De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Sobre os 12 anos

 Rebeca completou 12 anos. Novamente fazendo aniversário em meio a Pandemia, e com outros problemas que tem que lidar com relação a familia e amigos, nós decidimos viajar para comemorar o aniversário dela. Sair de casa, das nossas 4 paredes apertadas e tentar relaxar.

Deu tudo errado.

No dia da viagem ela acorda e comenta que a garganta esta arranhando um pouco. Como o tempo andava seco, tento não dar muito ibope para o caso, torcemos pelo melhor e dou a ela uma pastilha para a garganta, só para garantir.


Um dia cheio, escola, parabéns com os avós, arrumar as coisas, pegar estrada, se perder, chegar tarde. A casa é linda, mas no fim do dia estamos exaustos. Fomos em 4 pessoas - eu, ela, o pai e um amigo meu. Da idade dela, ninguém. Mas, ei, teriamos a praia!

Na manhã seguinte, muito cedo, eu e ela acordamos. Ela esta constipada, com dores e se sentindo mal. O tempo não ajudava - fechado e frio, logo começou a chover. Prostrada durante todo o dia, era impossível esconder o medo -  com ela de volta a escola, a poucos dias de tomar s primeira dose da vacina, será que ela tinha pego COVID?

Esperamos algumas horas. Almoçamos. Ela comeu pouco, a garganta doia muito. Deitada em frente a TV, sem energia, ela escondia a propria aflição. Eu não via sentido em continuar ali. A previsão do tempo era de chuva para o resto do fim de semana. Alguém tinha que tomar a frente e tomar as decisões e essa pessoa, mais uma vez, era eu. Voltamos para casa. Exame de COVID agendado para o dia seguinte.

Rebeca ficou muito triste. Muito frustrada. Se sentia culpada, deprimida. Sozinha. Com medo. 

Fiquei com ela e fiz o que pude. Conversamos. Ficamos juntas, assistimos filme, comemos coisas gostosas.

O exame de COVID deu negativo. Ufa! Só isso mudou muito o humor de todos na casa. Como uma enorme nuvem negra que se dissipava.

Mas, ainda sim, 4 pessoas fechadas numa casa num fi de semana chuvoso, sim, a cada dia foi mais um amanhecendo gripado. E foi assim por toda a semana.

A possibilidade de aula online facilitou muito para Rebeca poder ficar em casa e esperar melhorar. Para nós, foram dias de molho, mau humor e descanso. Diminuir o ritmo. Se curar.


Existe muito do que precisamos nos curar.


Uma das coisas que esse susto me lembrou é que por mais que os numeros estejam melhores a andemia não acabou e ainda não é hora de deixar todos os cuidados de lado. E que essa doença ainda esta e continuara consoco por muito tempo.

A outra coisa que me fez pensar foi em como a pandemia afetou a vida da Rebeca. Em como ela é solitária, mantendo contato apenas com os amigos online. Crianças são resilientes, talvez, mas não estão imunes as sequelas desse isolamento. Todos somos afetados.

Combinei com ela que assim que possível vamos comemorar esse aniversário de uma forma decente.
Ela merece se sentir feliz e bem.

Ela tem 12 anos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Setembro Amarelo 2021

 Não vou falar do que já foi. 

O passado por vezes deve ser deixado ali,

Naquele momento em que ocorreu.

Tampouco tentarei falar sobre amanhã,

Já que dele nada sabemos.

Para o amanhã deixo a esperança,

Um bom dia,

Um sorriso,

Uma alegria.

Falarei do hoje, 

Pois é nele que estamos.

E as vezes é o dia mais difícil de passar.

Por hoje eu quero escolher estar bem.

E se não posso estar bem,

Então escolho a chance de me sentir melhor.

E se ainda parecer escuro,

O direito de só deixar o hoje passar.

E se o sono não vier,

Que eu tenha o gosto por uma boa série.

Talvez afagar um gato.

Brincar com o cachorro.

Deitar na cama e me sentir seguro.

E se tudo isso for muito distante,

Ok,

Então que a gente lembre de amanhã.

Porque a esperança está lá, lembra?

E amanhã pode ser o dia que a luz entra,

Passa pelas frestas da janela,

E o sol esquenta minha face cansada.

A cara lavada, molhada, vermelha

Mas que ainda quente se permite.

