De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

sábado, 16 de março de 2024

Sobre adoecer e se curar

 Depois da minha  separação em fevereiro de 2022 eu entrei em uma depressão profunda.

Vivi um processo de luto intenso e duro, sofri demais pela decisão que tomei mesmo não me arrependendo dela. 

Saber que a relação tinha alcançado o limite de onde poderíamos ir juntos não fez a dor ser menor e nem o processo de deixar pra trás todos os sonhos que sonhamos juntos menos triste e difícil.

E eu passei 2022 praticamente inteiro sem conseguir cuidar da minha alimentação e por consequência a da Rebeca. 

Rebeca que viveu todo esse luto também, em silêncio,  lutando sozinha com o trauma e o medo de ficar sozinha, de ser deixadas pra trás e ser negligenciada.

E nós duas nos afogados na comida e principalmente nas massas e no fast food.

Ganhamos muito peso, e como consequência problemas de saúde. Colesterol alto foi o mínimo.

Eu vivi 2022 comendo miojo com salsicha e queijo ralado. Essa era a minha alimentação básica.

Rebeca comia macarrão com molho  e queijo ralado, sanduíches,  muitos doces.

A depressão era real para nós duas. 

Em 2023 queríamos nos cuidar, mas algo aconteceu. 

Eu comecei a ter problemas para comer. Eu comia cada vez menos, não conseguia engolir. Me sentia muito fraca, não conseguia carregar pesos ou subir um único degrau de escada sem ajuda. Minha força simplesmente havia me abandonado.  

Eu perdia peso muito rápido. Não tinha energia pra ficar acordada. 

Eu tive muito medo. E comecei a ir em médicos,  um atrás do outro,  para entender o que estava acontecendo comigo.

Foi só em Julho do ano passado que fiz um exame que mostrou que eu estava com um problema grave de gordura no fígado e uma fibrose hepatica moderada.

E a única coisa que eu podia fazer era mudar totalmente minha dieta,  adotando hábitos saudáveis,  e fazer exercícios físicos,  de forma que eu perdesse peso sim, mas muito mais devagar e de forma controlada e saudável. Eu não podia tomar remédios para ajudar. Era eu comigo mesma.

Eu estava doente, desnutrida, a perda de peso repentina tinha queimado minha massa muscular e não a gordura apenas. Eu precisava agir pra recuperar isso.

E foi o que eu fiz.

Eu mudei a alimentação em casa, aumentando o consumo de frutas, legumes, verduras, proteínas e cereais. (Entenda por arroz,  feijão,  carne, legumes e saladas), cortar os doces pra uns 20% do que era antes, passar a beber água,  muita água, quase nada de refrigerante, e fazer exercícios de 3 a 5 vezes por semana.

Não foi fácil, até porque eu tinha dificuldade para comer nas quantidades adequadas. Entenda, eu não comia demais, eu comia de menos. Era difícil terminar uma refeição inteira, mesmo ela sendo medida na balança como a nutricionista tinha indicado.

Mas eu encontrei prazer em cuidar de mim. Ir a academia me dava energia e fazia eu me sentir bem. Ver minhas forças voltando mes a mês me motivava.

Rebeca foi vendo esse processo e do lado dela ela lutava sua batalha pessoal contra a depressão e o transtorno de ansiedade. Mas ela via meus resultados e começava a querer isso pra ela também.

De Julho pra cá eu mudei meus hábitos. E ontem eu recebi o resultado do exame de acompanhamento dessa doença e tive a melhor notícia que poderia ter:

A de que estou curada. 

Não tenho mais fibrose ou gordura no fígado. Todos os indicadores voltaram a normalidade. Eu estou mais saudável do que fui nos últimos 15 anos.

E valeu a pena.

Eu estou tão feliz e tão aliviada!

Depois de tudo que passei e do medo que senti e ver que meu esforço deu resultado... 

Eu fico feliz toda vez que consigo subir uma escada. 

Eu olho pra esse resultado e penso "Uau! Olha o que eu conseguir, onde eu cheguei! E se eu continuar fazendo o que estou fazendo agora? Onde mais eu consigo chegar? Até onde eu consigo ir?"

Me sinto pronta pra mais um desafio e pra ir além.

Esse ano as coisas começaram diferentes pra mim. Estou com 2 trabalho free-lance em andamento, estou trabalhando nos meus projetos pessoais, estou fazendo faculdade e cursos livres, estou me cuidando  e cuidando da Beca.

É como se a vida tivesse começado a entrar nos eixos. 

