Estamos no final de Julho e estamos de semi-quarentena aqui em São Paulo desde final de março. Tudo dura muito mais do que deveria, do que é aceitavel, do que é possivel...
Com a quarentena Taz não pode ir trabalhar. Ele trabalhava dirigindo transporte escolar e estava transitando para passar a ser motorista de aplicativo. Haviamos acabado de fazer um investimento voltado pra isso quando a quarentena começou. Com o Corona virus tão disseminado na população ele continuar trabalhando com isso é arriscado demais e ele é basicamente o suprassumo do grupo de risco: homem, obeso, hipertenso, pre diabetico e asmatico.
Não, sem chances, se expor é arriscado demais.
Mas então fazer o que?
Temos alguns projetos em andamento. Temos planos. Muitas ideias. E outras tantas surgem a todo momento. Poucas, infelizmente, chegam a uma conclusão. Nenhuma delas é para retorno imediato.
E eu me vejo perdida no meio das ideias, tentando produzir algum conteudo aqui e ali nas diversas frentes que se apresentam. Tento focar e isso me parece impossivel. As vezes passo dias sem conseguir fazer algo concreto para ter dois ou três dias de maior produtividade. Mesmo assim não consigo concluir nada e a sensação de frustração cresce.
O dia a dia cobra minha presença, minha atenção. A rotina, a casa, as contas, o marido doente, a escola da filha...
Esse fim de semana eu não fiquei muito bem. Esses ultimos dias... E o que houve foi que eu quis fugir e me esconder onde encontrei conforto. Me desligar da realidade por algumas horas, alguns dias, me perder nos momentos de aconchego. Dengo.
Mas se é facil me perder nessa vontade, é o oposto voltar a cabeça para o que precisa ser feito.
Tento não me cobrar demais. A verdade é que me cobrar me culpando pelo que não fiz, ou pelo que fiz e não deveria ter feito, ou por me permitir, não leva a absolutamente lugar nenhum. A culpa nunca nos leva a lugar nenhum que seja bom.
Chacoalho a cabeça tentando afastar esse sentimento. Deito a cabeça no travesseiro e durmo o maximo que posso. Sim, essa é a resposta para os momentos de angustia, dormir. Meu mais fiel tratamento, sempre funciona, é apenas uma questão de dose: algumas noites a mais ou a menos, mas sempre funciona.
Acordo no dia seguinte com a energia renovada, com a cabeça mais limpa, e procuro encontrar na tela do computador o foco perdido.
Temos planos, projetos, ideias, e eu quero poder fazer o que depende de mim, o que eu me propus, o que me diverte e me faz sentir mais util.
Mexo no site aqui, escrevo mais um pouco ali... Coordeno a criação de uma musica. Coordeno as pessoas a minha volta, organizo a rotina da casa, me mostro disponivel para ajudar um amigo.
Faço café.
Farei um pouco mais hoje. O importante é não desanimar e continuar em frente, mesmo que devagar.
Apenas levantar e continuar em frente.
Tomo meu café e escrevo. Isso me preenche. O café é doce.
Não existe açucar demais.
O tempo realmente está passando devagar demais.
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