Mais um dia.

Mais uma chance.

Todo dia.

E eu continuo.

E é a persistência de acreditar no hoje,

Nesse dia, todo dia,

Que me encontra a alegria.






quarta-feira, 4 de agosto de 2021

REPOST - APOIA.SE MÃE BIPOLAR FILHA JACARÉ

 Queridos amigos, seguidores, pessoas queridas do meu coração. Depois de muitos anos eu decidi me aventurar e tentar uma coisa nova aqui no blog. Criei uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a manter o Blog!


Sim!




Agora o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré tem um Apoia.se !


https://apoia.se/maebipolar




Segue abaixo a descrição:




Olá pessoas queridas! A vida tem dessas, não é mesmo? Eis que depois de 11 anos mantendo o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré me vejo navegando em águas desconhecidas. Eu gosto muito de escrever o Blog e manter esse registro do meu cotidiano.




Ha 11 anos atras eu comecei o Blog com a intenção de ter um espaço para dividr essa experiência de ser uma pessoa com Transtorno Bipolar que decidiu ser mãe, apesar de todas as dificuldades inerentes a isso. Mais como um exemplo de como é a vida, para que outras pessoas que como eu e se veem com um novo rotulo entre tantos da vida, pudessem encontrar nas minhas histórias um lugar de conforto, de reconhecimento, e não se sentissem sozinhas em seus mundos e indagações.


Ao longo de todos esses anos eu conheci pessoas incríveis, tive várias oportunidades, tentei ajudar quem me procurou como pude, e mudei. Mudei muito. E a cada fase, a cada tombo, a cada acerto, eu tentei trazer da melhor forma as minhas experiências, passadas, presentes, e expectativas de futuro. Sempre de um jeito que você pudesse se sentir acolhido como eu gostaria de ser.




E eu quero poder continuar a fazer isso. Quero mesmo. E é aqui que você entra. Com uma pequena contribuição pra ajudar essa pessoa aqui a se manter e poder dedicar um pouco do meu tempo e carinho para continuar esses relatos, que eu espero ja tenham te trazido algo bom.


A cada meta atingida é um texto a mais por mês que eu me comprometo a publicar, para que você possa continuar acompanhando essa jornada.


Então bora ajudar a manter o Blog?




Acesse a nossa página no Apoia.se, compartilhe com os amigos e ajude o Mãe Bipolar a se manter por aqui!

Sobre Mitos e Instabilidades

"Hoje é um daqueles dias em vou de um extremo a outro em poucos minutos. Um gatilho bobo desperta uma série de sensações e pensamentos que mudam meu humor, tão alegre e animado pela manhã, e me deixam a mercê dessas nuvens de desânimo, tristeza e pessimismo.

Quando convivemos e entendemos o que se passa há tantos anos como eu aprende-se a não ouvir os raios da tempestade com tanto medo. É mais fácil, na verdade, ter medo do sol pois ele é sem dúvida o responsável por derreter a cera que cola as asas de Ícaro...
O importante é saber que não importa quão assustador seja o labirinto, a saída é logo ali. E não precisamos ter medo do minotauro visto que ele nada mais é que nosso reflexo do outro lado do espelho..." Esses paragrafos são de 1 ano atrás. Eles não poderiam ser mais reais hoje, como são na verdade há tantos anos. Indo e vindo nos mares do transtorno bipolar, estamos fadados a lidar com as ondas que se jogam na praia.

Nas ultimas semanas eu entrei numa crise muito forte de depressão. Muito forte mesmo. Tem sido dificil pra mim, tem sido muito dificil para quem esta do meu lado passando por isso comigo. Checamos os fatores que serviram de gatilho: momentos de muita intensidade emocional no trabalho, na vida pessoal, junto com uma tentativa de trocar de medicamento depois de mais de 10 anos com a mesma medicação parece terem sido um combo certeiro na estabildiade que eu vinha construindo. Mas ao encontrar os motivos, faz-se o que é necessário para melhorar: primeiro, começa se respeitando o momento. Entender e aceitar, se dar tempo, mas também usar as estrategias que foram construidas nos anos de tratamento para ajudar a modificar e dar a tal "virada positiva". Isso por vezes envolve gastar com coisas superfulas, ou se dar um bate papo regado a vinho. Uma noite romantica. Um ato impulsivo. Desde que não faça mais mal do que bem, estamos no jogo para sair da depressão então muita coisa se torna permitida. E essa semana começou melhor. As nuvens no céu não parecem mais tão negras. Os sorrisos são mais fáceis. A memoria ainda esta um caco. E parece que essas duas semanas tivram 1 ano inteiro de duração tamanho o cansaço. Mas hoje eu estou melhor. Retomei a medicação anterior que me serve ha tantos anos: nem sempre economizar $$ deve ser o seu foco principal. Foque no que faz bem. E vamos seguindo. O caminho para o fim do labirinto é longo, e as vezes o minotauro nos alcança. Podemos as vzes sair voando, desde qu tenhamos cuidado para não voar perto demas do sol.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

