De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Instabilidade, depressão e efeitos colaterais

Vou aproveitar o tempo livre pós almoço pra falar um pouco de coisa séria. Não que falar da Rebeca não seja coisa séria, claro que é, mas sério mesmo é quando você é bipolar e percebe que seu humor não anda lá tão bem assim.

Sinto que estou deprimida. Não aquela depressão incapacitante que não te deixa sair da cama. Mas aquele tipo que deixa desanimado, sem vontade de fazer muita coisa, de mau humor e brigando por bobagem por que cada palavra é uma luta pra sair da boca.

Sei bem o que é isso. É aquele chamado efeito rebote de uma crise de mania. Minha crise de mania de fim de ano eventualmente acabou e eu colho os frutos dela hoje. Por todos os lados, inclusive.

Não mexi nos medicamentos, na dose no caso, e sei que preciso marcar uma hora no médico. Até por que estou com um efeito colateral bem desagradável - a marca do remédio eu mudei e isso também pode ter interferido no meu humor.

Sim, pra quem não sabe, a marca do remédio altera sim os efeitos do mesmo ainda que teoricamente seja a mesma composição. Quem toma remédio diariamente sabe disso.

Meu cabelo cai de tal forma que entope o ralo do chuveiro a cada banho. Já estou com menos da metade do cabelo que tinha no fim do ano passado. Nem posso sonhar em tingir ou fazer qualquer química no cabelo com medo de que isso piore a situação. Então, mesmo que fosse apenas para pegar uma receita e voltar pra marca antiga, preciso marcar hora no médico.

Mas e a iniciativa, onde eu acho? É bem mais fácil escrever aqui sobre isso do que pegar o telefone e ligar, acreditem! Não é o mesmo movimento.

Me preocupa muito quando eu fico assim pois reflete como eu lido com tudo - com a Rebeca, com meu marido, meus pais, com o trabalho e comigo mesma.

No trabalho tenho dificuldade de ação e uma insegurança tremenda. Aceitei um freela com a minha irmã e apesar do meu esforço ser grande sinto que não alcanço as expectativas e travo em situações que racionalmente parecem simples de lidar. Mas nas ultimas semanas não são.

Sei que estou deprimida, mesmo que levemente deprimida, pois esse quadro se estendeu mais que alguns dias. Consigo datar uma piora a partir da minha ultima TPM. A impressão que eu tenho é que a TPM veio e ficou quando devia ter passado. Lá se vão 3 semanas de um humor ruim, uma paciência curta, desânimo, entre outras coisitas mais.

Antes disso  eu já estava mais desanimada mas ainda conseguia levar meus dias um pouco melhor.

Tenho estado mais impaciente com a Beca também, tadinha. Acabo brigando com ela por bobagens, por que pra mim tudo está mais pesado, lento, como se eu carrega-se um peso extra nas minhas costas.

Uma das coisas que me chamou a atenção que estou a muito tempo assim foi observar a Rebeca brincando. De repente as bonecas dela choram muito, pois é a forma que ela vê bebês pequenos, e ela, mãe das bonecas, sempre fala como se estivesse muito cansada e sofrendo. E criança repete nas brincadeiras os exemplos que tem em casa né? E os exemplos mais fortes que ela tem sou eu e minha mãe (que também não anda em seus melhores dias mas ainda esta melhor que eu). Ai sinto que tocou um sininho na minha cabeça -"que tipo de exemplo eu estou dando pra ela?"

Outro sintoma que veio com tudo foi o sono. Ando com muito mais sono, precisando dormir muito mais e o mesmo não tem mais o efeito revigorante de outrora.

Meu sono sempre foi um bom indicativo do meu humor - sono demais é sinal de depressão e sono de menos de mania. E eu demorei anos de tratamento pra descobrir que existia um meio termo nisso, que era um certo sono saudável, em que eu acordava bem disposta depois de umas 8h ou 9h de sono. Agora não. Se eu pudesse dormiria o dia todo.

