Eis que um dia desses, eu, Taz e Rebeca passamos a
tarde toda ajudando um amigo com um projeto de fotografia, um ensaio.
Rebeca e Taz e inclusive foram modelos
Ambiente descontraído, muita gente bonita e diferente.
Aí estou eu e Rebeca sentada perto do maquiador a quem Rebeca presta atenção
atentamente pois estava aprendendo sobre maquiagem, e conversando eu, o
maquiador e meu amigo.
Em determinado momento o maquiador fala que uma das
meninas que tinha ido embora era namorada desse amigo, ao que ele diz que não.
"Ué, mas eu vi você dando um beijo na
fulana!"
Aí meu amigo explica que "não, que não foi um
beijo, Beijo, foi um selinho, tipo assim" e se aproxima, olha pra mim
esperando concordância e entendendo que sim me dá um selinho.
E foi a primeira vez que a Rebeca me viu fazer isso
com alguém que não o Taz e abriu os olhos com cara "uou"
impressionada, mas não crítica, eu diria que divertida.
Vi que ela ficou em dúvida mas não achei que o
ambiente era o melhor pra conversar, então dei de ombros e passou o dia.
Aí...
Uns dias depois, na hora de dormir, que é a nossa hora
de conversas difíceis, parei e perguntei:
- Rebeca, ontem
você me viu dando um selinho no meu amigo e eu vi que você ficou surpresa. Foi
isso mesmo né? O que você pensou?
Ela deu aquela risada de quando a gente fica sem graça
e respondeu:
- Foi, fiquei mesmo. Mas eu sei que você e meu pai tem
um relacionamento aberto né? Então eu só pensei: eu sabia!
Eu ri.
- Sabia? Sabia o que? Rsrs… Você ficou chocada? Eu
senti que a sua surpresa não foi crítica, como você se sentiu?
- Ah, sei lá, sabia... Ele vem tanto aqui, vocês
conversam tanto....
- Mas filha, foi só um selinho. Não quer dizer nada. É
carinho. A gente é só amigo. Poderia não ser o caso, mas agora é. Se não fosse,
você acha que você está pronta pra ver a mim ou seu pai com outra pessoa, ou
apresentando alguém falando que é alguém com quem estamos saindo?
- Entendi... Acho que sim. – Parou, pensou um pouco e
perguntou - Mãe, como você descobriu que preferia um relacionamento aberto? Você
conhecia pessoas com relacionamento aberto quando você era criança?
Aí fui contar pra ela como a ideia surgiu pra mim,
como a monogamia nunca fez sentido, como eu assistia as comédias românticas
quando criança e tinha o clássico triângulo amoroso de dois caras disputando
uma mina e ela escolhendo um e eu me perguntando por que ela não ficava com os
dois,culminando em assistir o filme "Três formas de amar" aos 12 anos
e entender aquela relação a 3 como algo que fazia todo sentido pra mim. E
contei a história do filme, o que fez seguirmos pro rumo seguinte da conversa:
- Mãe, eu tenho uma dúvida... Tanta gente que eu
conheço é bissexual e eu não sabia... Meu pai, o fulano, a fulana... E você?
Você também é bissexual?
- Não, infelizmente não. Pelo menos não que eu saiba.
Nunca senti vontade de sair com outra mulher. Mas vai saber, ninguém sabe o dia
de amanhã.
- Por que as pessoas acham que ser bissexual é errado?
Segui-se uma explicação sobre moral e conceitos
conservadores cristãos vigentes no país.
- Mãe, por que as pessoas acham que Deus é homem? Deus
podia ser uma mulher! Faria muito mais sentido!
Passei a explicar que existem religiões no mundo e que
em muitas delas Deus é uma mulher, mas que no Brasil vigora o catolicismo....
Etc etc, ao que ela eventualmente dormiu.
E eu fiquei babando de amor... E precisava dividir
esse momento!
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