De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

domingo, 30 de setembro de 2012

Aniversário de 3 anos

Rebeca completa 3 anos amanhã, dia 1. É uma data que chega pra mim com muita emoção, talvez mais que os outros aniversários. E não consigo pensar um muito mais coisa a não ser as curiosidades, pequenos detalhes de sua personalidade se formando e do seu constante desenvolvimento.

Então, vou colocar aqui um pouco de como é a Rebeca nos seus recém completos 3 anos:

- Fala muito, de tudo e muito bem.
- Inventa histórias e músicas e sua brincadeira favorita é o faz de conta
- Corre, adora brincar de correr
- Sabe dar cambalhota
- Sabe pular
- Sabe mexer as sobrancelhas pra cima e pra baixo
- Só usa fraldas pra dormir, mas ainda escapa xixi na roupa por não querer parar a brincadeira
- Ja foi ao cinema, assistiu o filme dos muppets e madagascar 3
- Hoje foi ao teatro pela primeira vez assistir Branca de Neve e adorou! (e quis ajudar a bruxa)
- Ja sabe se limpar sozinha quando faz xixi e decide ir sozinha ao banheiro. Também lava as mãos
- Ficou poucas vezes doente comparada aos anos anteriores.
- Repete nossas falas e comportamentos e isso nem sempre é uma coisa boa.
- É mimada, admito
- Adora nossa cachorra e é a primeira a defende-la quando a expulsamos da cozinha
- É muito carinhosa
- é teimosa
- Não gosta de perder tempo dormindo, faz omda o máximo que consegue pra não dormir.
- Vai a escola e tem seus amiguinhos favoritos (e pediu pra convida-los pra festa de aniversário)
- É grudada na avó (minha mãe) mais que em qualquer outra pessoa.
- A aula favorita na escola é a de educação física
- Gosta de música, desde os rocks que ouvimos com ela, a legião urbana, joão penca e os miquinhos amestrados, elvis presley as tradicionais infantis palavra cantada, galinha pintadinha, patati patata e xuxa.
- Gosta de algumas musicas do David Bowie no filme Labirinto
- Ainda adora Turma do Mickey
- Gosta de brincar de boneca, de bola, de bolha de sabão. Mas tudo que puder ser feito dentro da piscina ou da banheiro é melhor!
- É muito sociável apesar de um pouco tímida, sempre que saimos quer fazer amizade com as outras crianças.
- Esta grande e fofinha. Acredito que já tenha alcançado 1,00m de altura e na ultima pesagem estava com 16kg800gr e o pediatra pediu cuidado na alimentação dela pois tinha ganhado peso demais.
- Ja pegou catapora e esta com a carteira de vacinação em dia.
- Estava com uma mania feia de me assoprar. Agora tem parado com isso e no lugar fala "Não fica bava comigo mãe.... Fica feliz!"
- Gosta mais das músicas quando as associa a alguém que gosta, como minha mãe e minha irmã.
- Quando se apresenta fala o nome completo
- Não dorme a tarde nos dias de aula, só nos fins de semana. Assim, dorme cedo de dia de semana e aos fins de semana fica acordada até tarde.
- Toma mamadeira 2 a 3 vezes ao dia
- não gosta de escovar os dentes
- adora livros e historinhas
- tem pesadelos quase toda noite e voltou a acordar pelo menos 1 vez na madrugada com frequência.
- gosta de usar vestido e sapatos bonitos. Bem menininha
- não gosta de lavar o cabelo
- gosta muito de chocolate, mesmo meio amargo e ama sorvete de paixão
- come verduras e legumes, as vezes misturados na comida, mas não folhas;
- Gosta de algumas frutas mas prefere sucos
- Dorme no meu colo. Inclusive nesse momento. ^^

É minha vida, meu sol, estrela e luar. A melhor coisa que fiz na vida e que me motiva a melhorar e buscar mais.

É minha filha.


(Amigas de SP e região, já estão sabendo da promoção da Cup*Di*Cake? Corre lá! http://cupdicake.blogspot.com.br/2012/09/promocao.html)

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Mais sobre a festa

Então que me empolguei com a festinha de aniversário da Beca. Mesmo com ela meio gripadinha, com febre entre ontem e hoje não tira meu pique. Inclusive to achando é bom ela ficar doentinha essa semana pois assim já vai estar  bem recuperada pras 3 festas de aniversário;

Isso, 3 festas de aniversário.