Aliás, acho que se não fosse pela Rebeca eu estaria fazendo bem isso mesmo. Praticamente me entregando.

Mas eu tenho a Beca. E passar tempo com ela, mesmo com todas as dificuldades que venho enfrentando, ainda faz meus dias melhores, mais leves e mais felizes. Me faz levantar e agir. me faz insistir no trabalho, nas brincadeiras, em tudo. Me faz rir das gracinhas dela e me orgulhar das suas descobertas, me faz feliz ao vê-la crescer.

Ter a Beca não só não me faz não me entregar como me da força suficiente para que essa depressão não vá nem muito fundo e nem muito longe. Me faz uma pessoa melhor por que eu quero o melhor pra ela, pra nós.

Então eu levanto da cama, engulo em seco esse desânimo e passo mais um dia. E fico com ela de manhã (ou pelo menos parte dela), cuido das coisas da escola, troco, dou comida, brinco, conto histórias. Espero ela voltar da escola ansiosamente, querendo as poucas 2 horas a mais que passaremos juntas antes dela dormir. E no meio do caminho tento usar essa energia extra pra fazer todas as outras coisas. tem dias que dá, tem dias que não.

Mas sabe a única coisa que nunca acontece? Eu não desisto.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Quarto de menina

Eis que as aulas voltaram de verdade. Passou o Carnaval, certo? Rebeca já esta mais confiante e voltou a rotina. Quer dizer, naquelas. Agora ela vai e volta de perua da escola, então sai mais cedo de casa e chega muito muito mais tarde. Com  isso, a noite, mal da tempo de fazer alguma coisa. Ela chega, janta, brinca um pouco e já esta na hora de dormir.

Mas tem uma outra mudança ai no meio, um vontadezinha que surgiu ali, dentro dela, e eu resolvi aproveitar a deixa. Rebeca passou a se interessar em ter seu próprio quarto, e dormir em sua própria cama.

Eu vinha falando com ela do assunto já tinha algumas semanas. No último fim de semana teve festinha de aniversário de uma priminha dela, longe pra caramba. Mas valeu a pena, ela se divertiu muito e ganhamos um brinde todo especial. A decoração da festa era da Dora Aventureira, desenho que a Beca adora. E ao ver a empolgação dela a minha querida parenta resolveu nos presentear com os posteres decorativos. 2 posteres enormes que formam um painel.

E eis que colocamos o painel no quarto da Rebeca e ela se empolgou muito. Adorou. Só que ai foi até o meu quarto, fez cara de triste e disse:

- Queria os posteres aqui nesse quarto...
Eu pensei rápido - ela quer dormir onde estão os posteres, é? Já resolvo isso!
- Filha, os posteres vão ficar no seu quarto, que é aquele lá. Esse aqui é o meu quarto. Mas sabe o que você pode fazer? Você pode dormir lá no seu quarto! Eu coloco seu colchão lá de volta, arrumamos a sua caminha do lado dos posteres e você dorme lá, como uma menina grande. Quer fazer isso?

Ela concordou e eu não bobeei. Peguei o colchão em que ela dorme ao lado da minha cama, colcha, travesseiro, tudo, e levei e arrumei no quarto dela.

E ela gostou. Ficou feliz e agora quer brincar lá sempre. Novidade é assim né? Eu combinei com ela que quando ela dormir no quarto dela ela ganha um adesivo (lembram da historia dos adesivos no desfralde?) e depois de 30 adesivos nós vamos comprar uma colcha nova, de gente grande, que ela vai escolher.

Agora, dormir no quarto já é outra história, viu? Foram 3 noites de tentativas frustradas. No fim ela acorda e pede pra dormir na minha cama, tirando o pai de seu conforto e tomando seu lugar ao meu lado no meio da noite.

Mas, como o Taz disse "agora que começou não pode voltar atrás!" E eu concordo. Então, vamos lá, dia após dias, até ela se acostumar.

