Vai completar um ano de quando parei o blog. Muita muita coisa aconteceu nesse periodo. Ou não. Pra mim parece que foi quase uma vida, e as vezes parece que só tirei umas férias...
2015 tem sido um ano muito ruim pra mim, com bons momentos que valeram muito. Mas na soma das coisas, não ta sendo um ano fácil.
No meio do ano passado eu me arrisquei a sair da casa de meus pais e ir morar só eu, marido e filha num apto. Era alugado, era bem perto da casa deles, mas era nosso.
E gente, sabe quando o tiro sai pela culatra?
O que começou como um sono foi ficando ruim, marido entrou numa crise depressiva serissima, Rebeca regrediu muito, voltando a fazer xixi na cama diariamente e a so dormir na cama comigo, eu fui ficando mal, acabamos com a maior crise que ja tive no meu casamento...
E começamos o ano completamente sem dinheiro, num ano de crise, com uma perspectiva financeira bem ruim.
Conversando com meus pais e eles expondo as dificuldades que eles também estavam passando, decidimos que era melhor pra todos que nós saíssemos do apartamento e voltássemos a morar juntos.
Antes disso tive um bom Natal e umas férias de Janeiro que me deram um gás e me fizeram ter energia para tomar essa decisão. Minha prima, muito querida, veio passar as férias no Brasil com o filho depois de 11 anos morando fora do pais e foi realmente incrível poder te-la por perto novamente.
Ai 2015 começa a mostrar a carinha... Volto para a casa de meus pais, e na semana que decidimos mudar de volta o comportamento da Rebeca que ja estava complicado, piora e ela simplesmente passa a se recusar a ir a escola. E ela se mantem assim, numa briga diaria para tentar convencê-la a ir, num stress sem tamanho, por cerca de 2 meses.
Decido então começar a leva-la num psicologo para tentar entender o que estava acontecendo. O que havia gerado todo aquele comportamento. Se nós não a forcassemos a ir a escola, ela ficava bem, em casa, tranquilo. Dormindo comigo, sim. Fazendo xixi na cama, sim. Mas era menos pior, sabem?
Com o começo do tratamento dela nós descobrimos que ela ficou muito mal por termos voltado para a casa de meus pais, que ela entendeu isso como algo ruim, e que ela teria preferido continuarmos morando apenas eu, ela e o pai. Que ela havia percebido a tensão no casamento e tinha medo que eu e o pai dela nos separássemos. Que ela entendia que eu estava doente, mas não a gravidade disso, e tinha medo que eu morresse. Mais que isso, ela assumia para si a responsabilidade por eu ficar bem, e achava que enquanto ela estivesse ao meu lado nada me aconteceria. E portanto não queria ir a escola, nem fazer nada que a tirasse do meu lado.
Sem ter na escola uma compreensão da situação que ela estava, necessitando reafirmar a segurança de que estando longe de mim ela ficvaria bem, acabei decidindo trocar ela de escola no meio do ano.
Foi a melhor decisão que tomei. Nós refizemos a adaptação dela na escola com calma, ela foi se sentindo melhor e criando vinculo com seus cuidadores. Aos poucos foi ganhando segurança em mim, nela e na escola. E de lá pra ca tem sido cada vez melhor.
No meio disso tudo houveram 4 falecimentos significativos. Uma amiga minha que morava fora do pais teve uma overdose acidental ao misturar bebida com calmante.
Pouca mais que 2 semanas antes o pai de um dos meus melhores amigos faleceu, ele perdeu o emprego e teria de entregar a casa que morava com a esposa e o filho e sua vida estava mais do que incerta.
E um mês depois a mãe de outro dos meus melhores amigos faleceu.
E quando eu sentia que finalmente estava começando a ficar bem, meu cachorro, o melhor cachorro do mundo, foi atropelado na frente de casa por um momento de descuido.
Mas como eu disse existiram os bons momentos. ou as boas decisões.
Rebeca continua em tratamento com a psicologa e em conjunto com ter trocado de escola e os esforços em casa, melhorou de vento em popa, está feliz, mais segura, se arriscando mais, sabendo mais o que quer. Meio teimosa, as vezes respondendo meio atravessado, mas o fato dela se sentir bem para poder fazer isso depois de tudo que passamos me faz ver essse inicio de rebeldia, rs, com muito bons olhos.
Meu amigo que se viu perdido? Nós o acolhemos em casa apesar de todas as adversidades, inclusive de uma amiga minha ter decidido parar de falar comigo. Alugamos um quarto pra ele aqui em casa e procuramos dar a ele uma situação segura e estável para que ele, junto com a familia - mulher e filho morando ainda na casa da sogra - possa começar de novo.
Meu relacionamento com o marido melhorou. Reafirmamos algumas coisas, estamos procurando nos comunicar melhor, aceitamos nossas limitações, vontades, e estamos nos esforçando. Ambos amamos a família que temos e acreditamos que vale lutar por ela. Vale abrir mão de algumas coisas, e buscar outras. Mas que nós, nosso casamento, e nossa família, vale a pena se lutar. E, aos trancos e barrancos, estamos conseguindo.
