De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

E eu?

Quarta feira, 3 dias depois da festa. Ainda estou me recuperando. O humor esta oscilando um pouco mas nada muito gritante ou fora do esperado. Basicamente preciso dormir, bem e por muitas horas. Mais que o normal, entenda-se. Mas não tem sido possível ir dormir cedo: Beca tem chegado da escola dormindo, acordado na hora do jantar e voltado a dormir perto da meia noite. E nem pra acordar tarde, não. Está de pé cedo, entre 7h e 8h...

Mas não é disso que eu quero falar. Quero falar um pouco de mim. Da minha vida, da minha cabeça hoje, com os 3 anos da Beca. Quem sou eu e como eu penso hoje com uma filha de 3 anos?

Sem olhar os arquivos do blog, falando só de memória, eu passei por muitas fases.

Fui a típica mãe de primeira viagem, absolutamente neurótica e amedrontada. Com o agravante de estar apenas retomando o tratamento para a bipolaridade então tudo que eu sentia estava maximizado.

Não dei doces pra Rebeca antes dela completar um ano e briguei com quem ofereceu ou deu algo pra ela experimentar. Na festinha de 1 ano ela comeu seu primeiro bolo, de danoninho, o qual ela tinha experimentado pela primeira vez 1 semana antes. Tenho certeza que ela não sentiu falta nenhuma. Acho, inclusive, que teria ficado bem sem isso por pelo menos mais uns 6 meses.

Por outro lado ela se alimentou de papinhas Nestlê por quase todo o período em que iniciou-se nas comidinhas, saindo disso apenas quando passou a comer da nossa comida mesmo. Não era meu ideal, fiz a contragosto e com certeza hoje eu faria diferente.

Mas perai, volta pra mim. No primeiro ano de vida dela eu não sai pra fazer nada que não fosse ir ao médico ou resolver pendências. E sair sem ela era fora de cogitação. Hoje não. Adoro sair com a Rebeca, leva-la pra brincar no shopping ou simplesmente inclui-la nos meus programas com meus amigos. Mas também gosto e muito de poder sair sozinha pra ver os amigos e faço isso sem nenhuma culpa no cartório.

Sairia mais vezes pra fazer programinhas de casal se eu tivesse com quem deixa-la, inclusive. Na falta dessa pessoa disponível, revezo com o Taz nossas saídas. E acho que funciona bem assim e eu recomendo.

Estou mais segura de mim como mãe. Confio nos meus instintos e aceito que tenho que brigar para que as coisas saiam do meu jeito. Não gosto de brigar, mas percebo que tenho que me impor para não me tornar uma espectadora nas decisões da vida da minha filha.

Ainda não me sinto preparada para tocar um emprego em período integral. Mesmo que muitas vezes eu não tenha o pique necessário pra acompanhar a Rebeca acho importante estar em casa com ela pelo menos metade do dia. Não abro mão da escolinha em meio período pois preciso desse tempo pra mim, seja para trabalhar seja para descansar. Mas minhas manhãs ainda são dela. Pelo menos a maior parte delas...

Estou vivendo um momento misto em que várias coisas boas estão acontecendo, em especial com relação ao trabalho. Descobri uma profissão que me satisfaz, me faz feliz. Não da muito dinheiro ainda, é verdade, mas já ajuda a equilibrar um pouco as coisas e aos poucos vai crescendo, tomando forma.

E recebo apoio de muitos lugares inesperados o que me motiva a continuar e me faz sentir no caminho certo.

Ainda não desisti de escrever também. Acredito que seja possível conciliar as duas coisas mas o lado ruim do meu momento me faz perder essa parte...

O casamento vai que vai e preciso admitir que as crises desse ano me deixaram extremamente deprimida e tem contribuído para o meu ganho de peso e descuido com a minha aparência e com a minha saúde. Fazer qualquer coisa para mudar esse quadro é um esforço diário.

Hoje, 3 anos depois de me tornar mãe eu sei que posso e devo dormir. Se sentir necessidade, durante os cochilos da tarde da Beca também. Não ha nada que não possa esperar pra ser feito melhor comigo mais descansada.

Sei que dar chocolate não é o fim do mundo. Mas não pode se tornar um habito.

Assistir um filme comendo pipoca pode ser ainda mais divertido se for um desenho e a Beca estiver comigo. Só não posso esquecer que ela é uma criança diferente de mim e tenho que respeitar o gosto dela por brincadeiras como pega pega, andar de bicicleta e ficar na piscina. e isso é uma coisa boa!

Vou falar isso de novo: eu sei que eu e a Rebeca somos duas pessoas diferentes!