Aquele sobre ser bipolar e mãe

 Olá, eu sou a Di. Caso você tenha chegado por aqui agora e ainda não me conheça.

Eu sou mãe da Rebeca, uma menina maravilhosa de 11 anos.

E eu sou bipolar.

Desse tipo diagnosticado mesmo. Com CID e tudo.

Pra quem quiser saber mais da minha história, eu vou recomendar ler uma série de posts que tenho contando um pouco do começo da minha trajetória. Eles chamam "A minha história". Da uma busca no blog. 😉

Por agora o resumo é que sou diagnosticada desde os 13 anos de idade, comecei o tratamento em 2004 aos 22 e levei e levo ele muito a sério por um objetivo muito claro: eu descobri que eu queria ser mãe. E eu entendia o que eu precisava fazer para alcançar esse sonho e me tornar a mãe que eu queria ser.

Depois de 5 anos de tratamento até alcançar a estabilidade eu realizei esse desejo e conquistei o direito de ter minha Rebeca.

E durante 10 anos eu me dediquei a ser a melhor mãe que eu podia ser.

O resultado disso foi uma filha saudável, companheira, amiga, empática, preocupada com o mundo ao seu redor, crítica, bem educada e que entrou na pré adolescência pronta pra começar a se virar sozinha e dar os próximos passos.

E no momento que ela já não precisa da minha dedicação integral 24h/7dias da semana, eu me vi em águas misteriosas, podendo voltar meus olhos para mim mesma novamente.

Isso trouxe uma onda de coisas boas mesmo em meio a uma Pandemia. Trouxe muita instabilidade emocional também pra eu ter que navegar, mas nada que não seja possível de lidar.

Ao longo desse meu caminho eu tive a sorte de ser uma pessoa muito consciente. Por ter convivido desde a infância com minha mãe com Transtorno de Pânico e entender isso como uma doença com tratamento e capaz de ser vencida - eu vi isso! - quando eu me vi em uma crise que parecia sem volta eu fui capaz de parar, entender o que estava acontecendo comigo, e buscar ajuda médica.

Foi iniciativa minha. No meio de uma crise depressiva. Um momento de lucidez no meio de uma tempestade.

Com o blog eu tive a chance de conhecer, e espero que ajudar, muitas pessoas que de repente se viram com esse diagnóstico cheio de tabus e precisavam de um apoio e de um exemplo que era possível ter uma vida boa, útil, feliz, e que não precisavam abandonar seus sonhos, muitas vezes de ter uma família.

No máximo teriam que desacelerar, respirar, aprender novas formas. Mas que um diagnóstico não é uma sentença.

E ser bipolar não define quem somos. É apenas mais uma das nossas características. E podemos conviver com isso.

Eu não escrevo mais com tanta frequência. Minha vida anda bem corrida e disso eu não tenho do que reclamar. Tenho vivido um segundo sonho.

Mas sinta-se a vontade para vasculhar nos arquivos daqui do blog. Pode ser que você encontre algo que se assemelhe ao que está vivendo agora. Talvez algo que te dê uma luz, ou uma mão.

E continue por aqui. Ainda vamos nos ver muito nessa viagem.


Boa semana pra vocês!

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Sobre Luciano e Caio e o Dia Internacional do Orgulho LGBT

 Ja contei que tenho um Canal no Youtube chamado Onde Esta Minha Mente e que eu escrevo os roteiros para nossos videos.