Vejam assim, Beca faz aniversário dia 01 de Outubro que é uma segunda feira. Assumindo que ela estará bem de saúde (e as chances pra isso agora são bem grandes) ela irá para a escola. Então bora fazer um bolinho simples, arranjar umas velinhas e mandar pra escola pra cantarem parabéns na hora do lanche. E ao invés da lembrancinha mandarei os convites para a grande festa oficial de aniversário. Pedido dela de chamar os amiguinhos da escola.

Essa vai ser a festinha número 1.

Depois da escola volta pra casa para ser recebida na festa de número 2, onde a família e amigos próximos estarão aqui para um jantar especial, dar presentes e cantar parabéns.

Por fim, no fim de semana terá a grande festa, com o tema Halloween pois Rebeca gosta de brincar de bruxa. Ela é fã das princesas mas é mais amarrada nos vilões: bruxa, lobo mau, cuca... Aproveitei pra incentivar a brincadeira e  agora estamos nos preparativos pra "festa  da bruxa" onde meus amigos estarão convidados, seus filhos, a família toda e os amiguinhos de escola da Rebeca. Festona. Festa de número 3.

Tudo vai ser feito em casa, por mim e pelo marido. Ele esta cuidando da parte decorativa, recortando morcegos, fantasmas e abóboras no EVA, vai encher bexigas e montar as bandeirinhas. Eu cuido de toda a parte dos doces, com os 3 bolos - 1 para cada festa - brigadeiros, beijinhos e cupcakes temáticos. Farei o jantar de aniversário também. Mas na festona abri mão e faremos churrasco colaborativo - cada convidado traz alguma coisa pra ajudar, uma carne, queijo, refrigerante, etc Assim não fica pesado demais nas contas, todo mundo come bem e se diverte.

Na festa principal eu avisei os convidados: é uma festa com tema de Halloween então as fantasias serão bem vindas tanto para as crianças quanto para os adultos mais empolgados. E se estiver sol e calor vou montar a piscina de plástico, então roupa de banho e uma toalha também entram na lista.

Quero tirar muitas fotos de tudo, diferente do ano passado que só consegui tirar 5 fotos pois fiquei sem bateria na câmera.

E por fim, pra vocês já terem uma ideia do que vai aparecer, coloco umas imagens que estamos usando de base na decoração.

Bacana né?






quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O famigerado não, o castigo e o mimo

Hoje minha mãe chamou minha atenção sobre estar falando não demais com a Beca. Era uma crítica, clara, e a minha primeira reação é me defender e bater o pé na minha conduta. No fim concordei com o que ela estava sugerindo - de que existem outras formas de lidar com as mal criações da Beca. Com certeza ela deve ter achado que eu concordei apenas para terminar o assunto, mas não foi. Me fez pensar.

Beca está a 10 dias de completar 3 anos. Mais um enorme marco na vida dela. Estamos eu e ela na ansiedade pela festinha, eu me organizando pra fazer a festa acontecer e ela pedindo coisas. E muita coisa mudou nesse ultimo ano de vida dela. Nos últimos 2 ou 3 meses então, nem se fala. O crescimento desacelerou um pouco e com isso ela até deu uma engordadinho durante o inverno, shame on me. Mas enquanto seu corpo desacelerou a capacidade de compreensão e comunicação parece ter explodido em possibilidades!

Rebeca agora começa as frases como eu: "Sabe mãe..."

Rebeca consegue explicar o que quer cada vez com mais detalhes: "Pega o meu papai noel pra mim, por favor? Ali em cima do armário!"

Rebeca entende piadas! "Ai mãe, você é engraçada!" e dá risada! (Filha, que bom que você ainda me acha engraçada, pura prova de amor, sou péssima contadora de piadas, mas um dia você vai saber disso)

E Rebeca não gosta de ser contrariada. Tem um gênio só dela, parte de sua personalidade. E é mimada, vejam bem, sei disso. É mimada por mim, pelo pai, principalmente pelos avós. E ai entra a parte do não.

"Rebeca, não pega comida da travessa com a mão!"
"Rebeca, não pula na cama depois de comer!"
"Rebeca, não desenha no braço filha, desenha no papel!"

E por ai vai.

