De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A historia de como eu me rendi a TV e aos DVDs

Durante a gravidez da Rebeca eu criei inumeras, mas muitas mesmo, ideias de como eu gostaria que ela fosse criada. Li as teorias de por que criança não deve assistir televisão e concordava com todas elas. Isso inclusive merece toda uma reflexão pessoal de por que eu pensava dessa forma e como a televisão teve impacto na minha vida, ou a repercussão que isso teve.

deu pra entender?

Explico melhor. Por que, é serio, isso é muito importante!

Você ja parou pra pensar por que você é contra, ou a favor, do seu filho assistir ou não televisão? E o filho dos outros? Por que isso esta diretamente ligado ao seu relacionamento pessoal com a telinha. E vamos lembrar que criança aprende, acima de tudo, com o exemplo?

Pois bem, eu me rendi a televisão a contragosto. Ainda mais por causa do quando - meus pais quando ficavam com a Rebeca, bebezinha, meses de idade, recem nascida, pra eu poder dormir um pouco, colocavam ela no carrinho e a viravam para a televisão. Simples assim.

Eu esbravejei no começo, mas a verdade é que eu precisava dormir. As vezes precisava sair pra ir no medico, ou fazer qualquer outra coisa, e não tinha com quem deixar senão minhamãe e meu pai. E não adiantava nada falar que eu não queria que eles fizessem isso, pois eu chegava em casa e era exatamente essa a cena que eu encontrava.

Ai, aos poucos, fui me rendendo. E isso aconteceu principalmente por que eu, euzinha, sou viciada no barulho. Sim. Eu não aguento ficar no silencio completo e absoluto e não tenho costume de ouvir radio ou musica. As vezes deixo a tv ligada num canal qualquer e vou fazer outra coisa, mas quero ficar ouvindo aquela confusão de sons.

Ai eu conheci o cinematerna e percebi que, de verdade, a Rebeca não prestava atenção no que estava passando. Copnforme ela foi crescendo ela foi se interessando, ate por que a visão dela foi se aprimorando e ela foi distinguindo o que de fato passava na tela, pequena de casa ou grande do cinema.

Em determinado momento eu tive que fazer essa analise: por que eu sou contra minha filha ver tv? Sou contra o que exatamente? E se sou tão contra, por que me rendi?

Minha historia com a Tv e daquelas antigas. Eu ciostumo dizer que nasci bipolar, nós só não sabiamos disso ainda. Sempre tive problemas pra dormir, daqueles sérios. Na minha infancia eu lembro de ficar ou com a minha vó, tarde no escuro vendo tv, ou com meu pai, ou com a empregada, e as vezes sozinha.

Sei que em determinado momento meus pais colocaram uma tv no meu quarto pois eles estavam cansados de me verem dormindo na sala, por que eu ia pra la todas as noites ficar vendo tv ja que não conseguia dormir cedo. Ai, pra não terem esse problema e me manterem na cama, a tv foi pro meu quarto.

Quando eu tive minha primeira crise de verdade relacionada a bipolaridade, entre meus 12 e 13 anos de idade, a primeira reação dos meus pais, do meu pai principalmente, foi culpar um fator externo. Eu desrespeitava muito ele e minha mãe, cabulava aula, passava as noites em claro. E ele achava que eu fazia isso pra poder ver televisão.

E a verdade é que essa relação de que a tv era algo ruim veio dai, dessa reação do meu pai a sintomas que eu vinha apresentando e eles não reconheciam como tal. A Tv era, claro, apenas um meio de passar o tempo que eu tinha, mas não o motivo do problema.

E essa reação do meu pai, culpando fatores externos, continuou por anos. Era a tv, depois foi o RPG e os amigos, as baladas, a rebeldia da adolescencia que um dia iria passar. Mesmo depois do meu diagnostico final, ai eu ja com 21 anos, ele nunca se convenceu totalmente.

E, como eu disse, criança, ou melhor, as pessoas no geral, aprendem pelo exemplo. certo?

Então eu fiquei com essa marca dentro de mim, apesar de te-la negado por quase todos os anos possiveis, de que a TV era ruim, malefica, culpada pelos problemas de socialização e etc. Esse foi o exemplo que eu tive. E quando chegou a minha vezx de ser mãe, isso veio a tona!