Ja contei que nossos videos são interativos, no estilo Voce Decide, e você pode ir escolhendo como quer que a historia continua clicando nas escolhas ao fim de cada video,


Eis que hoje nós lançamos o Primeiro Video com um Roteiro Meu.

E eu tenho muito orgulho dessa historia. Hoje foi o Lançamento da história Lucianoe Caio na minisserie em 5 episodios O restaurante.



Luciano e Caio conta ahistória de Luciano, um homem gay que decide assumir sua sexualidade ao mesmo tempo que se declara para Caio, seu melhor amigo.

E cabe a você decidir como Caio irá reagir.

Como você reagiria?


Nós decidimos lançar esse video hoje em especial por ser o Dia Internacional do Orgulho LGBT. Por que uma das coisas que eu espero é poder ver mais e mais histórias sobre casais LGBT. Sobre amor. Sobre sentir orgulho de si mesmo. Sobre ser livre. E sobre como lidar com o outro quando não somos aceitos também.

Luciano e Caio faz parte de uma minissérie em 5 episodios, onde cada uma das historia sé feita pra você pensar, sentir, se emocionar, e tomar suas decisão de como seguir.

Venha você também prestigiar minha estreia, assistindo e compartilhando e comentando em Nosso Canal.

Você pode assistir LUCIANO E CAIO CLICANDO AQUI

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Sobre 2021 e o segundo ano da pandemia

 A Pandemia me pegou em cheio esse ano. Minha vida tem sido uma série de instabilidades que eu não sentia ha anos. Mesmo assim sinto que não posso reclamar muito: muita coisa boa esta acontecendo na minha vida. Muita mesmo.


Mas a bipolaridade e a depressão nem sempre fazem muito sentido, não é mesmo?


Passei os primeiros meses de 2021 numa depressão que variava de forte para média. Tenho tentado trabalhar isso e naveegar por essas águas. Tenho sucesso sim, mas ainda tem muitas ondas nesse oceano.


O que tem me ajudado muito é o trabalho. Por mais que ainda seja um trabalho não remunerado, é verdade, e isso seja um problema bem sério, eu estou trabalhando exatamente com o que eu amo fazer: eu escrevo. Eu cuido. Eu organizo.


Pra quem chegou agora, eu, junto com meu companheiro e um grande amigo, tenho um Canal no Youtube chamado Onde Esta Minha Mente (só clicar em cima pra ir conhecer). É um canal de filmes e ´series interativos, onde o espectador pode escolher os rumos da história clicando em opções que aparecem na tela no final de cada bloco, escolhendo o final da história. É uma mistura de curta-metragem e jogo de RPG.

Eu sou roteirista e produtora do Canal. Nós iniciamos no ano passado, de forma timida, e ainda estamos nos ajustando, mas o fato é que isso me deu mais que um trabalho, me deu um rumo!

Eu sempre quis viver de escrever. Sempre. Desde que aprendi a escrever aos 7 anos de idade eu sabia que era isso que eu queria fazer da minha vida. Mas até hoje, e eu tenho agora 39 anos, eu nunca havia me permitido me dedicar a isso por causa da tal história de "você precisa primeiro ser capaz de se sustentar sozinha" e etc. 

Pois ai veio uma pandemia e não poder sair de casa e ter que sentar e esperar a coisa toda passar de repente, pra mim, foi a oportunidade que faltava. Se eu não poderia fazer as tais coisas uteis, eu finalmente poderia me dedicar a isso sem culpa.

E ai meu amigo me trouxe a ideia do canal e sugeriu que eu escrevesse um roteiro. Eu aceitei sem saber o que eu estava fazendo, eu nunca tinha feito um roteiro na vida, mas parecia divertido.

E um roteiro de um video virou o roteiro de uma minisserie. E quando nós fomos gravar... Quando eu vi o que eu tinha escrito criando vida e se transformando na minha frente.... Eu soube:

É isso que eu quero pra minha vida.

E eu não tinha tanta certeza de algo desde que eu decidi que eu queria ter filhos. Desde que eu quis ter a Rebeca.

É isso que eu quero pra minha vida.

De lá pra cá escrevi muito mais, gravamos vários outros filmes que estão sendo preparados para lançar no Canal do Onde Esta Minha Mente, mas eu também fui atrpas de aprender de verdade esse oficio. Tenho feito cursos, lido, tenho planos de voltar pra faculdade e fazer uma nova graduação na área.

