De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

domingo, 20 de dezembro de 2015

Então é Natal, e o que você fez? O Ano termina, e começa outra vez!

Estamos na semana do Natal.

Essa época do ano costuma ser difícil pra mim, mas de uma forma boa e não ruim.

Eu adoro festas, e amo demais Natal e Ano Novo. Adoro me reunir coma família e os amigos, ir as festas, cozinhar para todos e trocar presentes.

E por tudo isso, a minha tendência nessa época do ano é a de entrar em mania e gastar tubos de dinheiro com presentes para todos que conheço. Então é sempre um desafio passar por isso sem contrair dividas que só vou me livrar em julho ou agosto, por exemplo.

Mas mesmo sabendo de tudo isso e tendo que fazer um esforço herculeo para me controlar, ainda é uma das minhas datas favoritas, compedindo seriamente com meu aniversário e o da Bequinha.

Depois que ela nasceu, não, depois, que ela fez uns 2 anos e de fato passou a curtior esse época de Natal com a gente, a data ganhou pra mim uma mágica nova. É a história da renovação, da magia do Natal, da inocência que é resgatada com histórias sobre Papai Noel, renas e duendes.

É algo contagiante você ter uma criança em casa que teima em ficar acordada até a meia noite e sai correndo pela casa caçando um Papai Noel Invisível para depois voltar até a árvore e perceber que tem, ali, um presente com seu nome.

Que se delicia coma comida diferente, com os doces, com a presença de pessoas queridas.

Então se antes eu ja gostava do Natal, hoje ele é uma chance de esquecer o mundo mesmo e voltar a ser criança sem culpa nenhuma, mesmo que eu nem tenha tanto pique pra acompanahr aelétrica movimentação dela pela casa. Tem a ver com o jeito de ver o mundo.

Então eu convido aqui vocês, por essas semanas de festa, a tentar fazer isso. A deixar de lado as preocupações mesmo, e tentar focar no mais simples.

Eu sei que tem gente que nessa época fica bastante deprimido, e é difícil se contagiar. Sei que as vezes o esforço de ter que interagir com outras pesoas é sufocante e ter que parecer normal para evitar as insistentes perguntas fazem a gente querer se trancar no quarto até o Ano que vem, lá pelo carnaval.

E sabe de uma coisa? Tudo bem.

Você está convidado a essa coisa de olhar a vida do jeito mais simples também.

Essa é uma das coisas que eu aprendi com a maternidade, uma certa serenidade. Por que de repente não da pra apressar as coisas, você tem que entender e esperar para que tudo aconteça em seu tempo.

Um bebe demora 9 meses a nascer, mais 6 para comer papainhas, um ano para começar a andar, e pelo menos 3 para de fato interagir com você como uma pessoinha vai fazer, e não importa o quanto você queira, esse tempo vai ser necessário para que tudo isso aconteça.

E isso tem a ver com ver a vida do jeito mais simples.

Com sentar na cadeira, no sofá, logo de manhã, e só ficar ali. Respira, sente o ar entrar no corpo mesmo. Sente aquele cheiro de café, toma uma caneca de chocolate. Fica o dia inteiro de pijama, faz uma maratona de séries.

Liga pra aquele amigo e sai pra ir no cinema.

Determina um orçamento e sai pra comprar um presente, pra alguém ou pra você mesmo.

Senta no chão pra brincar de Barbie ou de carrinho. Almoce tarde, durma cedo.

Mas faz tudo isso sem culpa. Sem pressa. Sem aquele peso de que "tem que". Não tem que nada.
Sei que as vezes tem o trabalho ainda no meio das coisas, então tenta levar esse espírito com você.

O ano acabou e ele não foi fácil não. Nem pra mim, acho que pra ninguém, nem pro mundo! Então relaxa, que ta acabando.

Eu desejo para mim, pra você, que a gente seja capaz de dar um tempo nas preocupações. Que 2015 termine com um pouco de paz, e que as pressões e perdas fiquem pra trás. Que 2016 seja uma primavera pra esse ano de inverno e traga todas as coisas boas e renovações que todos temos direito.

Que seja um novo ano de mais alegria, de mais vitórias. Mesmo que seja das pequenas vitórias do dia a dia.

E que nesse Natal todos ganhemos de presente o direito de nos sentir mais leves, e de ver o mundo desse jeito mais mágico. De esperar o papai noel, de sentir prazer e ser feliz,

Por que todos merecemos ser felizes.

Então Feliz Natal, Próspero Ano Novo.

E que a gente possa se encontrar mais vezes por aqui no ano que virá.
Por que eu senti muita falta desse cantinho em 2015, e faz parte das coisas a serem renovadas em 2016...

Boas festas!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

A formatura

Esse ano a Rebeca se formou na pré escola.