E eu estou feliz.

Hoje eu estou muito feliz.

Cuidem-se. Saúde não tem preço,  seja mental ou física. Cuidem-se. Vale a pena.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Sobre começar 2024

Desculpem o sumiço.  Sim, eu sei, foram meses. Mas tive bons motivos.
A verdade é que passei 2023 doente e correndo atrás de recuperar minha saúde. Fisicamente mesmo. Um problema no fígado que me fez emagrecer involuntariamente mais dee 35 quilos.

Mas, hoje, não é sobre isso que eu quero falar.

Quero falar de começos.

Tirei Dezembro e Janeiro de férias de verdade. Aproveitei para viajar com minha irmã,  passar tempo com família e amigos, descansar, comer besteira. Acompanhei a temporada de NFL na TV, sai com a Beca várias vezes, assisti filmes na TV e fui ao cinema.

Chegamos em Fevereiro e meu ano oficialmente começou.  As aulas da pequena voltaram, eu comecei um freela que minha irmã conseguiu pra mim, os projetos estão fumegando na minha cabeça, a faculdade que decidi fazer esta para começar logo depois do Carnaval, e as inscrições de eventos e concursos está a toda obra.

Quero falar que decidi fazer faculdade esse ano. Vou fazer Produção Audiovisual e tirar meus DRTs, me profissionalizar pra poder bancar a empresa que abri ano passado.

E comecei um freela e estou procurando outros, porque não dá pra viver de sonhos e enquanto os sonhos não bancam as contas corremos atrás do capitalismo mesmo.

A Beca está melhor daa depressão. Ano passado foi muito difícil pra ela, perigos de repetir de ano, crises e mais crises de pânico na escola. Mas com acompanhamento de terapeuta e médico, medicação ajustada, ela começou o ano melhor.
Voltou a fazer aulas de dança e vai fazer um curso de teatro fora da escola. Esta feliz.

Eu quero colocar a vida pra frente.
Ano passado foi tempo de cuidar, de aprender finalmente a comer de forma saudável e encontrar prazer nisso. De descobrir que gosto de ir na academia. E que poder subir um lance de escadas é importante.

Eu estou melhor e me sinto finalmente preparada a colocar minhas ideias em andamento. Manter e financiar o canal do OEMM mas também tantos outros.

Tem tanta coisa que eu quero fazer....

Meu momento é de planejar e organizar para saber priorizar cada coisa e colocar tudo pra frente, mas uma coisa de cada vez.

Começamos aqui.

E você? O que vai fazer esse ano?

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Sobre saudade e sentimentos confusos

 Faz 1 ano e meio que eu e meu ex-marido nós separamos.

Nós nós damos bem e convivemos bastante ainda. Semana passada fomos ao cinema 2 vezes juntos, uma com nossa filha assistir Barbie e outra com um amigo assistir Oppenheimer.

Ele me ajuda bastante indo comigo em médicos e exames, meus ou da Beca. Ele e a Beca tem seus próprios programas de pai e filha, e eu e ele ainda trabalhamos juntos no projeto OEMM.

Mas não é sobre isso. Ou talvez seja também.

Faz um ano e meio e eu muitas vezes ainda me pego chorando com a dor da perda. Porque eu perdi muita coisa.

Faz um ano e meio e eu sinto muita saudade de ter ele comigo todos os dias, de ter ele comigo para conversar e dividir as coisas e a vida.

Faz um ano e meio e quando esse sentimento vem junto com ele vem as lembranças de como estávamos nos tratando nos últimos tempos.

E das vezes que ele foi cruel falando comigo, ou mentiu pra mim e eu relevei porque "enquanto a gente quiser a mesma coisa podemos suportar tudo".


E me dói ver que eu quebrei.

E que dar um fim ao casamento eu quebrei ele de vez.

Mas que nem assim eu acredito que as coisas mudaram. 

Porque eu entendo que eu mudei e uma coisa que eu mudei foi de não conseguir mais lidar com um passado que me machucou tanto quanto me trouxe alegria.

E que no fim, por mais que eu ame ele até hoje e sinta falta da nossa família, eu não consigo ver a gente voltando ao que era.

Porque eu não quero voltar ao que foi. Eu quero seguir em frente.

Mas as vezes é duro sofrer essa dor que não passa sozinha. Porque a maioria das pessoas não entende o que é terminar um casamento de 23 anos. 

O que é quebrar uma família.

Hoje está doendo.

Amanhã é outro dia.