Ela tomando posse do quarto dela e eu retomando a do meu.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

2 em 1


8 - Liste cinco paixões que você tem.

1 - Boa comida
2 - cozinhar
3 - escrever
4 - Receber os amigos em casa
5 - Cinema hollywoodiano


9 - Liste 10 pessoas (ou menos) que influenciaram você e descreva como.

1 - Minha mãe - Minha mãe é uma guerreira. Viveu momentos muito bons e momentos muito ruins. Tem que lidar com problemas sérios diariamente, coisa que entendo bem. E mesmo a gente se dando tão mal - e nos damos mal mesmo, vivemos nos pinicando - ela está sempre disposta a me ajudar. É o que eu entendo por amor de mãe, amar  acima das dificuldades, além das brigas, e estar lá sempre, dos 3 aos 30, quando eu precisar.

2 - Meu pai - Que não entende esse negócio de ficar parado. Que faz esforço pra manter a família unida mesmo a contragosto da mesma. Que não mede esforços pra buscar o melhor. Que as vezes ignora o que a gente fala pra poder seguir o que manda seu coração e sua lógica. Que é um pai presente, companheiro. Que comete erros mas não desiste nunca. Que ficou ao lado de quem ama nos piores momentos quando muitos teriam fugido.

3 - minha irmã - que mesmo tendo supostamente a mesma criação que eu se tornou alguém tão diferente. Que enfrenta o mundo todos os dias e trabalhe pra torná-lo um lugar um pouco melhor. Que fez do seu trabalho uma ferramenta de mudança e encontrou realização trabalhando com o que ama. Que não tem tempo pra nada mas sempre encontra um tempinho pra gente. Que se joga em tudo que faz, faz do coração. Mas pensa muito antes de agir também. Que tem medo de coisas que pra mim são tão simples, e que as vezes parece não ter medo de nada.

4 - O Taz - Que não é perfeito. Bem longe disso. Mas que me ensinou muito, que está do meu lado quase metade da minha vida. Que me deu o maior e melhor presente que eu poderia ganhar - um propósito! Que tem suas limitações e seus vícios mas que está comigo em cada dia difícil, cada choro, cada exagero, e me lembra todas as vezes que estar juntos é uma escolha que fazemos todos os dias ao acordar. Que me deu uma família. Que mesmo perdido não desiste de nós, de mim, e nem de si. Que quer muito se tornar alguém melhor todos os dias, mesmo sem saber como fazer isso direito.

vou parar aqui, nos 4 maiores exemplos que tenho mesmo por que essa lista é bem difícil de continuar. Mas se em algum momento eu pensar em mais alguém eu completo.

Bom domingo e vamos pra mais uma semana!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Prêmio Liebster - Selinho


 O Prémio Liebster é um prêmio destinado a blogs com menos de 200 seguidores e pretende premiar a amabilidade, gentiliza, beleza, simpatia do blog (e blogueira(o)) bem como dar-lhe as boas vindas. As regras deste prémio ditam que eu responda a 11 perguntas colocadas por quem me presenteou, escolha novos blogs com menos de 200 seguidores e faça novas perguntas. Ajudando assim na divulgação de quem me presenteou e de quem vou presentear

Obrigada, adorei o presente!

As perguntas:
1. é racional ou pacional? Depende do meu humor. Tomando a medicação direitinho tento ser racional.

 2. de briga ou de paz? Paz, sempre a paz!
 3. uma curiosidade sobre você.. - Sou uma inveterada jogadora de RPG e conheci meu marido assim, jogando. Espero poder ensinar a Beca um dia!
 4. Fora o filho, quem mais ama nessa vida? A mim mesma
5. sonha em... Viver de escrever
 6. uma musica que faz suspirar? Isis
 7. uma historia que faz rir? Nossa, não consigo pensar em nenhuma!
 8. saudade de quem? Do André, meu amigo que faleceu ano passado.
9. um momento? Quando estou colocando a Beca pra dormir, ela acbou de adormecer e tenho a sensação que posso ficar ali pra sempre, e ela continua com a mesma feição desde o dia que nasceu quando dorme...
10. um animal? Gato, adoro gatos!
11. um sonho de consumo? Minha casa.

