De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Homenagem - meu pai é meu heroi!

Depois que a gente cresce, casa e tem filho, acaba sendo dificil lidar com nossos pais. A verdade é que, ao longo da nossa adolescencia, entrada pra vida adulta e culminando no momento que nos tornamos nós mesmos pais, eles vão se tornando humanos demais. Sim, humanos! Por que quando somos crianças, eles são nossos grande herois!

Ai, as vezes é preciso um diazinho mais especial, que todo mundo diz que é comercial, mas que ajuda muito nessas horas, pra gente relembrar essa pessoa que, olha só, ja passou por tudo que estamos vivendo de uma forma ou de outra! E ai, a gente para um pouco e se pergunta, sabendo a resposta: sera que eles tambem sentiram, sentem, esse amor imenso que nós sentimos por nossos proprios filhos?

Meu pai é o cara!

É sério!

Sabe aquele pai que todo mundo quer ter? Bom, eu tenho!

Claro que ele não é perfeito. Alias, hoje em dia eu vejo um monte de coisa que ele fez e faz que não só não concordo, como aproveito a lição pra não fazer igual. Mas isso não muda minha afirmação anterior: meu pai é o cara!

Quando eu era pequena era ele que ia me buscar na escola. Professor, dono de um negocio que ainda estava começando, ele sempre se atrasava. Diz, claro, que era de proposito, pra nos podermos brincar por mais tempo com as outras crianças antes de ir pra casa. Esquecia, claro, que os outros pais não pensavam nisso e ficavamos, eu e minha irmã, sozinhas na escola, esperando quase uma hora... MAs preciso admitir, que na maioria das vezes, ate era legal!

Ele, como educador, em conjunto com minha mãe, fez questão de escolher uma escola pra nos que seguisse a linha construtivista. E eu tenho certeza, sempre que penso nas N vezes que passei no vestibular (sim, por que passar eu sempre passava, o problema era lidar com a doença e terminar o curso!) que tudo começou ai, nessa escolha tão pensada.

Meu pai me bateu 2 vezes na vida. ele nem lembra, eu nunca esqueci. Por que não era a politica deles, bater. Nem dele nem da minha mãe. As vezes que apamnhei foram momentos de total descontrole, claro, nitido, do momento. Me marcaram negativamente, e muito, mas a politica deles, aberta, de não violencia, essa me marcou positivamente ainda mais forte.

Fui mimada. Muito! Qualquer amigo meu pode comprovar isso. Alem de não apanhar, acho que fiquei de castigo pouquissimas vezes. Não, meu pai conversava muito com a gente. Eles estavam sempre, o tempo todo, ensinando alguma coisa. Nem que fosse nos ensinando a argumentar, a justificar, a provar nosso ponto de vista e assim nos livrarmos do castigo.

Meu pai é fisico. Racional. Nerd. Me ensinou a adorar Jornada nas Estrelas, Guerra nas estrelas, e ficção cientifica de forma geral. E sempre que assistiamos um filme, ou alguma coisa na tv, ele saia conversando com a gente. Tinhamos que questionar tudo, pensar sobre tudo, ter uma opinião.

Me ensinou a andar de bicicleta, coisa que eu tive muita dificuldade de aprender, correndo atras de mim, segurando a bicicleta, pra que eu pudesse andar sem as rodinhas sem medo de cair. E quando eu gritava "você ainda esta ai?" ele gritava, la de longe "claro!" e eu ficava toda confiante que não ia cair, mesmo sabendo no fundo que ele tinha me soltado.

Ele entrava comigo no mar e me jogava por cioma das ondas. E eu voava antes de cair de volta no mar.

Mesmo nos piores momentos da minha adolescencia, no meio das brigas com minha mãe, na rebeldia, nas bebedeiras de fim de semana, ele atendia o telefone e ia me buscar na balada as 4h da manhã.

E recebeu meus amigos nessa mesma época com o coração aberto, assim como a porta, e os deixou entrar em casa e na nossa vida, alguns de forma definitiva, como o Taz. E não deve ter sido facil ver a filhinha mais nova, aos 16 anos, trazer o namorado pra dentro de casa. As vezes ate me pergunto se o fato de nos estarmos juntos ate hoje, 13 anos depois, ajuda ou piora a situação. Não que eu queira saber essa respota. Acho melhor descobrir quando for minha vez...

Tão querido, tão compreensivo, tão aberto a conversar e se divertir, que foi adotado como "Babbo" pelos nossos amigos por muitos anos, sem achar ruim. E é pra ele que muitos iam se justificar, ou contar uma vitoria, ou chorar um fim de relacionamento, ou pedir um conselho. Era quase como se por alguns anos ele tivesse ganhado um monte de filhos a mais, agregados a suas filhas, principalmente a mim.

Ele sempre deixou claro que o mais importante pra ele era que nos estudassemos, que aprendessemos. "Ninguem pode tirar o seu conhecimento".

Presava muito a liberdade, e apesar de ter se prendido a situações desagradaveis, tenho certeza que enquanto ele puder pensar, ele é um homem livre.

Muito do que eu quero pra mim, como mãe, eu aprendi com ele. Por ter um pai como o meu pai. Ate mesmo, alias, principalmente, por ele não ser perfeito. Mas por ter sempre sido, acima de tudo, meu pai, e me proteger, e me cuidar,e tentar garantir ate demais, que eu tenha sempre tudo o que eu precisar.

Pai, eu tive, eu tenho, e enquanto eu puder contar com você, eu sempre vou ter.

Minha homenagem ao meu pai, para o dia dos pais!

Um comentário:

  1. Oi Di,
    que máximo essa homenagem ao seu pai.
    É memso, só depois que crescemos é que vemos os pais como eres humanos. Eu tento mostrar para as minhas filhas que sou humana, que tenho qualidades mas tenho defeitos, que acerto mas também erro.
    Que bom que você reconhece que tem o pai que todos queriam ter.

    Um ótimo dia dos pais para vocês.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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