De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Duras lições

Ja contei aqui que Rebeca tem um cofrinho. Ela sabe disso. Sabe que o dinheiro lá dentro é dela. Ja me emprestou alguns reais pra comprar mistura, e já usamos outros pra completar o lanche da escola. Mas as moedas ali se acumulam e na maioria do tempo ela esquece que tem o cofrinho.

Ai que estamos em época de Natal, e ela me viu comprando presentes pro avós e tios. E fomos algumas vezes a locadora pegar filmes e desenhos. E essa semana ela decidiu que queria comprar um brinquedo.

Primeiro pediu que eu o comprasse. Eu disse que estava sem dinheiro e que não poderia comprar.

ai ela lembrou do cofrinho e disse: "Eu tenho dinheiro!"

Ai eu resolvi que ia deixar, com alguns limites, que ela exercesse seu poder de compra.

E falei: "Ok, mas você não pode usar todo o dinheiro. Você pode gastar... R$6,00 para comprar um brinquedo. Se não tiver nada nesse valor que você queira, paciência."

E fomos a loja, ela feliz, confiante, com seu cofrinho.

E ela foi a caça de um brinquedo que pudesse comprar.

Tinha apenas um bichinho de pelúcia que se enquadrava nesse valor. E não era o que ela queria. Mas ela foi atrás. Olhava as bonecas que queria e perguntava se dava pra comprar. O Taz com calma mostrava os números e dizia "Esse é um 6? Não... então esse não dá."

E ela rodou quase todos os brinquedos da loja, que nem eram muitos.

E de repente ela olhou pros lados e se deu conta que não tinha o dinheiro necessário para levar nada que queria.

Foi um choque de realidade. Muito muito forte.
E ela sentou no chão, olhou pros brinquedos, e chorou. Não fez um escândalo. Era um choro silencioso, doido, diferente de todos os que ela já tinha tido. As lagrimas rolavam pelo rostinho sem que ela soltasse um som.

Eu não aguentei. Foi muito muito mais forte do que eu pretendia. A dor dela doía em mim.

Peguei ela no colo, e falei: "Filha, dessa vez eu vou te ajudar. Mas como eu disse, estou sem dinheiro, então não vai poder ser uma ajuda muito grande. Então eu vou ajudar você a escolher um brinquedo pra levar que custe perto do que voc~e tem, e eu vou completar o resto. Ta bom?"

Olhei as opções mais baratinhas da loja, nem era mentira que eu estava sem dinheiro. Dei 3 opções de coisas que teríamos, nos juntando, condições de levar. Montei cenários de como ela poderia brincar com cada coisa. E ela escolheu um bonequinha, bebezinho, pequenininha, simples. Seria o bebe de uma das suas bonecas.

E ela se animou. Ficou feliz, muito feliz de poder levar um brinquedo por fim. E de pagar por ele, mesmo que a metade. Começou a criar gistóriasd pro bebezinho de brinquedo, que seria o bebe adotivo de uma de suas bonecas.

Na saída, conversamos: "Filha, você viu como foi difícil comprar a boneca? Mas olha, você pode fazer o seguinte, você pode juntar dinheiro no seu cofrinho até voc~e ter o suficiente pra comprar aquela boneca que você queria. O que você acha? Ai é só você perguntar pra mamãe se ja tem dinheiro suficiente, que quando juntar tudo a gente volta aqui e compra, ok"

Ela concordou com um sorriso, e voltou pra casa brincando com sua bonequinha nova.

E eu, honestamente, voltei com a duvida se fiz a coisa certa. Será que ela era muito nova pra essa lição? Será que ela entendeu o que eu gostaria que ela tivesse entendido? Ou será que é uma daquelas besteiras que as mães fazem na melhor das intenções?

Ah... Duro é pensar que vou demorar muito pra saber essas respostas...


2 comentários:

  1. Eu sou da opinião que quanto mais cedo a gente descobre que não é rica melhor. É duro, na verdade é duro a vida inteira, mas é a vida...

    Sei lá, vejo pais que criam ou criaram seus filhos em um mundo de ilusão e depois quando a ilusão caiu ficou só destroços... E você não desiludiu ela ou disse que ela não pode ter a boneca, só que ela não pode ter a boneca agora, mas no futuro ela pode vim a poder ter quando ela tiver como. Eu acho que é melhor assim, acho bom ensinar as crianças a sonharem, mas acho cruel iludir elas.

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  2. Achei incrível essa sua atitude, não sei se para a psicologia está correto, srsrrs, mas eu aprendi tudo mais ou menos assim... e acho que é valido, a criança fica conciente e lucida quanto á real condição financeira da sua família...
    Minha bebeia tem 5 meses e nesse natal muita gente perguntou oq ue ele brincava, eu respondi, mordedor e coisinhas que fazem barulho... muita gente respondeu, mas isso é muito barato... eu só disse assim, poxa gente ela nao brinca com o valor das coisas, ela brinca com coisas simples, lavaveis e macias srsrsr... e assim está sendo todos dando coisinhas super simples...

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