os rumos da história clicando em opções que aparecem na tela no final de cada bloco, escolhendo o final da história. É uma mistura de curta-metragem e jogo de RPG.</p><p>Eu sou roteirista e produtora do Canal. Nós iniciamos no ano passado, de forma timida, e ainda estamos nos ajustando, mas o fato é que isso me deu mais que um trabalho, me deu um rumo!</p><p>Eu sempre quis viver de escrever. Sempre. Desde que aprendi a escrever aos 7 anos de idade eu sabia que era isso que eu queria fazer da minha vida. Mas até hoje, e eu tenho agora 39 anos, eu nunca havia me permitido me dedicar a isso por causa da tal história de "você precisa primeiro ser capaz de se sustentar sozinha" e etc. </p><p>Pois ai veio uma pandemia e não poder sair de casa e ter que sentar e esperar a coisa toda passar de repente, pra mim, foi a oportunidade que faltava. Se eu não poderia fazer as tais coisas uteis, eu finalmente poderia me dedicar a isso sem culpa.</p><p>E ai meu amigo me trouxe a ideia do canal e sugeriu que eu escrevesse um roteiro. Eu aceitei sem saber o que eu estava fazendo, eu nunca tinha feito um roteiro na vida, mas parecia divertido.</p><p>E um roteiro de um video virou o roteiro de uma minisserie. E quando nós fomos gravar... Quando eu vi o que eu tinha escrito criando vida e se transformando na minha frente.... Eu soube:</p><p>É isso que eu quero pra minha vida.</p><p>E eu não tinha tanta certeza de algo desde que eu decidi que eu queria ter filhos. Desde que eu quis ter a Rebeca.</p><p>É isso que eu quero pra minha vida.</p><p>De lá pra cá escrevi muito mais, gravamos vários outros filmes que estão sendo preparados para lançar no Canal do Onde Esta Minha Mente, mas eu também fui atrpas de aprender de verdade esse oficio. Tenho feito cursos, lido, tenho planos de voltar pra faculdade e fazer uma nova graduação na área.<br /><br /></p><p>Tenho planos. </p><p>Tenho sonhos.</p><p>Tenho algo meu e que me faz sentir eu mesma de novo.</p><p>Mas ai tem a tal da bipolaridade pra lidar. E a pandemia. E as responsabilidades.</p><p>Só que eu tenho tanta certeza do que eu estou fazendo que nada disso tira meu foco. Então eu vou atrás de como lidar com tudo isso, como equilibrar as coisas, como me equilibrar.</p><p>Retomei com minha antiga psiquiatra. Vou ajustar minha medicação. Assim que possível retomo a terapia. Tenho uma boa rede de apoio, não me escondo, aceito e procuro ajuda. Encontro essa ajuda as vezes de onde não espero. </p><p>Tenho a Rebeca. Ela é meu norte, minha motivação, minha companhia, minha principal motivadora. Ela ouve e le minhas histórias antes que todos os outros. Ela senta e fica comigo, e já pediu para acordar mais cedo para poder escrver comigo ants da aula. Ela se torna cada vez mais independente e tem cada vez mais sua proria vida e seu prorprio mundo me dando espaço e me mostrando que eu posso sim me concentrar em mim e nos meus sonhos. Pois ela esta ali pra caminhar comigo.</p><p>Tem dias que eu mal consigo levantar da cama. Sinto muita vontade de chorar, muitas vezes, quase todos os dias. Tenho crises de ansiedade frequentes, as vezes com gatilho, as vezes por nada.</p><p>Não leio muito as notícias. Mas não me permito me alienar também. </p><p>Espero que essas tempestade no mundo passe e possamos todos chegar salvos a praia. Hoje, navegamos em águas misteriosas.</p><p>Por sorte eu encontrei um mapa e uma bussúla para me ajudar a seguir navegando.<br /><br />Aproveite e conheça o Canal: <a href="https://www.youtube.com/c/OndeEst%C3%A1MinhaMente/featured" target="_blank">"Onde Esta Minha Mente"</a></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-91360190124972170342021-04-24T09:39:00.000-03:002021-04-24T09:39:49.069-03:00Me Ame <p> Me ame.