Mesmo quando a palavra não está apenas subentendida, como em "Filha, fica aqui comigo que sua vó já volta" a coisa complica. Tudo que vai contra a vontade dela, o imediatismo, é um possível conflito. E como ela lida com isso? Me assoprando. Como se mostrasse a língua, mas só assoprando e fazendo barulho. Brava mesmo. Numa manifestação de desagrado, frustração e desafio. Sim, desafio pois na maioria das vezes isso é apenas o sinal de que ela vai dar continuidade ao que estava fazendo.

Ai eu brigo com ela, chamo atenção num tom mais áspero, digo que se fizer de novo vou colocar de castigo numa clara forma de dar chance a ela de fazer o que estou falando.

Eu não sou muito de colocar de castigo. Prefiro o diálogo pois eu fui criada assim. E, de fato quando o diálogo acontece e funciona, tudo corre bem. Rebeca responde bem ao diálogo e costuma mudar de atitude. Mas nem sempre.

Conheço muita gente que na primeira "assoprada" já tinha dado-lhe uns tapas na bunda pra aprender. Eu não. Nunca. Bater definitivamente só ensina a bater de volta. Vide o fato de que quem defende a palmada educativa sempre conta que  "eu apanhei quando criança e fiquei muito bem". Certo... Senta lá, Claudia...

Mas sou a favor de castigo e de disciplina. Acho que criança tem que aprender a respeitar os outros sim, e deve aprender que os atos tem consequências. 1 minuto de castigo pra cada ano de vida da criança. Sem violência, sem gritos.

Nem todas as vezes que falo não eu precisaria fazer isso. eu concordo com a minha mãe nisso. Li inclusive e acredito que o reforço positivo é muito mais eficaz na hora de educar os filhos. Dar alternativas ao comportamento inadequado, mostrando que a recompensa por se portar bem, agir com respeito e educação é muito mais interessante e reforçar esse bom comportamento.

Mas tem situações e situações.

Acho mesmo que tenho falado muitos nãos. Ando cansada e acho que entrei na rotina, na comodidade, e tenho falado muitos mais nãos do que são necessários.

Imagino que isso aconteça com todo mundo e o mais importante é revermos nosso comportamento de tempos em tempos para ver o que podemos fazer melhor, o que estamos fazendo bem e o que não cabe mais.

Posso falar menos a palavra não.

Mas também acho que esta na hora de parar de negociar o castigo. Por que existem situações em que ele cabe sim. Por que amar também implica em ensinar limites e disciplina, por mais que isso seja difícil. E esse é o papel dos pais. Da mãe. Meu.

Então respira fundo, que essa jornada ainda está só no começo. Né?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O que faz bem a gente mantém!

Minhas postagens estão ficando um pouco escarças, eu sei. A verdade é que não tenho tido muitas idéias de posts. Não que nada aconteça, também não é assim. Mas como não tenho costume de anotar em papel os acontecimentos no momento em que estão acontecendo, as coisas se perdem e eu acabo esquecendo e não escrevo como poderia.

Ai fico escrevendo sobre os problemas e me sinto repetitiva e chata. Ninguém quer ler apenas sobre os problemas dos outros.

No fim me lembro que esse blog é para falar sobre mim, sobre a maternidade e sobre a bipolaridade, sobre a Beca. Pra falar, sabem? É meio que uma conversa entre eu e vocês ai do outro lado, que falam comigo pelos comentários.

Ai no fim volto e falo dos problemas por que, afinal, eu estou passando por um momento difícil.

Ando tão cansada dessa repetitividade que acabo preferindo descansar a mente assistindo um filme, uma série de tv. E ai, os posts ficam assim, meio perdidos, meio vagos...

Então hoje vou falar com vocês exatamente dessa coisa do conversar. E nem se enganem, vou reclamar um pouco mais pois é uma das coisas que faço de melhor!

Apesar das dificuldades que estamos passando por aqui eu faço questão de ter uma vida social. Dei uma maneirada leve nas minhas saídas mas não extingui totalmente minha vida social pois sei que pra mim, pro meu bem estar mental, ter uma vida social ativa é essencial. Eu diria que é quase um remédio. Talvez mais do que quase...

