Se alguém lê? Aí já são tantas outras...
Esse período de oito meses foi necessário. Nele eu estive no mais fundo do poço que estive em 30 anos e desse lugar eu subi, degrau por degrau, para fora.
Respiro ares mais doces, altos e vivos. Sim, eu vivo.
A dor ainda me acompanha e ela é diária. Não há dia que eu não lembre do que deixei para trás e não sinta dor.
Saudade.
Amor.
Mas já encontro em mim novamente um pouco daquela força que me motivou a mudar.
Encontro um pouco mais de mim.
E sigo em frente.
No momento brigo com uma doença silenciosa e sem explicação que me acomete desde novembro e que me faz ter dificuldade para me alimentar, causa fraqueza muscular e fadiga extrema. Existiu uma desnutrição, um problema hormonal, e uma suspeita de cirurgia de emergência devido a uma rara torção no intestino. Essa última, por sorte, se resolveu sozinha. As outras estão sendo tratadas. E assim seguimos.
Rebeca tem suas próprias dores, sua própria vida, seus amores e seus desafios. Aprendendo a viver com pais separados no começo da adolescência e descobrindo sua individualidade. Eu sou apoio, sou teto, sou chão, sou abraço, sou afeto e dor. Sou o que ela precisar de mim.
E sou eu.
Hoje já vejo novamente o horizonte de quem quer mais da vida.
Acredito em sonhos e em grandes amores.
Me apoio em grandes amigos e amores presentes.
Mudar não significa deixar pra trás. E seguir em frente as vezes nos dá a chance de reaprender o que ficou pra trás de outra forma.
Estou aprendendo a viver de novo.
Tem um caminho longo pela frente. Eu quero parar e ver as flores.