De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Fase

Fases

De pronto eu nego a realidade
Muito dura, difícil, injusta.
Não pode ser verdade, não é certo
Algo deve estar errado, oculto,
Escondem de nós, uma brincadeira,
Ou somos nós que nos escondemos
Daquilo que para nos é insuportável?

Dentro de cada um queima,
Fogo ou frio,
Devora a cada dia
A capacidade de raciocínio,
A paciência, a clareza,
O prazer, a conversa
Um briga interna que não se acaba,
Eterno diálogo inflamado com si mesmo,
Talvez na esperança de apagar a dor.

E conforme o tempo sopra o calor pra longe,
Uma leve brisa abranda a alma,
Que tenta racionalizar o inevitável.
Questionamos cada frase, cada lágrima,
Buscamos sentido
Pois no sentido deve morar a resposta,
Ressignificar, entender, abrandar.
A certeza vira dúvida, a dúvida vira pergunta,
A pergunta pede calma,
Mas nenhuma delas muda o fato.
O fato está la,
A dor é real,
Não podemos fugir,
Ou brigar,
Ou relevar.
Doi. 

É a sensação de perda.
Perdemos.
Perdemos o passo, a hora
Perdemos o dia, o mes
Perdemos a vontade, o sorriso
Perdemos a saída, a janela
O rumo.
Perdemos o amigo,
A família,
O amor.
Temos um medo enorme,
Indescritível
De perder a vida,
Ou pior,
De em vida perder a si mesmo.

É real.
Não foi um sonho,
Um pesadelo,
Uma piada.
Foi um segundo,
Um piscar de olhos,
Uma escolha ruim,
Um reflexo...
Mas se perdemos algo,
Que a cabeça pese,
Mas não se perca.
Doi.
Vamos perdoar nossa fraqueza,
E deixar o tempo levar embora
Cada grão que fecha nossos olhos,
E que cada lágrima lave a face,
E com ela escorra em gotas 
A pontada no peito
Indo embora.
Que a gente se permita sofrer,
E que a permissão seja nosso perdão.
Que a gente entenda que pode
Sentir a dor
E ainda sim continuar em frente.
E que com isso em mente,
A dor vire força,
A falta saudade,
O amor seja a segurança
E cada passo seguinte 
Saibamos,
Não estamos sozinhos.

Resiliência

Resisto. Decidi que hoje não me renderei  ao medo ou a melancolia. Serei feliz, continuarei, manterei quem amo o mais próximo que puder.
Continuidade e resiliência.
Hoje eu decidi continuar aqui.
Trazer um pouco de paz e normalidade a uma cabeça confusa.
Quis compartilhar isso com você. A vida continua e é nas pequenas coisas e nos pequenos gestos que nos lembramos de respirar fundo e admirar o belo.
Temos arte. Temos amor. Temos uns aos outros.
Hoje eu decidi resistir ao medo e ser feliz.
Hoje.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Aquela sobre a receita de família..

As vezes a gente está tão familiarizado com uma coisa que esquece que nem sempre os outros tem as mesmas referências.

Hoje na terapia eu repeti muito do que escrevi no meu post do blog sobre me reencontrar. E quando falei da minha pobre alimentação básica atual, com minhas conforto doida caseiras, ela achou graça da história da pizza de salsicha.

Então me toquei que essa realmente e uma referência muito pessoal. É um prato que minha mãe fazia quando eu era criança.
Aliás, os três pratos que formam minha alimentação atual são da minha infância, não precisa ir muito longe pra entender ao que isso me remete.

Minha mãe nunca foi muito de cozinhar. Não gosta, não sabe fazer muitas coisas, mas tem esses pratos específicos que ficaram guardados na minha memória e no meu emocional.

Tem a pizza de salsicha. E tem o arroz com ovo e queijo.

Então pra coroar esse fim de semana de eleição nada mais posso fazer a não ser compartilhar com você a receita dessas comidinhas práticas e salvadoras.

Bom apetite!

Pizza de Salsicha (Serve 3 pessoas):

Ingredientes:
6 fatias de Pão de forma
1 xícara de molho de tomate pronto
9 salsichas
9 fatias de mussarela

Preparo:
Cozinhe as salsichas até levantar fervura.
Coloque as fatias de pão em uma assadeira, uma ao lado da outra (deixe um espacinho entre elas pro queijo não grudar).