Me manter ativa, vendo os amigos, saindo pra ir ao cinema ou à casa de alguém, participar das comemorações que posso, tudo isso mantém a minha cabeça no lugar. É o momento em que eu respiro de toda a confusão que existe dentro de mim. Por que estou medicada e estável mas isso não impede que a cabeça gire várias vezes no mesmo lugar. Sou extremamente suscetível aos acontecimentos que pra muita gente passariam batidos, a conversas e comentários. E isso pode virar uma bola de neve que, se não parada a tempo, causa um estrago bem grande. E é aí que minha vida social entra.

Quando penso nas coisas que posso aceitar diferentes na minha vida - casa, convênio, tratamento, médico, escola, trabalho - essa questão que pra tanta gente entra na parte dos supérfulos pra mim fica no outro canto da lista, na parte dos essenciais.

Já falei aqui que apesar de gostar muito da escola da Rebeca e dar preferência por mantê-la lá onde ja esta feliz e bem adaptada, se conseguirmos uma vaga na escola municipal perto de casa é pra lá mesmo que ela irá. Aceitei esse fato dentro de mim, de que meus filhos (por que ainda quero ter pelo menos mais um, vocês sabem) irão estudar em escola pública e que tirar o melhor proveito disso, suprindo algumas necessidades que esse modelo de ensino não possa, irá depender de mim. E tudo bem, posso conviver com isso.

Trocar o convênio por outro mais em conta também é uma decisão tomada. Não vai acontecer agora visto a necessidade iminente dos serviços, mas quando for possível, eu já tiver cuidado de mim e do marido e nossa saúde estiver em ordem vai acontecer sim.

Mas ficar em casa sem receber ninguém, sem ver os amigos, não sair pra ver pessoas, um cinema, um almoço, um sorvete? Isso eu já sei que não posso ficar sem.

Minhas piores crises depressivas estão intimamente ligadas a momentos de reclusão e ao sentimento de solidão. A pior parte da minha gravidez não foram as dores que eu sentia diariamente. Não. Foi ter ficado sozinha, isolada, por causa do meu medo e o medo dos meus amigos. Por mais que eu tenha evitado estress nessa época isso me fez ficar sozinha demais e foi sorte eu não ter ficado mais deprimida. Sorte não, foi a presença da Rebeca mesmo...

Mas hoje em dia, há 2 semanas do aniversário de 3 anos da minha filha, não estou mais sozinha. E me isolar por causa dos problemas seria um erro. Seria correr um risco que causaria muito mais transtornos e gastos do que os que eu tenho mantendo uma vida ativa.

E vocês, do que não podem abrir mão para ficarem bem?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Saúde da mãe

Apesar, ou melhor, exatamente por termos decidido trocar nosso convênio médico por um mais em conta eu resolvi criar vergonha na cara e ir em todos os médicos que estavam pendentes. Comecei a minha lista pelas recomendações da minha psiquiatra na última consulta: gastro e endocrino para reavaliar a cirurgia bariátrica e descobrir não apenas se existe um fator fisico que tenha me ajudado a ganhar todo o peso que ganhei nos últimos anos mas se meu caso necessitaria de uma nova intervenção cirúrgica.

Mas ai aconteceu uma coisa que eu não estava esperando: uma alteração no exame chamou a atenção da Gastro (ótima, super atenciosa, simpática, recomendo muito!) que apesar de acreditar que meu caso fosse indicado para um tratamento com o endocrinologista e não cirúrgico passou vários exames para já ir adiantando e ter certeza que tudo está como deveria estar no lado que compete a ela.

Eu que gosto pouco, ok, que gosto muito de averiguar minha saúde e tudo mais, gostei da abordagem até por que tinha ficado com dúvidas por causa da alteração nos exames anteriores.

Mas estou com grande dificuldade de marcar um endocrinologista. Tentei ir pelo convênio e o Dr não falou nem 5 minutos comigo antes de me pedir pra voltar um mês depois com os exames que a gastro pediu em mãos. Já que ia ter que voltar tanto tempo depois continuei em busca de outro médico e continuo fazendo os exames.

Tenho que me conter bastante para não procurar diagnósticos pelo Google afora quando pego os resultados. Minha primeira reação é fazer uma busca mas assim que me deparo com os resultado me lembro que apenas um médico pode realmente avaliar o meu caso, juntar todas as peças e me ajudar caso exista um problema. A internet, no fundo, só me deixaria com muito mais dúvidas.