E sei, hoje, que estamos num processo de nos conhecer que vai durar a vida toda. Por que ela esta crescendo e se desenvolvendo e descobrindo sua própria personalidade. E ela depende de mim para auxilia-la nesse caminho. e eu sou grata por isso.

Sei que quero sim ter mais filhos. Quanto antes melhor. Pela menos mais 1. E acredito que darei conta e com muito mais desenvoltura que da primeira vez.

Sei que sou falha, que vou errar muito no caminho tentando acertar. E sei que o mais importante é amar minha filha, a mim, a minha família, que o resto a gente ajeita.

Tem uma coisa que não mudou nada nesses 3 anos. Quer dizer, não mudou mas cresceu, cresceu muito. Meu amor.

E eu cresci também. Essa é uma das coisas incríveis sobre ser mãe que eu não sabia 3 anos atrás: Que a gente renasce, se descobre, e cresce como uma nova pessoa. No meu caso uma pessoa mais completa, melhor.

Minha vida não é perfeita. Tem muita coisa pra fazer, pra mudar. Tenho muito ainda pra aprender.

Rebeca não é perfeita. Faz birra, é manhosa, mimada. Mas é muito experta, carinhosa, atenta. Impaciente sim, mas sociável e alegre,

Somos perfeitas uma pra outra. Isso eu aprendi também.

Que venham muitos mais!

5 comentários:

  1. Eu sou muito fã da maternagem que você pratica.

    Não sei, porém suspeito, que não existe mãe perfeita, mas existem as de verdade que se esforçam muito para fazer o seu melhor e é isso que a gente sempre ver em você e é tão lindo néh!!!

    Linda também a cumplicidade de vocês, que ela dure pela vida toda é o meu maior desejo, porque sei que a cumplicidade entre mãe e filha livra ambas as partes de muita encrenca e nos da força nos momentos de aflição.

    P.S.:Ah, as mães são muito engraçadas com essa coisa de isso "não pode" porque faz mal em compensação aquilo que também faz mal corre liberado. Minha mãe até hoje tem um problema existencial grave com refrigerante sobretudo a Coca-cola (sim, ela é do tipo que faz discurso contra e não acha graça de fotos com crianças tomando coca-cola, coca-cola no garrafão de água mineral, pessoas assumindo que são viciadas e coisas assim) em compensação se ela estivesse sem tempo fazia suco de tang na maior, sempre tomamos essas tintas nos dias de mais movimento, aliás até hoje tomamos. Tang, Mid e derivativos de tinta pura, também não fazem mal??? Tem coisa que só mãe entende! #Fato Cada mãe e sua paranoia! #Fato2

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  2. Olá, conheci seu blog e gostei do seu jeito, bem parecido com o meu.
    Sua filha é uma fofa!!
    Meu nome é Roberta, tenho 36 anos, descobri meu diagnóstico em 2008 na mesma semana q descobri q estava grávida de meu segundo filho.
    Não foi fácil.
    Tive uma crise depressiva em 2009 e tentei suicídio, dois meses depois, em fase de recuperação ainda, descobri que meu filho é autista.
    Aqui nesse blog tem muita coisa sobre mim

    http://oq-vc-procura-esta-em-vc.blogspot.com.br/

    E nesse, mto sobre a minha forma de ser mãe e bipolar:
    http://viagem-de-mae.blogspot.com.br/

    Qdo puder, faça-me uma visita, vou gostar muito.

    beijos
    Ja esotu te seguindo =)

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  3. Amei o texto, tem coisas que lembrei muito de mim... minha pequena tem 4 aninhos e não damos refrigerante, e doces só nos finais de semana. Ela come todo tipo de verdurinha e de fruta... acho que ela só tem a ganhar : )

    Beijocas

    www.vidabonita.com.br

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  4. Não existe formula da maternidade, a gente tenta sempre fazer o que é melhor, mas aí que tá a gente vai aprendendo com a pratica, com os erros e acertos também.

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  5. Olá, olá,
    Adorei este texto e a principal mensagem que quero transmitir é: Tens de escrever um livro! O caminho de cada bipolar é diferente, no entanto ao acompanharmos o trilho que cada um percorre podemos tirar ideias para orientar o nosso percurso de uma forma mais positiva.
    Em relação à comidinha também cá em casa somos muito tradicionalistas em relação à alimentação. Há sopa duas vezes ao dia (à antiga portuguesa), por exemplo. Por isso força!
    Gostava também de referir que no meu caso trabalhar tem sido muito positivo na forma de lidar com a doença. Mas cada caso é um caso e os meus filhos são bem mais velhos do que a Bé.
    Por estes dias andei a descompensar(mas já está tudo melhor) por isso só hoje deixei aqui a mensagem.
    Beijinhos,

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