Indico para quem quiser pegar - mas tem que ter menos de 200 seguidores!! As perguntas:
1 - Seu maior sonho já realizado?
2 - O nome que você daria ao seu filho/a se ele tivesse nascido do sexo oposto?
3 - Seu maior sonho ainda a realizar?
4 - Sua comida favorita?
5 - seu primeiro amor?
6 - Se você não precisasse de dinheiro, o que faria?
7 - e se você ganhasse na Mega Sena?
8 - Um segredo que você escondeu mas que hoje fica feliz de que os outros saibam?
9 - Chocolate branco ou preto?
10 - Um medo?
11 - Uma vitória?

Atualizando a vida

Eis que estamos em fevereiro, dias antes do Carnaval. E eu acho que minhas "férias" ja tiveram tempo demais, não é não? Então vou fazer uma rápida atualização do meu ano até agora:

- O Ano Novo foi gostoso, calmo, bem como eu esperava. Bons amigos, boa comida, um bom jeito de começar o ano.

- Dias depois um amigo meu muito querido que mora fora veio passar 15 dias de férias no Brasil e n´so procuramos passar o maior período de tempo com ele. Fomos comer rodízio de pizza - afinal a pizza paulista não tem igual no mundo! - dois dias depois fizemos um churrasco na casa de um amigo e no fim de semana seguinte fiz um jantar aqui em casa regado a muito saudosismo. Terminamos com uma curta viagem para passar a tarde com a irmã dele antes do dia da viagem de volta. Foi incrível! Foi bom ter o bom de dois momentos da minha vida - o hoje, com a Beca e o meu eu aos 16 anos. Voltamos no tempo e foi difícil voltar aos dias atuais, mas acho que valeu muito a pena!

- Levei a Rebeca no cinema mais de uma vez, para assistir A Origem dos Guardiões e detona Ralph. Foi gostoso fazer um programa em família e ver que ela já consegue se concentrar mais no filme, se interessar pela história. Chega no final ela ja esta cansada e inquieta, mas isso já nos ultimos 15 minutos do filme então da pra contornar. É um dos programas que eu mais gosto de fazer e é ótimo ter agora a companhia dela que mostra que também tem gosto pela coisa!

- Ficamos em casa, acabamos não indo viajar nem nada. Na semana que tínhamos nos programado para viajar meu pai descobriu que precisaria começar a trabalhar em sua nova empreitada e as aulas da Rebeca recomeçariam. Tivemos que adiar mesmo, indefinidamente. Os programas que fiz então foram esses, sair com meus amigos, ir no shopping, ver filmes em casa.

- Tivemos o aniversário do Taz também e foi divertido, simples. E rendeu esse bolo aqui, feiot por mim:



- Como comemoração do aniversário do marido, assim que a Beca voltou as aulas nós escapulimos para o cinema assistir Django. Amei e recomendo muito! (o filme e o programinha a dois)

Nossa situação financeira continua indo de mal a pior. Minhas encomendas ainda não recomeçaram (ja tenho 2, mas pro mês que vem) e marido esta buscando novas alternativas. Ele piorou muito da depressão e acabou ficando em casa em Janeiro inteiro. Retomou a medicação e agora, um pouco melhor, conseguiu retomar o trabalho como corretor de imóveis até achar alguma outra coisa mais fixa - plano de curto e médio prazo. Além disso, conversamos muito e ele decidiu estudar para prestar concursos públicos, então esse é o plano a longo prazo.

Minha meta ainda é escrever meu livro esse ano, estou fervilhando de idéias, minha irmã teve uma bem boa e estou animada apesar de não saber por onde começar. Então não esqueçam do combinado - eu escrevo e vocês leem e me ajudam a divulgar! ;)

Com relação a escola, ela esta dando um certo trabalho para ir e entrar. Normal pra quem passou 2 meses em casa, então não estou preocupada.