Espalhe uma colher de sopa de molho de tomate em cada fatia de pão cobrindo ele todo.

Pegue as salsichas cozidas ainda quentes e corte elas ao meio, de comprido, tirando a ponta de modo que cada metade tenha o tamanho da fatia do pão de forma.
Arrume cada fatia de salsicha uma ao lado da outra em cima do pão. O ideal é usar uma salsicha e meia em cada pão e completar o espaço que falta com as pontas que você cortou antes da salsicha, para evitar perdas. Faça isso ate completar todas as fatias de pão com todas as salsichas. (Costuma sobrar umas pontinhas, coma ou de pras crianças)
Cubra cada fatia com a mussarela. Eu costumo dobrar a fatia de mussarela de forma a cobrir o pão e uma das pontas ficar dupla. Depois eu corto outra fatia de mussarela nomeio e cubro apenas a parte mais fina da cobertura.

Leve ao forno alto por aproximadamente 20 min ou até o queijo ter derretido a gosto.

Coma com o molho de sua preferência. Eu gosto de mostarda!



Arroz com ovo e queijo (serve 1 a 2 pessoas):

Ingredientes:
2 ovos
2 xícaras de arroz branco pronto
3 fatias de mussarela
1 colher de manteiga
Sal a gosto.

Preparo:


  • Derreta a manteiga numa panela alta. Lembrando de não quebrar os ovos direto na panela, adicione os dois ovos para fritar na manteiga e adicione sal a gosto. Mexa os ovos como para fazer um ovo mexido. Quando os ovos estiverem num ponto semi cozidos, já mais concistentes mas ainda moles adicione o arroz e mexa misturando tudo. Adicione as fatias de mussarela uma a uma, picando e misturando ao arroz. Frite essa mistura ate o queijo estar todo derretido.
  • Sirva quente.
Bom fim de semana!

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Sobre eu poesia...

Sou a soma de tudo que penso,
Sou parte de tudo que vejo,
Sou carne e sentimento,
Sangue e pensamento,
Emoções ao vento...

Sobre sorrisos e lágrimas,
Sobre o dia de ontem,
Sobre o desejo de hoje,
Um sonho sobre amanhã,
Andar descalça nas areias do tempo.

Um tapete de fios de escolhas,
Emaranhados, bordados,
Um detalhe no crochê da vida,
Uma trama duvidosa,
Os passos de seu caminho
Único e solitário.

O conjunto
As amizades da infância,
Os amores adolescentes,
As responsabilidades da vida adulta,
A fragilidade da vida...

Sobre envelhecer as vistas nuas,
Sobre ser idoso e ser criança,
Sobre ser teimoso,
Sobre perder a cabeça.

Sou a soma das vidas que toco,
Sou um pouco dele,
Um pouco dela,
Um pouco de mim,
Pouco de você.
Sou o que vêem em mim,
Sou mais ou sou menos,
Sou fogo e água,
Somos risadas ao vento.

Sobre ser eu mesmo,
Sobre ter vergonha,
Sobre sentir culpa,
Sobre sentir demais,
Falar de menos,
Sobre ter medo
E sobre ser menos.

Eu sou o que faço,
Sou mulher e mãe,
Sou tia e filha,
Sou infância e memória,
Sou futuro adulto,
Sou amor bruto.

Sou quem sou.

Sobre apenas ser...

Eu.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Sobre se reencontrar...

Depois da festa e da animação vem o dia a dia, e a realidade é outra...

Não estou nada bem. Esse ano foi emocionalmente desgastante e eu me vejo imersa a inúmeras questões pessoais, buscando respostas e não encontrando nenhuma senão a certeza de continuar procurando até me encontrar.

Me sentindo constantemente triste, cansada, insatisfeita. Não tenho vontade de sair, e mesmo que sinta falta e querer os amigos por perto, não tenha ânimo para fazer convites. Ter que pensar em conversas, que não sejam reclamar de como me sinto, causa uma sensação automática de exaustão. Não consigo me alimentar direito, a comida na maioria das vezes tem gosto ruim e eu acabo passando os dias a base de sanduíches, miojo com muito, muito, queijo ralado, pizza de salsicha e arroz com ovo.