Mas com essa nova realidade de precisar correr atrás de médicos, exames, e possivelmente um tratamento um pouco mais longo, trocar de convênio não é mais uma possibilidade real. Não dá pra correr o risco de perder todo o período de carência e ter que interromper alguma coisa. Sem chance.

Sempre disse ao Taz, meu marido, que eu faço absoluta questão de apenas 1 coisa: um bom convênio médico. Posso abrir mão de muitas coisas mas saúde é minha prioridade. Até por que eu de fato tenho um problema médico que precisa de cuidados constantes.

E vocês, o que fariam no meu lugar?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Sobre ser Mãe e Bipolar

Não sei se vocês que leem o blog notaram, mas meu humor oscilou consideravelmente esse ano. E ainda estamos em Agosto! Vocês podem até ter achado natural tudo isso mas quando você sabe que tem uma doença como a bipolaridade é bom ficar atento a algumas coisas.

Querem um exemplo?

Devido a todos os problemas que tenho enfrentado em casa eu já decidi (por que não foram apenas pensamentos, foram decisões!)
- deixar o trabalho que estava fazendo como secretária em home office
- prestar concurso público
- voltar a dar aula de inglês
- ser web writer
- fazer doces e cupcakes para encomenda (que é o que tem dado mais certo até agora e por mais tempo)
- escrever meu livro (não sei se esse conta pois decidi isso pela primeira vez ao 7 anos :P )

Por mais que essas decisões tenham sido motivadas por problemas financeiros e no relacionamento, mudar de ideia 4 vezes em 8 meses é um pouco preocupante para quem esta no momento mais estável dos últimos anos. Eu não sou uma adolescente de 17 anos tentando decidir qual faculdade cursar, sabem? Sou uma mãe de família de 30 anos que não consegue decidir no que insistir.

Com isso eu estou querendo ilustrar um pouquinho do assunto: Sou mãe e sou bipolar. São duas coisas difíceis de conciliar muitas vezes, mas não impossíveis.

Encontrei esses dias num backup textos do meu primeiro blog, que comecei na época do meu diagnóstico final como bipolar e pouco depois da minha internação. Não tem todos os textos, muita coisa eu perdi, mas tem algumas pérolas de uma época bem mais turva na minha vida. Aliás, vocês lembram de eu ter contado que já fui internada, não?

Minha luta verdadeira e definitiva com a bipolaridade começou há 10 anos e alguns meses. Tive uma crise de ciclotimia gravíssima, uma depressão profunda e tive que tirar forçar de sabe-se lá onde pra decidir e ir atrás sozinha de ajuda. Sozinha sim, apesar de ter marido e família pois se não fosse por minha própria iniciativa e força de vontade tudo teria continuado igual. Coisas que só quem já viveu situação assim sabe.

Muitas vezes as pessoas próximas a nós sabem que tem alguma coisa errada mas não sabem dizer o que é e não se sentem no direito de tomar uma atitude ou nem sabem que atitude devem tomar. A busca pelo tratamento acaba tendo que vir do próprio bipolar que na grande maioria dos casos está vivendo a crise.

Já contei um pouco sobre a trajetória que fiz, buscando o tratamento, abandonando o mesmo pouco tempo depois por causa de um aborto e uma depressão por causa dele e por fim voltando a me tratar por ter sido ali, nos poucos dias que estive grávida pela primeira vez que encontrei a minha motivação para ficar bem.

Hoje, 10 anos depois tenho uma filha linda que vai fazer 3 anos e enche meus dias de alegria.

E sigo firme e forte no tratamento, questionando algumas decisões dos médicos, mas ainda sim decidida a me cuidar. A motivação não deixou de existir, ela vive comigo.

Mas nem tudo é rosa, nem tudo são flores. Tenho dias piores. Talvez mais que uns dias.

Esses últimos 2 anos por exemplo eu abri mãe da minha saúde física tentando manter assim uma "paz" para manter minha sanidade mental. Com isso engordei 20 quilos e estou com suspeita de descalcificação.

Eu sentia vontade de me cuidar. Via tudo o que eu estava fazendo de errado. Mas sempre existia algo mais importante, ou algum empecilho pra que eu voltasse a me cuidar como deveria. Eu vejo esses empecilhos ainda hoje, todos os dias. Uma ansiedade que não passa e que me faz querer mastigar o dia inteiro - com certeza sentindo falta do cigarro! - um sedentarismo impregnado, uma rotina dentro da lógica do "mais fácil".

