De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

E sexta feira e eu não sei...

Tive uma conversa ontem que virou discussão e por fim desabafo.

As férias acabaram e o que senti foi que a cortina de humor e disposição que me cobre nesse período se fechou.

Aplausos, foi um belo espetáculo. Mas ao fim de cada teatro nós pegamos nossas coisas e voltamos para casa.

E em casa nos deparamos com a bagunça que deixamos antes de sair. "Arrumo quando eu voltar" falamos sem pensar no cansaço da volta.

De repente uma notícia de jornal me tirou o chão e me fez sentir medo.

Em minha mente vi toda a falta de segurança, de liberdade, de civilidade, de humanidade, sumirem em segundos.

Em segundos me senti em perigo. Em segundos eu senti que precisava defender minha filha e seus direitos mais básicos.

E em minutos uma conversa sobre um artigo no jornal virou uma discussão e por fim um desabafo.

E me senti inundar por todo o sentimento de inadequação, de incapacidade, de ...

Olhei pra mim e vi alguém que fez escolhas ruins. Alguém que fez as escolhas possíveis, mas que hoje se vê presa a uma realidade que não me completa. Presa numa casa, cidade, estado, país, sem chances de buscar ou tentar conhecer novos horizontes por mérito próprio.

Alguém incapaz de mudar a própria realidade.

De garantir a segurança, a autonomia e a liberdade de minha filha. De protege-la... De dar a ela chances melhores, de ser quem ela quiser ser, onde ela quiser ir.

Alguém incapaz. Alguém que depende dos outros para tudo e exatamente por isso incapaz de mudar isso.

Em segundos fui inundada por uma tristeza e um enorme desespero.

A conversa acabou, as lágrimas secaram, me concentrei em respirar e deixar o dia terminar.

A intensidade desses sentimentos me cega para o mundo real.

A bagunça na casa me impede de ver a sala, os quartos, e cada canto desse que é o meu lar.

A bagunca de sentimentos intensos demais nessa retomada da rotina após as férias me impede de ver as coisas boas que vivo e faço.

Então eu apenas deixo o dia acabar para poder dormir e descansar um pouco. Apreciar o silêncio da noite quando tudo em volta já dorme, e deixar que esse silêncio me preencha.

Encontro refúgio nos pequenos luxos e prazeres que posso alcançar. Uma tarde menos quente, um jantar de sabor forte, uma fuga gastronomica para calar e engolir o choro.

Vai passar.

Arrumar a casa pode dar trabalho mas é necessário para encontrar o conforto escondido por trás das almofadas fora do lugar.

Respiro. Tomo um café.
Em alguns dias as coisas voltam ao normal.
Eu também.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Da volta a rotina que tanto amamos!

E as férias chegam ao fim.

Foi um mês bem aproveitado. Viajamos 2 vezes, uma para uma chácara no interior, outra para uma casa na praia.

Junto conosco o primo da Rebeca, fiel companheiro.

Recebemos meu sobrinho por algumas semanas. Teve jogos e brincadeiras, alguns desentendimentos, e infelizmente muito tempo em celular e computador. Mas o saldo no final foi positivo e as crianças ficaram felizes de ter companhia.

Teve Natal e Ano Novo. Teve aniversariante do sobrinho e do marido.

Teve ida ao parque de diversões, com montanha russa e barco viking. Teve calor, muito calor. Aliás, ainda tem muito calor! Ufa!

Mas tudo tem um começo, um meio e um fim, e as férias terminaram.

Não estamos nada tristes com o fim das férias e isso se deve por amarmos muito a nossa rotina, nosso dia a dia.

Voltam às aulas de dança, tão amadas. Volta tímida mas aguardada. Rever os amigos, mexer o corpo com a música, conhecer pessoas novas...

Volta às aulas na escola. Série nova, professora nova, velhos amigos, novos desafios.

Acorda cedo mas acorda feliz. Corre pra fazer lição, pra almoçar, pra não se atrasar, mas tudo com um sorriso.

Sorriso banguela. Mais um dentinho caiu nas ferias. Mas sem fada do dente. Agora ela quer guardar os dentinhos.

Janta, assiste vídeo, ou TV, descansa. Dorme cedo, lê um livro, não nessa ordem.

Começa de novo amanhã.

Feliz.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Sometimes...

I'm not feeling bad all the time.
And I'm not happy all the time either.

Being bipolar is not about being sad or happy. It's not about that normal Mood swings everybody has several times a day.

It's about living in a rollercoaster inside your own mind. It's about being overwelmed by the smallest things. It's about depression, and the kind of pain you can't hope to describe how hard it is to just
 breath and be.

Being bipolar is about thinking too much, too fast, too big. It's going in this loop of thoughts that you know makes no sense racionaly and yet you don't seen to be able to make It stop. You Just can't stop.

Sometimes it's so exausting that you feel you could sleep for days. But you don't. You close your eyes and the thoughts get stronger, more real, more scary, more. When you finaly manage to sleep you wake up after Just a few hours. You still tired, but staying in bed seen Impossible.

Sometimes your so happy and has so much energy It feels you could do anything.
And as fast as a heartbeat, It fades away and you feel miserable again.

You feel you can't Trust yourself, why Others should? Why they shouldn 't?

And sometimes you Just feel ok. Normal.

It doesnt have to be like that.

Bipolar disorder is a treatable illness.
There are several treatments.
They are hard,  because It Takes time for then to really work. Months, years.
Yes, It needs commitment.
You start to see a diference in feel weeks, but the treatment need ajustment. But it's worth It.
Terapy helps a Lot. Like, really, a Lot.
You nedd to be patient, and I know it's hard to be patient when we are in pain.

But is worth It.

I'm in treatment now for 15 years.
I still have my ups and downs. I had a Lot of downs the last few years. But is nothing compared to How It was before the treatment.

Sometimes the days are bad.
Sometimes they are better.
Sometimes I'm Just ok.

Sometimes It rains.

Sometimes...


sábado, 5 de janeiro de 2019

O mundo que Atropela

O mundo que atropela.


Respira.
Levanta a cabeça,
Senta na cama,
Respira.

O ano começa com velocidade,
As mudanças,
Dentro e fora,
Agitam os pensamentos
Que mal tem tempo
De se formar.

Liga a TV,
Assiste o jornal,
Mexe no celular,
Olha só isso!
Não, pera, o que?

Somos atropelados
Pelo passado
E sem tempo de reagir
Tudo que consigo pensar e:
Respira. Para. Levanta a cabeça.
Respira.

A festa de Réveillon foi
Tão boa,
Tão alegre,
Tão fantástica,
Que parece que os dias passam,
Mas a ressaca fica.

Olha pra tela,
Lê mais uma história,
Engole em seco.
Tem que ser sede,
Só pode.

Lê mais uma,
A cabeça gira,
Toma o analgésico,
Esse mal estar todo
Tem que ser gripe.
Só pode.

Troca de aplicativo,
De música,
De roupa,
Desliga.

Muda o foco,
Muda de ideia,
Muda de casa.

Não, pera, o que?
Respira.
Levanta a cabeça,
Levanta do chão,
Respira.
Continua.

Só não desiste.
Continua.
Desliga o celular,
Desliga a TV.
Me liga.
Vamos juntos.
Respira.