Na esperança de essa deficiência alimentar não causar tanto dano, continuo tomando as vitaminas indicadas pelo médico...

Mas as vitaminas não impedem os números na balança de aumentar e a minha energia de diminuir.

Durmo o máximo que posso porque sei que esse é o caminho para me manter no limite do aceitável.

Me sinto uma fraude. Não, não é isso. Fraude seria se eu estivesse enganando alguém. Não sei se é o caso.

Me sinto incapaz. Sem conseguir um trabalho formal fico pensando em soluções mirabolantes. Falo sobre um curso que quero fazer como se essa fosse ser uma saída para a independência financeira que nunca tive. Nåo acredito que a ideia seja boa o suficiente se eu apenas quiser fazer o curso porque gosto do assunto e quero conhecer mais e estudar. Vou depender de outra pessoa para pagar pelo curso e sinto que só conseguirei apoio se acreditarem que, dessa vez, mais uma vez, vai dar certo e eu vou alcançar o tal sucesso profissional medido em sua capacidade de receber pelo que você faz...

Eu escrevo o que consigo. Não há nada que eu queira fazer diferente disso. Tenho lido livros que ensinam técnicas de redação, narração, apresentação, como tornar o que você escreve um produto. Se não consigo ir muito longe na criação então que eu procure me aperfeiçoar. Não quero fazer nada diferente do que escrever...

A sensação de incompetência me puxa de volta e as idéias somem rápido. Não há iniciativa forte o suficiente para quebrar a barreira.

Quem sou eu? O que eu quero? O que eu tenho? Se tudo a minha volta ruir, o que eu terei que sera meu?

Quando meus pais não estiverem mais por aqui, qual sera a família com quem irei passar meu Natal? Quem seråo as pessoas do meu lado no Ano Novo daqui a 15 anos?

Se meu esposo sofrer um acidente, como vou poder sustentar a mim e a Rebeca?
Que tipo de vida eu terei e poderei proporcionar?

Quando eu sinto que tenho uma casa logo sou lembrada que a mesma não é minha. Que não tenho nada que seja meu. Que tudo que existe a minha volta e mantém a minha vida existe por vontade e favor de outra pessoa.

Não fui capaz de estudar, fazer uma graduação, ter um diploma, exercer uma profissão, ter uma vida normal. E hoje, aos 36, simplesmente continuo me sentindo tão fragilizada e incapaz de mudar esse quadro quanto aos 13 anos e tive minha primeira crise.

O país inteiro numa crise fabricada por interesses excusos, o aumento da violência, onde criar minha filha com segurança? Como me esconder dessa onda de intolerância e permitir que ela viva livre e segura? Como fazer isso sem ter nada?

Então me concentro nas pequenas coisas.
Acordo de manhã e ajudo a Rebeca a se arrumar pra aula. Acompanho minha filha a suas aulas de dança e me lembro que pra tudo é preciso dedicação e persistência.
Faço companhia para minha mãe e tento entender suas limitações, tão parecidas com as minhas, e apenas fico com ela na esperança que por não se sentir sozinha ela se sinta mais segura.

Programo as compras. Tento fazer planos de controle de gastos e onde focar os esforços para pagar dívidas que não deveriam existir mas existem e precisam ser pagas.

Ajudo os amigos quando e como posso. Pode estar ruim pra mim mas o pouco que posso fazer pelos outros será feito. Estamos perdidos em nossas bolhas e nossos problemas mas não estamos sozinhos. Me afundo um pouco mais no sofá, giro os juros do banco, mas ajudo e mostro talvez o que eu queira me lembrar: não estamos sozinhos.

A noite na hora de dormir converso com a Rebeca sempre que o humor e o tempo permitem. Ela me conta sobre a escola, sobre os amigos, sobre o curso, sobre os programas que assiste e as músicas que ouve. Vou descobrindo como ela vê o mundo, e respondo todas as perguntas que ela me faz da melhor forma possível.

Ela cresce tão rápido e eu não quero um dia olhar pra trás e pensar que poderia ter aproveitado mais esses momentos se... Não há um "se". Reclamo, me canso, arranjo briga com o marido que espera ela dormir para ir deitar e tem feito isso cada vez mais tarde. Mas eu aproveito o tempo que tenho.