</p><p>Me ame um pouco hoje,</p><p>E me ame um pouco mais amanhã.</p><p>Me ame todos os dias,</p><p>Até o dia que o amor acabar.</p><p>E se esse dia realmente chegar,</p><p>Me ame mais ainda,</p><p>Pra que esse amor possa voltar a queimar.</p><p>Me ame todos os dias</p><p>Enquanto o mundo girar.</p><p>Me ame muito, </p><p>e pouco, </p><p>e me ame mais. </p><p>Me ame dia e noite, </p><p>enquanto o sol ou a lua brilhar...</p><p>Me ame,</p><p>Para que juntos,</p><p>De mãos dadas,</p><p>Possamos o caminho trilhar.</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-89436153157286508482021-01-28T08:19:00.001-03:002021-01-28T08:19:13.765-03:00Apoia.se Mãe Bipolar Filha Jacaré!<p> Queridos amigos, seguidores, pessoas queridas do meu coração. Depois de muitos anos eu decidi me aventurar e tentar uma coisa nova aqui no blog. Criei uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a manter o Blog!</p><p>Sim!</p><p><br /></p><p>Agora o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré tem um Apoia.se !</p><p><a href="https://apoia.se/maebipolar">https://apoia.se/maebipolar</a></p><p><br /></p><p>Segue abaixo a descrição:</p><p><br /></p><p>Olá pessoas queridas! A vida tem dessas, não é mesmo? Eis que depois de 11 anos mantendo o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré me vejo navegando em águas desconhecidas. Eu gosto muito de escrever o Blog e manter esse registro do meu cotidiano.</p><p><br /></p><p>Ha 11 anos atras eu comecei o Blog com a intenção de ter um espaço para dividr essa experiência de ser uma pessoa com Transtorno Bipolar que decidiu ser mãe, apesar de todas as dificuldades inerentes a isso. Mais como um exemplo de como é a vida, para que outras pessoas que como eu e se veem com um novo rotulo entre tantos da vida, pudessem encontrar nas minhas histórias um lugar de conforto, de reconhecimento, e não se sentissem sozinhas em seus mundos e indagações.</p><p>Ao longo de todos esses anos eu conheci pessoas incríveis, tive várias oportunidades, tentei ajudar quem me procurou como pude, e mudei. Mudei muito. E a cada fase, a cada tombo, a cada acerto, eu tentei trazer da melhor forma as minhas experiências, passadas, presentes, e expectativas de futuro. Sempre de um jeito que você pudesse se sentir acolhido como eu gostaria de ser.</p><p><br /></p><p>E eu quero poder continuar a fazer isso. Quero mesmo. E é aqui que você entra. Com uma pequena contribuição pra ajudar essa pessoa aqui a se manter e poder dedicar um pouco do meu tempo e carinho para continuar esses relatos, que eu espero ja tenham te trazido algo bom.</p><p>A cada meta atingida é um texto a mais por mês que eu me comprometo a publicar, para que você possa continuar acompanhando essa jornada.</p><p>Então bora ajudar a manter o Blog?</p><p><br /></p><p>Acesse a nossa página no Apoia.se, compartilhe com os amigos e ajude o Mãe Bipolar a se manter por aqui!</p><p><br /></p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-458679359467967382.post-39547785806485145852021-01-26T22:25:00.003-03:002021-01-27T09:46:27.957-03:00Porque eu (quase) nunca grito<p> </p><p><span style="font-size: x-small;">Aviso de Gatilho - alguns assuntos abordados podem servir de gatilho para pessoas em momento de fragilidade. </span></p><p>2021 não começou fácil pra mim. Me sentindo deprimida e sobrecarregada, problemas financeiros, com a família, o trabalho não indo pra frente porque todos estão passando por algum processo pessoal que demanda atenção e tempo. Já bastante fragilizada, acabei entrando em uma discussão em que algo aconteceu que simplesmente me devastou por dias.