Voltar para a casa de meus pais, sinto, que foi uma boa decisão. Estávamos certos quanto o ano ser dificil - pra todo mundo né? - e dar esse passo atrás nos permitiu ter outra perspectiva. Não foi suficiente para resolver nossos problemas financeiros, e né o deles, mas com certeza foi melhor do que teria sido se tivéssemos seguido separadamente.
Eu voltei a fazer terapia, e isso tem me ajudado muito. Inclusive a voltar a escrever no blog.
Decidi voltar a ideia de prestar concurso, e estou buscando um curso que eu possa fazer onlione voltado para a minha área de interesse. E no caminho até lá vou trabalhando a ideia, a decisão, e o que isso implica na minha vida para ter mais chances de sucesso.
E na semana que vem a Beca faz 6 anos.
A melhor decisão que tomei na minha vida foi ela.
E por ela eu luto por tudo isso. Por mim. Por nós.
É um amor que não tem tamanho e me da força todo dia.
Mesmo nos dias mais escuros que não quero levantar da cama, eu sei que isso passa. Que a tristeza passa. Que a depressão tem tratamento e também pode passar. Mas o amor? A, o amor fica, enriquece, preenche.
O amor ilumina e da sentido.
Então vamos em frente.
Por que 2015 ta dífícil sim, mas é só mais um ano.
E a unica certeza que a bipolaridade me deu na vida é que tudo pode mudar de um dia pro outro. E amanhã sempre pode ser melhor do que hoje.
Bom fim de semana pra vocês.
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
A força que temos juntos
Eu ainda estou ensaiando...
Mas eu queria agradecer os comentários no post. A companhia de vocês me deu força por muito tempo, e é interessante olhar para o quanto eu senti falta disso no ultimo ano e não sabia o que era.
As vezes a gente se perde na nossa luta interior, ou no que achamos ser uma vitoria, e abandonamos comportamentos que parecem pequenos na hora e não temos noção do quanto são essenciais na nossa vida e no nosso bem estar.
Sinto hoje que eu teria lidado muito melhor com todos os problemas que tive no ultimo ano se eu tivesse dividido ele com vocês ao invés de me fechado numa bolha.
E olha que tenho anos de tratamentos pra saber que se fechar em uma bolha nunca é uma boa opção.
Mas é isso que a doença faz com a gente. Ela engana. A gente acredita inclusive que estamos pensando com toda clareza do mundo, mas quando começamos a melhorar podemos olhar pra trás e ver que não, que existia uma cortina na frente dos nossos olhos que não podíamos ver, guiando nossos pensamentos e ações.
Compartilhar minhas vitorias e angustias, e o meu dia dia que pode até parecer bobo, me ajuda a ter uma perspectiva diferente sobre o que estou vivendo. Me permite ter a visão do outro, e organizar melhor as ideias que precisam parecer pelo menos mais ordenadas para que possam ser lidas.
Então eu recomendo.
Meu psicologo recomendava um diário. eu recomendo o ato de blogar. Por que ele serve como o diário, pra você poder reler e rever suas próprias ações, sim. Mas o blog te permite outra coisa.
Ele permite ter contato com outras pessoas. E mesmo quando estamos no meio da tempestade, é importante saber que não estamos lutando sozinhos.
Obrigada a todos vocês,
Di
Mas eu queria agradecer os comentários no post. A companhia de vocês me deu força por muito tempo, e é interessante olhar para o quanto eu senti falta disso no ultimo ano e não sabia o que era.
As vezes a gente se perde na nossa luta interior, ou no que achamos ser uma vitoria, e abandonamos comportamentos que parecem pequenos na hora e não temos noção do quanto são essenciais na nossa vida e no nosso bem estar.
Sinto hoje que eu teria lidado muito melhor com todos os problemas que tive no ultimo ano se eu tivesse dividido ele com vocês ao invés de me fechado numa bolha.
E olha que tenho anos de tratamentos pra saber que se fechar em uma bolha nunca é uma boa opção.
Mas é isso que a doença faz com a gente. Ela engana. A gente acredita inclusive que estamos pensando com toda clareza do mundo, mas quando começamos a melhorar podemos olhar pra trás e ver que não, que existia uma cortina na frente dos nossos olhos que não podíamos ver, guiando nossos pensamentos e ações.
Compartilhar minhas vitorias e angustias, e o meu dia dia que pode até parecer bobo, me ajuda a ter uma perspectiva diferente sobre o que estou vivendo. Me permite ter a visão do outro, e organizar melhor as ideias que precisam parecer pelo menos mais ordenadas para que possam ser lidas.
Então eu recomendo.
Meu psicologo recomendava um diário. eu recomendo o ato de blogar. Por que ele serve como o diário, pra você poder reler e rever suas próprias ações, sim. Mas o blog te permite outra coisa.
Ele permite ter contato com outras pessoas. E mesmo quando estamos no meio da tempestade, é importante saber que não estamos lutando sozinhos.
Obrigada a todos vocês,
Di
Assinar:
Postagens (Atom)