A escola dela faz festas com toda a pompa e gala de uma formatura de Ensino Médio, alugando salão, Buffet e com todas as salas da educação infantil participando e fazendo uma apresentação para os pais. E no centro dessa festa estão os formandos do pré-escolar. E no centro dessa festa, esse ano, estava a minha filha.

Eu sempre achei que festa de formatura de pré-escola era uma besteira, digo, antes de ser mãe. Ai nesses últimos 6 anos da minha vida eu tive o privilegio de conviver com uma criança que era minha para cuidar, criar, educar. E pude acompanhar todo o processo e o tempo que levou para aquele bebe que nem se mexia direito e só sabia mamar e dormir se tornar essa menina enorme, linda, esperta, inteligente, e muito mais rápida nas respostas do que eu podia imaginar lá naquele primeiro momento.

E olha, não é mamão com açúcar não. Não foi fácil pra mim, sem dúvida, mas a verdade é que também não foi fácil pra ela.

Aprender a sentar, engatinhar, depois andar, correr. Conseguir entender o que aquelas pessoas enormes tentavam te dizer, e depois aprender a usar essa linguagem para se comunicar com elas e poder finalmente, dizer o que você quer! Isso sem contar a dificuldade enorme que é aprender a sentir e lidar com esses sentimentos malucos, que hora te fazem rir, hora chorar, hora espernear no chão de raiva, e por quê? Por causa às vezes de algo que viria a ser tão simples quanto dizer que está com fome, ou com sono.

E no meio de tudo isso aprender a identificar que aquela pessoa que você ama é sua mãe, seu pai, e que além deles existem outras pessoas no mundo. Tios, tias, irmãos, avós, amigos dos pais, filhos dos amigos dos pais. E de repente você tem que conviver com todas essas pessoas, ser educado, dividir a atenção, dividir suas coisas, dividir sua comida.

Aí te mandam pra um lugar estranho e esperam que você fique lá com pessoas que você nunca viu esperando que eles voltem. E nesse lugar tem várias outras crianças que como você, também não estão lá muito felizes em ficar lá e dividir a atenção de apenas um cuidador e todos os brinquedos e atividades. Mas tudo bem, por que no fim aquela mãe, ou pai, sempre volta, e fica tudo bem, você vai pra casa.

E você aprende a confiar nas pessoas que sua família confia para cuidar de você, e aprende a gostar das pessoas, e descobre esse tal negocio de fazer amizade. E descobre que essa tal de escola é um lugar legal, onde você aprende várias coisas da melhor forma, que é brincando, desenhando, e vivendo situações que, muitas vezes, não viveria em casa.

E a cada ano essa escola te apresenta coisas mais difíceis e você começa a aprender o que são desafios. E aprende que seus colegas ali podem te ajudar, ou não, a passar por esses desafios, por que eles estão vivendo aquilo junto com você.


Aos poucos aprende também que nem tudo são flores, e que existem coisas ruins e tristes no mundo, como pessoas que serão más com você e dirão coisas feias, como xingamentos e tentarão te colocar pra baixo. Descobre que nem sempre podemos estar o tempo todo perto de quem gostamos e que as vezes essas pessoas vão para longe. Descobre que isso que você vive se chama vida e que ela um dia vai acabar. Como a daquele seu bichinho que você amava tanto...
E descobre que no meio disso tudo você é feliz, muito feliz. E que a melhor coisa é estar feliz com as pessoas que você ama também felizes ao seu lado.
E descobre que você tem vontades, e gostos, e opiniões.
E agora, aos 6 anos, descobre que as vezes você vai gostar de coisas diferentes dos seus pais, e dos seus amigos. E que às vezes você vai gostar de alguns amigos mais do que de outros, e talvez até apareça algum mais especial que todos os outros.
E aos seis anos você percebe que aquele esforço em aprender a falar agora se transforma e vai além, e você começa a aprender a ler e escrever. E que o mundo vai ficando cada vez maior a cada coisa que você aprende.

Então, depois de viver tudo isso, acho que tem que comemorar sim, com muita pompa e gala. E tem que ter teatro, e música, e colação de grau, e Beca e Valsa. E tem que ter pais emocionados e tias chorando. E tem que ter fotos.

Por que é uma etapa muito importante que se finaliza. De uma ainda maior que está no começo. Mas cada etapa, cada vitória, deve ser celebrada.

Então, parabéns a minha Rebeca por sua graduação. Sua primeira festa de formatura.
Que seja a primeira de muitas outras, e que daqui uns anos você se lembre: seu sonho, hoje, aos 6 anos, era ser cientista e inventar um remédio que cure várias doenças e ajude as pessoas a viverem muito, muito mais.

Com muito amor.