</p><p><br /></p><p>Eu tive que gritar.</p><p><br /></p><p>Eu não grito. Eu posso, numa discussão, levantar a voz, mas isso é diferente de gritar. De perder o controle. Eu não grito.</p><p>E existe um motivo para que eu evite discussões e, especialmente, gritar a quase qualquer custo. E é sobre isso que quero falar.</p><p>Eu conversei com um amigo sobre o que havia ocorrido e enquanto ele me confortava ele perguntou porque eu fazia isso. Porque eu me segurava tanto. Porque eu aguentava situações que mereciam um grande "Vai tomar no C..." em silencio, ou me controlando. Se as vezes eu não deveria me dar o direito de não me controlar.</p><p>E eu pensei, e tentei explicar.</p><p><br /></p><p>Em 2002, 2003, quando eu tive a minha maior crise que me levou a ser internada, foi um momento da minha vida que eu não tinha nenhum controle das minhas emoções. Tudo era demais, intenso demais, forte demais, dolorido demais. Eu sentia uma dor dentro de mim que eu não sou capaz de descrever. Uma vez eu me referi a ela como "uma dor na alma" e já ouvi essa descrição de outras pesssoas. </p><p>Era insuportavel. Eu me sentia presa naquela dor. Eu sentia a necessidade de me machucar fisicamente para tentar colocar pra fora de mim a dor que eu sentia por dentro. E quando eu perdia o controle, naquele momento, tudo aquilo, toda aquela dor, me dominava, eu tremia, chorava, e sentia que não podia suportar aquilo tudo.</p><p><br /></p><p>Mas eu faço tratamento desde então e eu nunca mais tive uma crise igual a essa. Mesmo. Tive outras crises mas nunca mais cheguei tão fundo.</p><p><br /></p><p>Mas tem esse porém. </p><p>Eu vivo me controlando o tempo todo. O tempo todo. Existe esse fantasma que me segue e com o qual eu convivo todos os dias de saber que um dia isso pode sim acontecer de novo. E me controlar foi o meu jeito de aprender a lidar com as crises mais leves que vieram e administrar meus sentimentos de novo.</p><p>Mas discutir é uma coisa complicada, né? Como discutir sem sentir a emoção ficar mais forte? Sem se exaltar?</p><p>Pois eu tento. Muitas vezes consigo. Mas é um exercício. E determinação.</p><p>E eu não grito.</p><p>Porque quando eu grito, se eu cheguei em um ponto da discussão em que eu acho que eu preciso gritar - muitas vezes não para agredir, mas na tentativa de chamar a atenção da outra pessoa, dar um susto, de forma que a pessoa preste atenção em mim e volte a me ouvir - essa intensidade me leva de volta aquela dor. Aquela intensidade que eu sentia antes do tratamento. Eu sinto a dor correr o meu corpo denovo durante os minutos que eu me permito gritar e sentir isso. </p><p>Doi. Doi muito. Eu começo a tremer, eu sinto que perco o controle do meu corpo, de mim mesma. E doi.</p><p>E uma das coisas que eu sinto, hoje, que me mantém, é que eu me amo muito. Eu amo muito a minha vida. E ninguém merece a minha dor.</p><p><br /></p><p>Ninguém merece a minha dor.</p><p>Então eu não vou dar isso de graça a qualquer um. Me custa tanto, me custa demais. E eu não vou ceder a minha integridade pra quem não merece 1/10 de mim.</p><p><br /></p><p>Ninguém merece a minha dor.</p><p><br /></p><p>E ter conseguido externar esse sentimento, essa certeza, foi algo... Libertador.</p><p>Eu me sinto mais em paz comigo mesma de ter consciencia disso. De ter conseguido racionalizar e explicar e poder falar sobre isso, hoje, quase 20 anos depois.</p><p><br /></p><p>Acho que é uma mensagem importante: Se ame. Se ame muito. Se priorize. Seja a pessoa mais importante na sua vida. Você merece o seu proprio bem.<br /><br />Ninguém merece a minha dor porque EU mereço o melhor de mim.</p>Dihttp://www.blogger.com/profile/06129565501247588595noreply@blogger.com0