De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos pais - fotos




Bom gente, to devendo o MEGA post. Assim, mas super MEGA post. E nem sei se vou conseguir faze-lo.

Nosso dia dos pais era pra ter sido bacana. ERA, isso, passado. Eu tinha uma programação bem legal, que incluia programa familiar no sabado, indo no cinematerna, almoço com meu pai no domingo, visita ao dele, e terminar a tarde saind so nos dois pra namorar. De presente, um livro e uma viagem de avião em setembro pra passar o feriado em algum lugar diferente e ele poder fazer a primeira viagem de avião.

Deu tudo errado. E, deu tudo errado por que eu programei isso semanas atras. E eu estive super hiper deprimida. Estava tentando segurar por que o Taz estava super mal, sentia dores horriveis e ia operar a vesicula. Ele tambem vinha deprimido, mas tudo indicava ser por causa da dor.

Como os dois estavam mal, ou talvez por isso os dois ficaram mal, nos brigamos o tempo todo. Assim, não tem um dia sem pelo menos uma discussãozinha. Tudo se concentra em algumas coisas simples: eu esperava coisas diferentes dele, ele de mim, e eu quero muito mais da minha vida que morar com meus pais. E sim, morar fora da casa dos meus pais com o minimo de condição.

Com a minha depressão, meus pais entravam na historia como meu alvo. Ficar muito tempo sozinha basicamente por ser dependente dos outros para tudo, seja por não dirigir, ou não ter dinheiro, e N outros fatores como segurança, também nunca ajudam.

Mas, eu levava, por que o Taz ia operar, ia melhorar e eu ia poder contar com ele de forma a me sentir segura para fazer o meu tratamento direito.

Acabei, depois de uma discussão quando ele recebeu alta, tendo uma crise muito seria, e a medica recomendou que eu tomasse um antidepressivo alguns dias. Esse medicamento e pouco indicado para bipolares, em especial comigo, que tenho uma reação de pular da total depressão para a mania. Como eu estva muito mal, arriscamos, "so pra sair do ciclo" e o estabilizador voltar a fazer efeito. Mas, mesmo assim, "virei"

Em questão de dias entrei em mania. Ate percebi e tentei me segurar, parando o remedio. Mas, meio tarde. Ne cobrava todos os dias de ligar pra médica e nada... me distraia, eu estava envolta com minhas obsessões.

Decidi ver imoveis para alugar, pois meus pais decidiram dar uma ajuda inicial. Acabou que em 3 dias encontrei o imovel dos meus sonhos, fiz mil planos, fiz planilhas e mais planilhas para provar que era possivel.

Eu faço isso quando estou insatisfeita com a minha vida. Tento racionalizar e provar que se mudar o que me incomoda as outras coisas que seriam necessarias pra dar certo serão uma consequencia. Um dia me ensinaram que a ordem dos fatores não altera o produto. E é verdade, na matematica. Mas nas minhas planilhas não lido com a matematica e sim com vontades versos frsutrações. È outra conta...

Enfim, achei o apartamento dos meus sonhos. Lindo, perfeito. E caro. Vamos colocar assim, com meus pais ajudando com o que eles se comprometeream, eu ainda ia ter que ganhar alem do que que tenho hoje, o valor do aluguel, Iptu e condominio todinho! Deu pra entender?

E, sabe o que mais? Apesar de concordarem entre si que não ia funcionar, ninguem aqui queria entender por que da minha pressa, ou resolver isso primeiro, ou me dar uma opção, nem nada disso. Inclusive, ao serem questionados no dia que fizemos o tal acordo, se eles não percebiam que eu estava mal, a resposta foi "não, você parecia normal, so esses ultimos dias que estava mais mal humorada". Isso pros meus pais. Com o Taz o buraco é ainda mais embaixo... Ele ia concordar pra parar de me ver sofrendo.

E, tudo em andamento, contrato na mão pra ser assinado e reconhecer firma. Minha mãe insiste que temos que conversar, essas conversas que eu não gosto. Tenho problemas de falar de dinheiro ha anos... Mas, vendo que iriamos discutir, tomei uma decisão sensata, e que tinha que ter sido a primeira delas, meses e meses atras. Peguei todos os comprovantes de compras de um mes e contei, tim tim por tim tim, quanto eu, o Taz e a Rebeca gastamos por mes entre mercado, açougue, remedios e afins, se não mudarmos em nada nossos habitos.