Mas, eu preciso falar uma coisa muito, mas muito séria pra vocês: a TV é so um objeto. Juro! Ela esta ali, a sua disposição, e ela segue o seu comendo! Não o contrario...

Ta bom, tem gente que é viciada? eu sou no barulho, mas não vou sofrer uma crise de abstinencia se ficar com a TV desligada. Entendem? O que vai acontecer é que eu vou ter que pensar em outra coisa pra fazer, outra forma de me entreter, e ter o barulhinho de que sinto falta.

E ai eu fui me rendendo. E comecei a prestar atenção; E notei que a Rebeca preferia mil vezes subir pro quintal da casa e, na epoca, brincar na piscina, que assistir Discovery Kids. Que dependia de mim, e só de mim (ok, não so de mim, mas de quem estivesse cuidando dela) dar a opção. Que ela assistir TV não ia fritar o cerebro dela. Pelo contrario, a tv me ajudou inclusive em diversos fatores.

Ai eu vivia vendo os blogs e lia de um tal DVD da galinha pintadinha. E morria de curiosidade. Ate que um dia procurei no youtube e mostrei pra Rebeca pra ver se ela gostava. E no comeeço ela não se interessou muito não. A verdade é que quem gostou fui eu! Eram clipes animados de musicas que minha mãe cantava pra mim quando eu era pequena! Achei o maximo, e no fim compramos os dois.

Aos poucos, conforme a Rebeca foi crescendo, ela foi se interessando mais pelos mesmos. Assim como desenhos na televisão. E ainda conforme o tempo ia passando, ela mudava os gostos de quais clipes queria ver, ou quais desenhos na tv gostava mais.

Mas ela sempre, sempre, prefere subir pro quintal. E mesmo com a tv ligada, ela perde o interesse rapido e vai brincar com outra coisa.

No aniversario dela do ano passado ela ganhou um DVD do Aristogatas, e foi o primeiro desenho que ela viu, da Disney. E ela amou, e quis ve-lo repetidamente. E eu fiquei preocupada. Ai, li em algum lugar, ai péla web, num dos sites sobre desenvolvimento do bebe, que uma das formas das crianças lidarem com questões que pra elas são mais dificeis, é assistir repetidamente um desenho que tenha essa questão. E parei pra prestar atenção nas partes do desenho que ela mais se interessava. E fez sentido. E sabem, um dia, ela parou de pedir pra ver o desenho. E lidava melhor com a situação... (no caso, o dormir)

A verdade é que, depois que eu desencanei, ficou mais facil lidar coma televisão. Ela deixou de ser minha inimiga, e me ajudou inclusive a estabelecer uma rotina pra Rebeca.

Ate hoje eu explico pra ela que horas ela vai dormir usando os desenhos pra contar o tempo. (Depois do Mickey você vai dormir) E funciona.

Recentemente tive que me render a outra coisa dentro desse aspecto que eu não curtia. O Tal do patati Patata. Eu não gostava, achava chato, bobo, e não ensinava nada. Mas, a Rebeca conheceu na escola e começou a pedir pra assistir em casa.

Fui, mais uma vez, movida pela curiosidade e coloquei pra ela ver no youtube. E ela gostava tanto, que o Taz, que tambem não era fã da ideia e ainda por cima, coitado, tem medo de palhaços, se rendeu e comprou o DVD.

E sabem de uma coisa? Nem é tão ruim assim. E ensina mais coisas do que eu gostaria de ter que assumir. Mas ensina sim. No minimo, ensina as musicas, que podem parecer bobas pra mim, mas não sou eu que preciso de mensagens simples e curtas pra aprender a falar. Então, eles ensinam as musicas, aumentando o vocabulario, ajudando a criança a entender a cadencia das palavras de forma ludica. Ajuda na cordenação motora tambem,, com as danças que ela tenta imitar. ensina alguns valores simples, como tomar banho, escovar os dentes, comer bem. Mas mais do que tudo isso, ele cumpre o seu papel de entreter. A ela, não a mim.

E sabem o que a Rebeca fala quando esta pasando Patati Patata na tv e eu chamo ela pra subir?

"Tchau patati!" e corre pra cima de mim pra eu leva-la pra brincar.

deu pra entender o recado?

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