Quase hora de dormir, Rebeca fica no quarto brincando com o pai enquanto eu vou jantar. vou comer um lanche rápido, penso, e colocá-la para dormir. Eis que ouço uma movimentação e um choro. Uma frase "vem, filha, aqui!" Ela ainda chora, um choro sem saber se deve ou não chorar. Não aguento e vou lá ver o que aconteceu.
- O que aconteceu? - pergunto entrando no quarto dela onde os dois estão.
- Ela estava brincando com a minha gravata, eu fui tirar dela e com ela pulando na cama, a gravata prendeu embaixo dela, puxou de uma vez rápido e machucou o pescoço, queimou a pele dela. Passei um pouco de hidratante pra aliviar...
Ele tenta chegar perto dela e ela não deixa.
- Filha, vem cá com a mamãe, deixa eu ver onde machucou. Vem cá no meu colo.
Ela vem e ai sim ela começa a chorar de verdade. E ai, já viram, ninguém mais encosta. ela vira um pouco o pescoço pra mim, pra eu poder ver o machucado. O pescoço vermelho, uma faixa da parte de trás do pescoço até o começo do maxilar. Ela não me deixa encostar então eu assopro pra sensação de frio ajudar a aliviar a dor. Funciona e ela vai se acalmando.
Eu levo ela pra sala, vou assoprando e deixando ela se distrair com a televisão. Faço isso por uns 5 minutos até ela se acalmar bem e aceitar brincar de alguma outra coisa.
O pai vem tímido pra sala, pede desculpas, explica que não queria machuca-la nem nada disso. Pede perdão e o recebe. Fácil assim, pois assim são as crianças. Chamou o pai pra brincar de massinha enquanto eu ia terminar meu jantar e preparar o leite pra ela dormir.
Pra colocar a fralda depois foi outra choradeira, dessa vez de medo de deitar e sentir dor novamente. As vezes pior que a dor é o medo da dor. Passei pomada pra queimadura no pescoço e voltei a assoprar pra ajudar ela a se acalmar. Coloquei a fralda com ela de pé, toda torta.
De volta pra sala pra tomar o leite fiquei mostrando fotos nossas pra ela no computador, contando histórias da minha infância, lembrando do aniversário dela outro dia, coisas assim, até ela estar bem tranquila. Ainda assim tomou o leite sentada no meu colo, de costas pra mim com o corpo encostado no meu, sem coragem de deitar e relaxar. Mas dormiu rápido. Depois virou de frente pra mim e ficou agarrada ao meu pescoço por cerca de 20 ou 40 minutos até eu ter certeza que poderia colocá-la na cama.
Eu, nesse tempo todo, fiquei foi aliviada de vê-la chorando e reclamando de apenas um vergão no pescoço. Por que eu sei que podia ter sido muito muito pior. Que brincar com gravata e outras coisas em volta do pescoço é das coisas mais perigosas que pode-se deixar uma criança fazer. Eles não tem noção do perigo, da fatalidade que pode acontecer em uma brincadeira inocente. Eu sei. E realmente agradeço por nada mais grave ter acontecido.
E fica a lição pra ela e pra nós: brincar com coisas no pescoço nunca mais.
Agora vou tentar relaxar um pouco por que sei que depois de um susto desses a minha noite promete ser bem agitada. Ainda bem!
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Acidentes acontecem mas...
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isso é muito perigoso mesmo, qualquer coisa no pescoço da criança pode prender em algo ou no caso, nela mesma, o bom é que nao foi nada demais!
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirEu também tenho histórias de acidentes mirabolantes dos meus filhos com coisas que à partida ninguém supunha que podessem ocorrer.
Mas acontece.
As melhoras para a Bé.
Beijinhos
Oi Di, que susto ghein? Acidadentes acontecem e serve pra gente aprender né?
ResponderExcluirMas as crianças são assim mesmo, graças a Deues e esquecem rápido. Não guardam rancor.
beijos
Chirs
http://www.inventandocomamamae.blogspot.com.br/