Fiz e refiz as contas. Eu queria que fosse possivel. Mas não importa o que eu fizesse e quantos habitos eu mudasse. Lembram o que eu falei ali em cima? Esse valor foi DEPOIS de eu ter tirado todos os superfulos. Mas as coisas da Rebeca, com exceção das papinhas prontas, eu não mexo, não mudo. Ela e nossa saude, ou seja, o plano de saude, são ponto sem discussão.

Nessa eu estava desistindo, fiquei mal, por que não poder fazer isso levanta inumeras questões sobre ser capaz de me sustentar e a Rebeca e com quem eu de fato posso contar e confiar pra isso. Dificil...

Quando tudo ia ser deixado pra tras, tive mais uma discussão com o Taz, falando, descaradamente, que eu queria que ele me falasse que ele daria um jeito e que nos teriamos o que eu quero. A reação dele foi dirigir ate o cartorio para assinarmos o contrato. Eu nem deixei, precisva descobrir como ter o tal dinheiro. pedimos um adiamento do prazo...

Ai, quando finalmente eu estava cogitando dividr o apto com mais alguem... Eu tive uma epifania. Simples assim.

Em 2002, quando eu tive a crise de ciclotimia que me levou a ser internada foi exatamente assim. Eu sentia um desespero muito grande, e queria me sentir melhor, livre, tomar minhas proprias decisões. Estava muito mal, e não sabia. Uma das decisões foi sair da casa dos meus pais so com o TAz trabalhando pois eu tinha acabado de perder o estagio que estava fazendo, sem ganhar o suficiente pra bancar nossas contas, com meus pais ajudando e indo dividir a casa com um amigo. Ja menscionei que fui internada no final dessa parte da historia?

E foi no mesmo dia em que iriamos, dessa vez, assinar o contrato. Me deu um baque, não acredito em coincidencias. E percebi o que estava acontecendo com muito mais clareza. Eu ja sabia o final dessa historia. E não posso, não quero, não me permito, fazer isso com a Rebeca.

Ai, a ordem dos fatores pode alterar e muito o produto. Mudei de ideia, de tempo, mas não de casa. Fui a medica e revimos os remedios. Quando ela perguntou como o Taz estava, eu disse que ele estava melhor e que no fim isso tudo tinha ajudado pois eu estava consegindo, ou pelo mneos tentando, me comunicar mais e melhor em casa então eu estava deixando todos mais alertas.

Acho que foi engano meu. No mesmo dia, isso foi na quinta feira, eu fiquei super insegura sobre como seria a minha reação ao remedio ja que estava muito agitada. Ter feito a gravação pra reportagem do SBT não ajudou... E estava com uma dificuldade enorme de dormir, de me acalmar, e ate amesmo de ter coragem de tomar o remedio.

E o TAz não soube me acalmar, me ajudar. Ele ficou irritado, e apesar de ter feito um certo esforço, foi isso, um esforço. Acabamos discutindo, foi bem ruim, eu falava que so queria me sentir segura, e isso era exatamente o que ele não conseguia fazer. No fim, criei coragem por que vi que nada ia adiantar tão bem quanto o remedio que eu estava com medo de tomar em si, tomei, dormi. A sexta feira parecia que seria um dia melhor. Não fora nenhum bicho de sete cabeças, e cada dia com o remedio é um dia melhor e menos insegura.

E fiquei pensando que, ate era possivel seguir a minha programação de dia dos pais. iriamos no cinematerna, que teria um sabado especial de dia dos pais, patrocinado e portanto gratuito para os casais com filhos. Provavelmente almoçariamos com a Mari e o Jean, e passariamos algumas hoeras com eles. Meu domingo poderia correr exatamente como eu havia planejado, e se eu aproveitasse as promoções da decolar.com e fossemos para Olinda, onde ele tem familia, ou pro Rio, acho que é em Cabo Frio, onde ele tem familia tambem, poderiamos ir de avição pois não teriamos que pagar o hotel...

Mas ele decidiu que não viria pra casa depois do trabalho. Liga, no horario que sai do trabalho, quando eu estou colocando a Rebeca pra dormir, e deixa recado com meu pai avisando que foi para a casa de um amigo e que eu não deveria espera-lo.

Fiquei brava, mas tudo bem. Ele sabia que eu estava me sentindo insegura, e que tinhamos programa pro sabado, ele não iria me deixar na mão. Eram 22h, ate por volta da 1h ele deveria estar de volta. Me acalmei, e fui dormir.