Esse realmente vai ser o ultimo ano da Rebeca onde ela esta. Os aumentos praticados por eles não condizem com a minha realidade, além do preço do material escolar, apostilas, cursos extras (esse ano ela vai fazer balé) e por ai vai. Adoro o carinho que eles tem lá, os cuidados, além de saber que ela é muito querida pelos amigos, mas não dá. Então vou fazer o possível pra que ela aproveite o máximo da experiência. Bom a verdade é que não tenho idéia de como as coisas vão estar daqui até o fim do ano então tudo pode e deve mudar.

Acho que é isso. Vou continuar com a lista agora! hehehe

sábado, 2 de fevereiro de 2013

7 - Qual seria seu trabalho dos sonhos e por que?

Pra falar mais um pouquinho... Precisa? 7 - Qual seria seu trabalho dos sonhos e por que? Desde que aprendi a escrever, lá aos meus 5, ou 6 aninhos de idade, tudo o que eu mais quero e mais amo fazer é escrever. Na 1ª série nós fazíamos livrinhos para ler para a turma toda semana. eu lembro que criei uma história sobre um menino e seu dinossauro de estimação - uma coisa meio Godzilla mesmo, mas pro publico infantil e sempre com final feliz - e que eu continuei a mesma história por algumas semanas. Cheguei a retomar essa história durante a minha primeira vez em recuperação já na 4 série. Quando estava com meus 8 anos minha irmã começou a ler e escrever histórias de detetive - Sherlock Holmes, Agatha Christie... Eu não tinhja idade pra ler esses livros ainda, mas me interessei pelo gênero, pela idéia e, mais que tudo isso, pelos textos dela, e parti para o papel para escrever uma história de detetive também. Quando tinha 10 anos minha vida já estava uma bagunça bem grande. Eu vivia doente, com uma infecção de garganta crôncia que até hoje não sei bem o que era. Esse quadro já durava 1 ano comigo doente e com febres altas (40°) a cada 2 meses mais ou menos e nada de resolver. Na mesma época nós mudamos de casa e fomos morar em um apartamento e eu mudei de escola para estudar na mesma escola que minha irmã. Minha timidez chegava ao auge e os primeiros sintomas da bipolaridade já estavam presentes. (apesar da gente não saber disso na época). Dai pra frente escrever era o que me realizava e me fazia me sentir em casa e segura. Eu não tinha amigos e tinha muita dificuldade para fazer novas amizades. Faltei muito na escola por causa dos problemas de garganta e da cirurgia de extração das amídalas que finalmente resolveu o problema. Engordei muito. Ia bem na escola apesar de tudo isso e isso mais atrapalhava que ajudava já que além de tudo eu era vista como CDF. Então eu escrevia. E foi escrevendo que eu conseguia expulsar meus demônios, e encontrar prazer. Quando a depressão ficou muito forte, eu não queria contato com mais ninguém. Passava meus dias jogando vídeo game, comendo salgadinho, e esperando a madrugada para sentar em frente ao computador. Aos 13 anos, na madrugada, era eu, o computador e uma jarra de leite batido com chocolate. E nesse momento, quando todos dormiam menos eu, eu encontrava a paz que me faltava. Muita coisa passou depois disso tudo. Afinal, ja tem quase 20 anos dessa ultima cena que descrevi. E sinto muita falta dessa sensação. Atualmente eu tenho muita dificuldade para escrever, para encontrar as palavras e organizar meus pensamentos. Os remédios não ajudam em nada nesse sentido e muitas vezes sinto minha cabeça vazia. Encontrei algo próximo da estabilidade sim, sem dúvida, mas não a paz. A paz, quando a encontro, ainda está lá, no papel e na tela em branco. E é por isso que meu sonho continua o mesmo. Quero viver de escrever, por que é a única coisa que me dá a satisfação e a paz que eu busco e busquei toda a minha vida.