De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Sentir, agir, viver, seguir

Seguimos.

A rotina ainda nem havia se instalado direito e já precisa ser revista.
E eu não sei como levar nem as pequenas responsabilidades.

Faço o possível.

Levo Rebeca pra aula. Recebo visitas. Essas são coisas que parecem ajudar, mas infelizmente duram pouco.

Na verdade o que dura pouco é o humor.

Não estou bem e tinha muito tempo que eu ficava tão mal por tanto tempo.

Por mais que nas férias eu tenha conseguido levar os dias razoavelmente bem, não chegou nem perto de ser bom. De poder dizer que eu não estava deprimida ou ansiosa. De poder bater no e dizer: "estável".

Se nas férias que eu estava um pouco melhor eu não conseguia fazer um bolo de aniversário, agora com mais atividades e a iminência das mudanças e problemas de saúde voltando a ser mais presentes, tenho dificuldade de fazer o almoço. Tirar roupas do varal. Escrever. Levantar da cama. Dormir...
Tudo requer um esforço muito maior. Como se o tempo todo eu carregasse um saco de 5kg de arroz em cada ombro, cada pé...
Pensar e interagir exigem concentração, calma. Sinto como se estivesse o tempo todo de mal humor. Tenho dormido pouco.
Com mais dificuldade de adormecer fico na cama torcendo que o tempo passe e o dia seguinte chegue e eu não precise me sentir culpada por estar acordada: já é dia.
Não consigo aproveitar o tempo extra acordada nem pra assistir filmes. Sozinha de madrugada fico com medo de ficar na sala ou outro lugar da casa que não o quarto fechado e seguro. Me sinto exposta. Vulnerável. E por dividir o quarto com o marido e a filha não uso muito o celular para não correr o risco de acordar qualquer um dos dois...

Então o que consigo fazer é apenas seguir.
Um dia de cada vez.
Quando me sinto mais disposta adianto alguma coisa. No resto do tempo procuro me permitir não estar bem ao máximo do que é possível com toda a culpa que me consome.

Se o ciclo de me sentir incapaz já não fosse suficiente ele se auto alimenta me impedindo de fazer o que preciso. Vivo do mínimo e tento aceitar.

Eu sei que é só uma fase. Sei que isso vai passar. Sei que demora, que é difícil, mas também sei que passa.

Sempre passa.

A certeza de, mesmo durante a tempestade, saber que o sol vai brilhar de novo amanhã. Só não o vemos por trás das nuvens mas ele continua ali.

Espero por ventos melhores para soprar esse mal estar de dentro de mim. Espero.
Quando posso faço os meus esforços para ajudar a mim mesma e virar essa página mais rápido.
Mas não adianta ter pressa por mais que o desespero apareça para assombrar minhas parcas tentativas. Tem mais a ver com resiliência. Com continuar aqui e seguir em frente independente de qualquer coisa.
De seguir.
Ter a certeza que o caminho e longo mas não e todo de barro. Que a estrada vai voltar a fluir.
Enquanto isso, presto atenção nas flores.
Paro, respiro, sigo em frente.

Hoje eu já consegui escrever.
Hoje já é um dia bom.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P