Porque hoje eu sinto que tudo o que tenho são as pequenas coisas e esses preciosos momentos. Então e neles que me apego até ganhar força e voltar a tentar construir minhas bases, criar minha historia. 


E hoje é o que tenho.

Amanhã é outro dia.

E essa nuvem que hoje me acompanha vai passar. Ela sempre passa.

Amanhã é outro dia.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Sobre a hora de dormir com todas as perguntas do mundo!

Rebeca nunca foi daquelas crianças que dormem com facilidade. Nem sei se existem crianças que dormem facilmente, mas essa é uma questão mais teórica e vou me concentrar na nossa pratica.

Desde bebê ela sempre lutou contra o sono. Parece que quanto mais sono mais elétrica ela fica. Mas o interessante aqui é que conforme ela foi ficando mais velha e seu interesse pelas coisas do mundo foi aumentando, ela passou a escolher a hora de dormir para fazer aquelas perguntas difíceis que reuniu na cachola ao longo do dia, semana, enfim.

No começo dessa prática eu achei que ela tinha chegado a famosa idade dos "porquês". Mas o tempo foi passando o tempo, meses, anos, e nada disso passar. O que aconteceu foi que as perguntas e os assuntos foram ficando mais elaborados.

E eu gosto de falar, sabe? E eu simplesmente não consigo resistir a responder as perguntas que ela, ate hoje, me tras.

E acabou que a hora de dormir acabou por se tornar uma das partes mais gostosas do dia. Relaxadas, dentes escovados, deitada na cama, ela me conta coisas sobre seu dia, pergunta sobre coisas de seu interesse como música e filmes, conta sobre o programa que viu e sobre o que aprendeu na aula, me pergunta e ouve interessada as histórias da minha infância...

E dia sim dia não me pergunta algo mais difidif de explicar. Sim, ela já perguntou e eu já expliquei de onde vem os bebês... Mas também já me perguntou porque algumas pessoas são más, porque temos tantas dividas, porque existe o dinheiro, o que é preconceito...

Nesse clima de eleições no qual nos encontramos, assunto quase impossível de se desviar, me vi explicando sobre história do Brasil, desde a colônia, independência, ditadura, diretas ja, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma, Temer. Expliquei sobre como nosso sistema de governo e estruturado, com seus tres poderes. Como o legislativo e importante. O que é a tal Lava Jato que ela tanto ouve falar, quem é o presidente, o governador, o prefeito, e qual o papel de cada um...

Nessas horas nossa conversa vai ficando comprida, e por vezes ela adormece no meio da explicação.

Mas tentar explicar pra ela o que está acontecendo hoje me ajuda muito a pensar e a ver as coisas com mais clareza, e mais otimismo.

Você já tentou explicar algo para uma criança?

Recomendo muito essa pratica. Não impor o que você pensa, mas de fato explicar, deixando que ela faça perguntas.
Você pode se surpreender com o que você mesmo é capaz de descobrir.

No fundo são essas conversas antes de dormir que fazem o mundo fazer sentido, e me lembram o que é o mais importante...

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Sobre aniversários e retornos...

A serie de postagens sobre a viagem foi para marcar a semana do aniversário da Rebeca.

Minha menina fez 9 anos essa semana e nos comemoramos como foi possível.

Com bolinho e parabéns com as colegas na aula de dança, uma festinha mais elaborada na escola e um jantar diferente a noite, foi o que esse ano conturbado nos permitiu.

Mas foi tudo pensado e feito com muita dedicação e carinho, por mim principalmente, mas com a ajuda dela e do pai.

Para o parabéns no ballet fiz cupcakes de red Velvet com cobertura de cream cheese tingidos de rosa e cupcakes de brigadeiro, e aí demos uma enfeitada com toppers de sapatilha para os rosas e notas musicais para os de brigadeiro.

Elas cantaram parabéns, as crianças adoraram os doces, e Rebeca ficou feliz.

Na escola já fizemos algo mais elaborado, a festa tinha outro tema, Harry Potter, e eu aproveitei pra soltar a imaginação e me divertir.

O bolo seria de chocolate com recheio de brigadeiro e cobertura de marshmallow tingido de verde, simulando o gramado do castelo. Num clima meio retro de festas dos anos 80, fizemos toppers especiais para o bolo, um grande do castelo e outros menores com os personagens do filme e ela montou a cena em cima do bolo antes do parabéns.

