De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"O" dia

O ano começou conturbado por aqui. Minha irmã se mudou de país, minha cunhada fez um transplante de válvula do coração...
Mas hoje, hoje foi um daqueles primeiros dias.

Sabe, “O” primeiro dia de alguma coisa? De alguma nova fase, de uma nova etapa, de algo novo?
Pois bem, hoje foi o primeiro dia de aula da Rebeca no 1° ano do Ensino Fundamental.
É oficial, ela é uma menina escolarizada e hoje ela deu início a nova fase da vida dela, que vai durar 9 anos.
O próximo “O” primeiro dia dela na fase escolar ela já vai estar com 15 anos.
Acho que ela não sabe o que significa tudo isso. E talvez pra muita gente fosse só mais um dia. Mas pra mim e pra ela hoje é “O” dia.
Ela foi animada pra escola, ansiosa, querendo saber quais dos colegas dela continuaram na escola, e quais seriam as diferenças que iria encontrar por agora estar no primeiro ano.
Chegou lá num misto de alegria, insegurança e ansiedade. Queria saber se tinha que levar a mochila pra sala ou não, já que até o ano passado as mochilas ficavam guardadas separadamente da sala das crianças. Queria falar com os amigos, saber quem era a professora, contar que já havia trazido quase todo o material.
E subiu as escadas para a sala me deixando na recepção da escola, vendo ela ir embora, afobada, com os amigos.
E, cá entre nós, acho que foi mais difícil pra mim que pra ela.
Eu ainda insisti em ficar por ali alguns minutos, só para garantir caso ela voltasse pra trás procurando por mim.
Ela não fez isso.
E eu fiquei lá, naquele momento entre o feliz e o deslumbre e um pouco assustada. Minha menina cresce tão rápido, que às vezes parece que eu só pisquei.

Ela já esta lendo bem melhor do que no inicio das férias, e o inglês dela melhorou muito também. Está mais desenvolta, mais segura, mais teimosa, mais independente. E por mais que um lado meu sofra um pouquinho por ver o tempo passar como areia nos meus dedos, eu fico feliz demais de poder viver isso com ela.
Não teve nada tão bom na minha vida quanto ter a chance de vê-la crescer, se desenvolver, e ir desabrochando numa pessoa tão carinhosa, bondosa, inteligente, tão bonita...
Sinto que estou fazendo algo muito certo na vida.
E vê-la crescer é um presente. E cada vez que ela alcança uma nova etapa eu percebo que eu posso começar uma nova etapa na minha vida também. Coisa engraçada isso, que ser mãe é crescer com a filha. E que quanto mais ela se sente segura de si e se torna mais independente, mais independente nós podemos ser também. Por que, afinal, se ela aguenta, eu também aguento.
Juntas somos fortes. E essa força nos sustenta para voarmos solo.
Que coisa deliciosa de viver.