Tenho planos. 

Tenho sonhos.

Tenho algo meu e que me faz sentir eu mesma de novo.

Mas ai tem a tal da bipolaridade pra lidar. E a pandemia. E as responsabilidades.

Só que eu tenho tanta certeza do que eu estou fazendo que nada disso tira meu foco. Então eu vou atrás de como lidar com tudo isso, como equilibrar as coisas, como me equilibrar.

Retomei com minha antiga psiquiatra. Vou ajustar minha medicação. Assim que possível retomo a terapia. Tenho uma boa rede de apoio, não me escondo, aceito e procuro ajuda. Encontro essa ajuda as vezes de onde não espero. 

Tenho a Rebeca. Ela é meu norte, minha motivação, minha companhia, minha principal motivadora. Ela ouve e le minhas histórias antes que todos os outros. Ela senta e fica comigo, e já pediu para acordar mais cedo para poder escrver comigo ants da aula. Ela se torna cada vez mais independente e tem cada vez mais sua proria vida e seu prorprio mundo me dando espaço e me mostrando que eu posso sim me concentrar em mim e nos meus sonhos. Pois ela esta ali pra caminhar comigo.

Tem dias que eu mal consigo levantar da cama. Sinto muita vontade de chorar, muitas vezes, quase todos os dias. Tenho crises de ansiedade frequentes, as vezes com gatilho, as vezes por nada.

Não leio muito as notícias. Mas não me permito me alienar também. 

Espero que essas tempestade no mundo passe e possamos todos chegar salvos a praia. Hoje, navegamos em águas misteriosas.

Por sorte eu encontrei um mapa e uma bussúla para me ajudar a seguir navegando.

Aproveite e conheça o Canal: "Onde Esta Minha Mente"

sábado, 24 de abril de 2021

Me Ame

 Me ame.

Me ame um pouco hoje,

E me ame um pouco mais amanhã.

Me ame todos os dias,

Até o dia que o amor acabar.

E se esse dia realmente chegar,

Me ame mais ainda,

Pra que esse amor possa voltar a queimar.

Me ame todos os dias

Enquanto o mundo girar.

Me ame muito, 

e pouco, 

e me ame mais. 

Me ame dia e noite, 

enquanto o sol ou a lua brilhar...

Me ame,

Para que juntos,

De mãos dadas,

Possamos o caminho trilhar.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Apoia.se Mãe Bipolar Filha Jacaré!

 Queridos amigos, seguidores, pessoas queridas do meu coração. Depois de muitos anos eu decidi me aventurar e tentar uma coisa nova aqui no blog. Criei uma campanha de financiamento coletivo para ajudar a manter o Blog!

Sim!


Agora o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré tem um Apoia.se !

https://apoia.se/maebipolar


Segue abaixo a descrição:


Olá pessoas queridas! A vida tem dessas, não é mesmo? Eis que depois de 11 anos mantendo o Blog Mãe Bipolar Filha Jacaré me vejo navegando em águas desconhecidas. Eu gosto muito de escrever o Blog e manter esse registro do meu cotidiano.


Ha 11 anos atras eu comecei o Blog com a intenção de ter um espaço para dividr essa experiência de ser uma pessoa com Transtorno Bipolar que decidiu ser mãe, apesar de todas as dificuldades inerentes a isso. Mais como um exemplo de como é a vida, para que outras pessoas que como eu e se veem com um novo rotulo entre tantos da vida, pudessem encontrar nas minhas histórias um lugar de conforto, de reconhecimento, e não se sentissem sozinhas em seus mundos e indagações.

Ao longo de todos esses anos eu conheci pessoas incríveis, tive várias oportunidades, tentei ajudar quem me procurou como pude, e mudei. Mudei muito. E a cada fase, a cada tombo, a cada acerto, eu tentei trazer da melhor forma as minhas experiências, passadas, presentes, e expectativas de futuro. Sempre de um jeito que você pudesse se sentir acolhido como eu gostaria de ser.


E eu quero poder continuar a fazer isso. Quero mesmo. E é aqui que você entra. Com uma pequena contribuição pra ajudar essa pessoa aqui a se manter e poder dedicar um pouco do meu tempo e carinho para continuar esses relatos, que eu espero ja tenham te trazido algo bom.