Mandamos salgadinhos de festa, sucos, copinhos temáticos, pratinhos... Mas a cereja do bolo foram as lembrancinhas.
Preparamos algo bem especial.

Numa sacolinha de papel craft colocamos um pacotinho de sapos de chocolate, com direito a carta de bruxos, um pote com feijõezinhos de todos os sabores, garrafinhas de poção magica, e uma varinha feita com biscoito cobrindo uma caneta, uma diferente da outra.






Rebeca me ajudou com a elaboração das lembrancinhas e ficou muito contente com a reação dos colegas. Voltou para casa com presentes e satisfeita.

O jantar fomos apenas eu, ela e o pai dela comer um Hamburguer na lanchonete favorita dela.

Voltamos para cantar parabéns em casa e distribuir os presentes nossos e dos avós dela que estavam esperando.


Foi tudo muito bom, mas deu muito trabalho.

Por exemplo, o bolo da escola eu ia fazer um dia antes da festa pra ele estar fresco. Na hora que fui cortar a massa no meio para rechear vi que a mesma havia ficado muito fofa e quando tentei levantar uma das partes para o recheio o bolo simplesmente se desfez entre os meus dedos. Era noite e eu precisava começar tudo de novo.

Quando perguntei a Rebeca se ela aceitaria um bolo comprado se eu não conseguisse fazer o bolo a tempo ela fechou a cara num bico enorme. Sem querer decepciona-la e nem a mim mesma, parti para fazer o bolo as pressas. Faria a massa antes de dormir e daria um jeito de rechear e cobrir antes dela ir a escola. Fui dormir a 1h da manhã com a massa pronta e calculando quanto tempo levaria para terminar o bolo no dia seguinte.

Nós ultimos minutos antes da aula consegui terminar o bolo. Sucesso e sorrisos!

A manhã não foi so correria por causa do bolo. Nós temos uma tradição de nós aniversários fazer café na cama. Como estava chovendo e minha cozinha e separada dos quartos, achei que Rebeca não ia se importar de ao invés do café na cama eu acorda-la para ir a cozinha comigo e eu preparar algo especial no lugar.

Ledo engano.

Na hora que ela abriu os olhos e viu que não tinha bandeja nenhuma ela logo começou a chorar, sentida, magoada... "Você esqueceu!" Ela dizia entre lágrimas.
Demorei 40 min para fazer ela se acalmar e entender o que tinha acontecido e deixar o dia continuar pois as outras coisas iriam dar certo e ela teria um ótimo dia.

Foi um grande aniversário. Muito emocionante. Muito cansativo. Muito trabalhoso, mas muito feliz.

E no dia seguinte, para agradar a mim e a Rebeca, o pai dela nos acordou com cafe na cama para nós duas.

E foi assim o Ano Novo pessoal da pequena.

Agora ela tem 9 anos...

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Sobre a magia de Harry Potter e a viagem de volta...

O hotel em que pensamos a noite era incrível, enorme, mas não aproveitamos nada pois chegamos tarde da noite, fomos pro quarto dormir e saímos logo depois do café da manhã no dia seguinte.

Eu me surpreendi inclusive pelo fato de um hotel tão grande não oferecer café da manhã. O que tinha eram cafés tipo Starbucks todos pagos a parte. Aqui no Brasil quase todos os hotéis oferecem café...

Acordamos cedo, comemos algo no café e logo nos dirigimos ao parque da Universal. Pegamos um ônibus que saia do hotel direto para o parque. Tínhamos ingressos que nos permitiram visitar 2 parques no mesmo dia, os dois com atrações da franquia Harry Potter.

Esse era nosso objetivo do dia, de todas nós, inclusive minha tia: Harry Potter. Somos todas fãs! Eu havia lido com a Rebeca 4 dos livros, até o Cálice de Fogo, de forma que ela já estava apaixonada pela história e louca pra ir no parque. 

E foi o que fizemos o dia todo. Entramos no parque e fomos direto para a ala de Harry Potter para tentar pegar o local mais vazio, e depois iriamos a outras partes do parque.

E de repente fomos levados para o Beco Diagonal...