Mas a vontade de mudar não vinha. Não de verdade. Ficava sempre pra depois, adiada.

Tive dias que não quis levantar da cama, me sentindo fisicamente doente mas sem dar um espirro sequer. Dias que tudo que eu precisava era ficar quieta, no meu canto, deixar o dia passar pra quem sabe no dia seguinte acordar melhor.

Tive dias que não tinha paciência nenhuma e a Beca pagou o pato, em especial na hora de dormir, pois mesmo sem condições eu insistia pra colocar ela pra dormir e acabava brigando com ela que só queria, naturalmente, continuar acordada e brincando. Até que culminou nesse dia AQUI.

Sabem quando vocês tem aquele estalo de que algo precisa mudar? eu tenho isso as vezes. E o dia do ursinho foi assim pra mim. Ele fez começar a girar uma roda em que eu comecei a ver que algo estava muito errado e eu precisava urgentemente descobrir o que era.

Descobri que muito do que eu estava sentindo de ruim estava ligado ao sono excessivo que vinha sentindo. Pedi pra abaixar um pouco a medicação na esperança sim de que com menos sono meu humor ficasse um pouco melhor e eu tivesse mais pique pra tudo sem entrar numa crise.

Na ultima consulta coma psiquiatra eu briguei por isso. Literalmente. Briguei. Consegui sair de lá com a dose que eu queria do remédio e depois de mais 3 dias passei a tomar a nova dosagem. Isso tem 20 dias.

Fez diferença. Estou mais disposta, acordo com mais facilidade de madrugada quando necessário e de manhã. Estou mais paciente com a Rebeca e com o mundo em geral. Sinto que estou mais perto de uma serenidade que já foi minha em outro momento. Me sinto mais capaz.

E torço todos os dias pro feitiço não virar contra o feiticeiro e eu não entrar em uma nova crise.

E sei que pra grande maioria dos bipolares a vida é assim. Uma luta, uma vida cheia de incertezas, convivendo com nossos altos e baixos.

E com tudo isso eu quis dizer que to aqui, lutando. Por que eu encontrei a minha motivação.

E você, o que te move?

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O aniversário vem aí!

Falta 1 mês para o aniversário da Beca. 1 mês!

Com todos os problemas pelos quais estamos passando no momento sei que não adianta querer inventar muito. No fim devemos fazer um churrasco para família e amigos com bolo e docinhos, utilizando a decoração do ano passado.

O aniversário dela esse ano cai em uma segunda feira e eu vou mandar cupcakes e lembrancinhas para comemorar na escola. Algo simples, pra festejar com os amiguinhos. Acho que ainda é cedo para chamar os amiguinhos da escola para a festinha em casa. Isso já vai ficar pro ano que vem, quando eu espero que as coisas já tenham se acertado melhor.

Aqui em casa vou comemorar com família e amigos no sábado ou domingo seguinte, ainda não decidi. Sei que tenho que decidir logo para que o Taz possa reservar a data e conseguir folga nesse dia. Temos que organizar a vinda da irmã mais velha também para participar do evento, claro!

No entanto, apesar da dificuldade, eu queria mesmo era aproveitar o gosto da Beca por coisas fora do tradicional como bruxas, a Cuca e coisas do gênero e fazer uma mini festa de halloween. #prontofalei

Ia adorar encher o salão aqui de casa com potes de bala em formato de abóboras, cupcakes em formato de aranhas, morceguinhos pendurados pelo teto, balões pretos e vermelhos espalhados pelo chão e a Beca feliz com uma fantasia nova de bruxa, com direito a chapéu e tudo!

Mas fazer uma festa assim, mais elaborada custaria um dinheiro extra que até agora não entrou. e se entrar, eu tenho outro destino pra ele.

Rebeca nunca viu o mar. Não de verdade. As ultimas vezes que fomos ao litoral foi em dias que estavam chovendo para ver um amigo meu e o programa foi ir ao shopping e não a praia.

Com 3 anos, Rebeca nunca pode aproveitar a praia.

Mais que uma festinha de Halloween - que eu acredito ela quando for maiorzinha vai se interessar em fazer por gosto dela mesmo - eu quero levar a Beca pra praia. Quero dar esse presente de aniversário a ela.

Vocês não acham que seria um presente legal?