A cada meta atingida é um texto a mais por mês que eu me comprometo a publicar, para que você possa continuar acompanhando essa jornada.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Porque eu (quase) nunca grito

 

Aviso de Gatilho - alguns assuntos abordados podem servir de gatilho para pessoas em momento de fragilidade. 

2021 não começou fácil pra mim. Me sentindo deprimida e sobrecarregada, problemas financeiros, com a família, o trabalho não indo pra frente porque todos estão passando por algum processo pessoal que demanda atenção e tempo. Já bastante fragilizada, acabei entrando em uma discussão em que algo aconteceu que simplesmente me devastou por dias.


Eu tive que gritar.


Eu não grito. Eu posso, numa discussão, levantar a voz, mas isso é diferente de gritar. De perder o controle. Eu não grito.

E existe um motivo para que eu evite discussões e, especialmente, gritar a quase qualquer custo. E é sobre isso que quero falar.

Eu conversei com um amigo sobre o que havia ocorrido e enquanto ele me confortava ele perguntou porque eu fazia isso. Porque eu me segurava tanto. Porque eu aguentava situações que mereciam um grande "Vai tomar no C..." em silencio, ou me controlando. Se as vezes eu não deveria me dar o direito de não me controlar.

E eu pensei, e tentei explicar.


Em 2002, 2003, quando eu tive a minha maior crise que me levou a ser internada, foi um momento da minha vida que eu não tinha nenhum controle das minhas emoções. Tudo era demais, intenso demais, forte demais, dolorido demais. Eu sentia uma dor dentro de mim que eu não sou capaz de descrever. Uma vez eu me referi a ela como "uma dor na alma" e já ouvi essa descrição de outras pesssoas. 

Era insuportavel. Eu me sentia presa naquela dor. Eu sentia a necessidade de me machucar fisicamente para tentar colocar pra fora de mim a dor que eu sentia por dentro. E quando eu perdia o controle, naquele momento, tudo aquilo, toda aquela dor, me dominava, eu tremia, chorava, e sentia que não podia suportar aquilo tudo.


Mas eu faço tratamento desde então e eu nunca mais tive uma crise igual a essa. Mesmo. Tive outras crises mas nunca mais cheguei tão fundo.


Mas tem esse porém. 

Eu vivo me controlando o tempo todo. O tempo todo. Existe esse fantasma que me segue e com o qual eu convivo todos os dias de saber que um dia isso pode sim acontecer de novo. E me controlar foi o meu jeito de aprender a lidar com as crises mais leves que vieram e administrar meus sentimentos de novo.

Mas discutir é uma coisa complicada, né? Como discutir sem sentir a emoção ficar mais forte? Sem se exaltar?

Pois eu tento. Muitas vezes consigo. Mas é um exercício. E determinação.

E eu não grito.

Porque quando eu grito, se eu cheguei em um ponto da discussão em que eu acho que eu preciso gritar - muitas vezes não para agredir, mas na tentativa de chamar a atenção da outra pessoa, dar um susto, de forma que a pessoa preste atenção em mim e volte a me ouvir - essa intensidade me leva de volta aquela dor. Aquela intensidade que eu sentia antes do tratamento. Eu sinto a dor correr o meu corpo denovo durante os minutos que eu me permito gritar e sentir isso. 

Doi. Doi muito. Eu começo a tremer, eu sinto que perco o controle do meu corpo, de mim mesma. E doi.

E uma das coisas que eu sinto, hoje, que me mantém, é que eu me amo muito. Eu amo muito a minha vida. E ninguém merece a minha dor.


Ninguém merece a minha dor.

Então eu não vou dar isso de graça a qualquer um. Me custa tanto, me custa demais. E eu não vou ceder a minha integridade pra quem não merece 1/10 de mim.


Ninguém merece a minha dor.


E ter conseguido externar esse sentimento, essa certeza, foi algo... Libertador.

Eu me sinto mais em paz comigo mesma de ter consciencia disso. De ter conseguido racionalizar e explicar e poder falar sobre isso, hoje, quase 20 anos depois.


Acho que é uma mensagem importante: Se ame. Se ame muito. Se priorize. Seja a pessoa mais importante na sua vida. Você merece o seu proprio bem.

Ninguém merece a minha dor porque EU mereço o melhor de mim.