Depois da minha separação em fevereiro de 2022 eu entrei em uma depressão profunda.
Vivi um processo de luto intenso e duro, sofri demais pela decisão que tomei mesmo não me arrependendo dela.
Saber que a relação tinha alcançado o limite de onde poderíamos ir juntos não fez a dor ser menor e nem o processo de deixar pra trás todos os sonhos que sonhamos juntos menos triste e difícil.
E eu passei 2022 praticamente inteiro sem conseguir cuidar da minha alimentação e por consequência a da Rebeca.
Rebeca que viveu todo esse luto também, em silêncio, lutando sozinha com o trauma e o medo de ficar sozinha, de ser deixadas pra trás e ser negligenciada.
E nós duas nos afogados na comida e principalmente nas massas e no fast food.
Ganhamos muito peso, e como consequência problemas de saúde. Colesterol alto foi o mínimo.
Eu vivi 2022 comendo miojo com salsicha e queijo ralado. Essa era a minha alimentação básica.
Rebeca comia macarrão com molho e queijo ralado, sanduíches, muitos doces.
A depressão era real para nós duas.
Em 2023 queríamos nos cuidar, mas algo aconteceu.
Eu comecei a ter problemas para comer. Eu comia cada vez menos, não conseguia engolir. Me sentia muito fraca, não conseguia carregar pesos ou subir um único degrau de escada sem ajuda. Minha força simplesmente havia me abandonado.
Eu perdia peso muito rápido. Não tinha energia pra ficar acordada.
Eu tive muito medo. E comecei a ir em médicos, um atrás do outro, para entender o que estava acontecendo comigo.
Foi só em Julho do ano passado que fiz um exame que mostrou que eu estava com um problema grave de gordura no fígado e uma fibrose hepatica moderada.
E a única coisa que eu podia fazer era mudar totalmente minha dieta, adotando hábitos saudáveis, e fazer exercícios físicos, de forma que eu perdesse peso sim, mas muito mais devagar e de forma controlada e saudável. Eu não podia tomar remédios para ajudar. Era eu comigo mesma.
Eu estava doente, desnutrida, a perda de peso repentina tinha queimado minha massa muscular e não a gordura apenas. Eu precisava agir pra recuperar isso.
E foi o que eu fiz.
Eu mudei a alimentação em casa, aumentando o consumo de frutas, legumes, verduras, proteínas e cereais. (Entenda por arroz, feijão, carne, legumes e saladas), cortar os doces pra uns 20% do que era antes, passar a beber água, muita água, quase nada de refrigerante, e fazer exercícios de 3 a 5 vezes por semana.
Não foi fácil, até porque eu tinha dificuldade para comer nas quantidades adequadas. Entenda, eu não comia demais, eu comia de menos. Era difícil terminar uma refeição inteira, mesmo ela sendo medida na balança como a nutricionista tinha indicado.
Mas eu encontrei prazer em cuidar de mim. Ir a academia me dava energia e fazia eu me sentir bem. Ver minhas forças voltando mes a mês me motivava.
Rebeca foi vendo esse processo e do lado dela ela lutava sua batalha pessoal contra a depressão e o transtorno de ansiedade. Mas ela via meus resultados e começava a querer isso pra ela também.
De Julho pra cá eu mudei meus hábitos. E ontem eu recebi o resultado do exame de acompanhamento dessa doença e tive a melhor notícia que poderia ter:
A de que estou curada.
Não tenho mais fibrose ou gordura no fígado. Todos os indicadores voltaram a normalidade. Eu estou mais saudável do que fui nos últimos 15 anos.
E valeu a pena.
Eu estou tão feliz e tão aliviada!
Depois de tudo que passei e do medo que senti e ver que meu esforço deu resultado...
Eu fico feliz toda vez que consigo subir uma escada.
Eu olho pra esse resultado e penso "Uau! Olha o que eu conseguir, onde eu cheguei! E se eu continuar fazendo o que estou fazendo agora? Onde mais eu consigo chegar? Até onde eu consigo ir?"
Me sinto pronta pra mais um desafio e pra ir além.
Esse ano as coisas começaram diferentes pra mim. Estou com 2 trabalho free-lance em andamento, estou trabalhando nos meus projetos pessoais, estou fazendo faculdade e cursos livres, estou me cuidando e cuidando da Beca.
É como se a vida tivesse começado a entrar nos eixos.
E eu estou feliz.
Hoje eu estou muito feliz.
Cuidem-se. Saúde não tem preço, seja mental ou física. Cuidem-se. Vale a pena.
Oi Di... Te abraço, querida. Tive uma doença hepática em 2002, tb me curei, mas sei a barra q é. Sou bipolar, vivo na montanha russa, depressão hardcore é meu lugar comum, qdo não eufórica. Bom saber que melhorou, bom saber q entende que é cuidado para toda a vida, já fez 20 anos desde o tal "vc está curada" e até hoje vivo em um controle multidisciplinar. E caio em tentação e me ferro e se posso evitar, refrigerante nem zero. O mais importante é a saúde mental. Indo bem, o resto flui. Beijos carinhosos.
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