Eram 3h30m quando a Rebeca acordou, excepcionalmente depois de sabe-se la quanto tempo, pra mamar. Como ela tem sentido muita dor pelos dentes ( que estão quase saindo, ja da pra senti-los quando ela morde, são pelo menos 3) ela tem pesadelos e se mexe muito a noite, se sente insegura, e como come menos de dia, acaba sentidno fome se acorda por causa do pesadelo. Ontem, ela acordou assustada, pois conseguiu se enfiar debaixo da almofada do protetor de berço. Nessa que acordou, so conseguiu voltar a dormir com a mamadeira mesmo. Isso eram 3h45 da manhã. E o Taz não tinha chegado. Ele chegou pous depois disso, quase 4h... Achou estranho que eu estivesse acordada.

E eu não estaria. Se ele estivesse em casa, eu teria confiado que ele acordaria pra cuidar dela ja que eu mudei a dose do remedio. So que eu decdi não tomar o remedio ate ele chegar. Tinha ficado com a pulga atras da orelha. Tinha ficado com medo de acontecer tudo o que de fato aconteceu, so que eu não conseguir acordar.

Quando voltei pro quarto, ja as 4h20, ele ja tinha dormido. Mas eu estava muito muito chateada. Sabia que não iriamos mais sair. Nenhum dos dois teria humor pra nada depois disso.

No sabado, quando o questionei, ele disse que fez isso pois sentia falta do amigo e queria ve-lo e conversar. Que não fazia isso a muito tempo. Que foi ter com quem falar. Eu disse que achava otimo, mas 4h da manhã considerando que ele sabia como eu estava e que iriamos sair era falta de respeito comigo.

E não foi a primeira vez que ele fez algo assim. Ao longo dos ultimso meses ele tem feito isso. Dado esses foras. Sem contar as besteiras que fala. Mas eu achei que, sem a dor, ele tinha melhorado. Acreditvaa que era por causa da depressão. E pode ate ser ainda, so não tem a ver com a dor. Homens tambem tem depressão pos parto. Mas é ruim por que eu sei que se ele não fizer o esforço, eu posso marcar quantos medicos eu quiser, leva-lo ate. Se ele não achar necessario, não vai acontecer nada, so brigas e mentiras. Se ele esta de fato deprimido, precisa ser um movimento dele querer melhorar.

Tudo que ele conseguiu me dizer foi que nçao se arrependia. Mesmo depois de eu ter dito como me senti insegura, desprotegida, desamparada, magoada, e que mais uma vez eu não sentia que podia contar com ele, ele disse que foi importante e que não se arrependia e que n~çao pediria desculpas.

Ele não fez. E por mais que eu tenha tentado, o sabado inteiro e o domingo inteiro, deixar passar, simplesmente não consegio. E de repente todo aquela sensação de depressão, de tristeza, de inadequação e incapacidade voltou numa unica discussão.

Então, meu dia dos pais que era pra ser muito bom, maravilhoso, por que a Beca esta comigo. Mas não foi. Pra mim foi um dia dificil, pois ainda estou muito magoada. Mas não aguento mais discutir.

Então eu preferi vir aqui, colocar pra fora, na esperança que amanhã, ao ter feito isso, quando eu acordar, eu me sinta melhor, e entenda que magoas passam e existem coisas mais importantes que isso. E que eu so não sinto elas agora exatamente por que estou magoada.

Mas, 2 coisas me deixaram feliz: a Beca, sempre, e suas novidades, e ter chego minha encomenda no barradoce, minha forma de cupcakes e coisitas mas. ^^

Ai, espero estar melhor amanhã... Obrigada pelo ombro... ^^

2 comentários:

  1. te entendo completamente. o que mais dói (eu acho) é que sabemos a solução, sabemos o que tem que ser feito, sabemos que precisamos aprender a lidar um com o outro, fazer a coisa funcionar, porque existe um filho (ou filha) dependendo da gente. e a impressão que se dá é que somos sempre nós as que se importam com isso, as que escolhem o caminho certo e mais difícil, para chegar ao mesmo resultado de sempre, porque é um caminho de mão-dupla.

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  2. Ser mãe é dificil, ser esposa mais ainda e lidando com tudo o que vc lida a vida fica ainda mais complicada... Mas, por mais infame que isso possa parecer, as coisas são assim mesmo, complicadas, as vezes podem acontecer de uma forma melhor para todos, mas não acontecem e a gente tem que segurar a barra e ficar firme para sobreviver aos dias ruins!!!

    Continuo torcendo por vc, pelo Taz e pela Rebeca!!!

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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P