No fundo do Beco o banco Gringotes com um enorme dragão no topo cuspindo fogo de verdade sobre nossas cabeças. As meninas simplesmente ficaram alucinadas, queriam ver tudo e entrar nas lojas várias vezes. Fomos na Olivanders onde cada uma ganhou de minha irmã uma varinha mágica: a varinha interage com itens dentro do parque fazedo efeitos mágicos de verdade, como levitar penas, mover objetos, etc. E com isso um mapa da ala com cada ponto de interação das varinhas.

Experimentamos cerveja amanteigada. Tiramos foto com a moto de Syrius Black. Mas não conseguimos fazer mais que isso pois uma das meninas, a mais nova, ficou com medo do dragão e era necessário passar por ele para ir na principal atração.

Decidimos então pegar o Expresso de Hogwarts e nos dirigir a Hogsmead, que fica no outro parque.

Um trem Maria Fumaça de verdade nós leva de um parque a outro. No caminho somos atacados por dementadores e salvos por Harry...

Em Hogsmead fomos em 2 atrações, uma mantanha russa e um simulador onde você faz uma viagem de vassoura pelo castelo de Hogwarts. Esse segundo simplesmente incrível! A fila enorme de mais de uma hora acaba sendo parte da atraçao já que ela é feita passando por dentro do castelo. Da estufa das aulas de Herbologia, pelo salão, a sala das fotos dos diretores que ficam falado entre si, a sala de aula... 

Almoçamos no parque dessa vez, no Três Vassouras. Comida boa e farta. Eu a minha tia décimos descansar após o almoço e minha irmã voltou no simulador com as meninas outra vez. Mas eu, minha tia e Rebeca, sentíamos a dor no corpo voltar mais rápido do dia anterior...

Quando nos reencontramos já era fim da tarde e decidimos tentar sair finalmente da ala de Harry Potter e ver outras atrações.

Fomos num simulador do Homem Aranha, incrivel, mas quando nos dirigimos a outra atração começou a chover.

E eu tenho medo de chuva.

Mas foi a chuva mais esquisita que eu já vi. A chuva "andava". Era uma chuva mais pra garoa, e eu pedi para entramos numa loja para nós proteger e vi a chuva passar em poucos minutos. Saímos da loja, andamos mais um pouco e alcançamos a chuva de novo. E foi aí que notei que a chuva apenas passava, ela não parava. Décimos continuar em frente, minha irmã queria ir em uma montanha russa mais radical comigo enquanto minha tia ficava com as meninas. Mas não tivemos oportunidade. Nessa hora umas das meninas havia perdido a varinha, e ficamos uns 40 minutos procurando. No fim uma pessoa encontrou e entregou numa loja perto de onde estavamos onde conseguimos recuperar a varinha perdida.
Mas aí já era tarde. Devido ao especial de Halloween o parque fecharia mais cedo para quem não fosse participar do evento.


Mas valeu a pena.

Pegamos o anibus de volta para o hotel e foi aí que Rebeca sentiu a dor do dia. Chorou o caminho de volta ate o hotel, com dor nos pés e nas pernas, assadas pois o shorts que ela usou estava curto e as coxas rasparam uma na outra o dia todo.

Jantamos numa lanchonete e voltamos para Tampa onde dessa vez iríamos nos hospedar na casa dos amigos de minha irmã.

No dia seguinte as meninas iriam para a casa de amigos e nós ficaríamos cuidando da mais novinha das três.

Saímos, comemos rosquinhas, compramos as últimas coisas que faltavam para trazer, e tiramos o dia para descansar e arrumar nossas coisas. Iríamos voltar pra Miami e de lá para casa. Nossa aventura estava no fim...

Dormimos a última noite em um hotel de beira de estrada próximo do aeroporto. Saímos de madrugada, de Uber, para nossa viagem de volta.

Apesar de meu nervoso para voltar sozinha com a Rebeca, quase perder o passaporte por esquecer ele na esteira de raio x, nosso voo foi tranquilo. Rebeca dormiu ele quase todo, eu pude assistir filmes...

Foi uma experiência incrível e eu quero muito refazer essa viagem, dessa vez com meu marido e filha mais velha. Foi legal conhecer outro pais, outra cultura, as diferenças...

Mas esses detalhes eu conto outro dia...