Vocês sabem o quanto eu estava ansiosa e descontente com o meu Natal. Sabem, afinal, contei aqui e não escondi de ninguém que as coisas não seriam do jeito que eu gostaria. Então vou tentar contar como as coisas ficaram e como eu me senti...
Tentei ao máximo me animar com o meu Natal. Contei no ultimo post como pra isso eu acabei exagerando nos gastos e tudo mais. A pior parte disso é que não foi o suficiente.
Aqui em casa nós comemoramos a véspera de Natal e depois passamos o almoço e tarde do dia 25 na casa da minha tia. Eu estava muito ansiosa, acordei cedo até demais e adiantei bastante coisa. Um dos doces eu deixei pronto já no domingo, aproveitei a Beca acordar tarde no dia 24 pra fazer a salada de maionese e me organizar. mas tinha aquele bichinho na minha cabeça repetindo "pra que você está fazendo tudo isso?"
Eu estava de bom humor e isso durou a maior parte do dia. Infelizmente quando foi chegando o fim da tarde eu percebi que a minha ansiedade costumeira relacionada a família chegar para começar a festa não fazia nenhum sentido.
Nós esperamos minha irmã e cunhada chegarem para começar a aproveitar mas elas vieram já eram 19h e tudo então ficou com a sensação de "the flash". Rebeca não dormiu o dia inteiro por ter acordado tarde e eu estava preocupada com o horário que ela iria dormir. Decidimos que seguiríamos a tradição de meus pais com relação aos presentes e não iriamos esperar pelo dia 25 muito menos pela meia noite. Fizemos uma pequena encenação de que o papai noel estava chegando e havia trazido os presentes, distraímos a Rebeca enquanto colocávamos os presentes embaixo da árvore e pronto.
Eram 20h30 e nosso Papai Noel já tinha passado. Eu insisti que nós jantássemos primeiro antes de abrir os presentes. A ceia foi generosa, coisa que me agrada, e sobrou um bom bocado para o dia seguinte. Rebeca nem queria saber de comer, afinal, papai noel já tinha passado e ela estava ansiosa pra ver se ele tinha trazido seu pedido escrito na cartinha.
Ela ganhou bons presentes mas poucos brinquedos e acho que ficou um pouco decepcionada.
Deixei ela ficar brincando mais uns 40 minutos depois de abrir os presentes e decidi colocá-la pra dormir eram 22h30. Não me animei a voltar para o salão da festa depois disso. Eram 23h30 e eu também estava na cama.
Não foi como eu imaginei. Não foi ruim, mas não pude deixar de sentir o tempo todo que faltava alguma coisa. Senti falta de mais pessoas, da família que eu só encontrava nessa data, de bagunça, de me sentir bem comigo mesma perto de pessoas que amo.
Eu não me senti bem. Não fui dormir feliz. A comida estava ótima e com certeza foi o que salvou meu humor durante todo o dia. Mas após a comida pronta não tinha mais como evitar encarar a realidade: Seria, novamente, um Natal mais triste do que feliz.
Taz passou o dia inteiro deprimido. O dia todo. Ele fez um esforço muito grande pra me ajudar como pode, mesmo que em muitos pontos fosse não me atrapalhando. Eu acredito que, para ele, o ponto alto do dia foi meu pai se lembrando e pedindo, na hora da ceia, que ele fizesse uma oração e um agradecimento como é costume na família dele. Vi, naquele momento, o quanto ele estava a ponto de chorar.
Rebeca ficou feliz. Brincou o dia todo, ansiosa esperando a chegada do papai noel. E honestamente acho que esse foi um dos problemas também: o Natal, dessa vez, pra ela, foi diretamente ligado a ideia de ganhar presente.
Claro que é legal ganhar presente, poxa, eu também gosto! Mas esse não pode ser o motivo principal do Natal! Não houve a ideia de união, de compartilhar com a família, de ver pessoas queridas que estão longe e nos querem bem. Do estar junto e se reconhecer como parte de algo maior.
O que eu quero dizer é que tivemos bons momentos, sem duvida. Mas eles não foram suficientes pra que eu possa dizer que tive um bom Natal.
A melhor parte pra mim foi ir para a casa da minha tia no dia 25. Estar em contato com meus primos, minhas tias. Mesmo ficando quieta no meu canto e falando pouco. O diferencial era o ambiente. Era como se o ar tivesse outro aroma e a comida mais sabor.
Espero que no próximo ano as coisas possam ser diferentes. Pelo menos dentro de mim.
Mas ó não deixem de acessar o blog nos próximos dias, ainda irei fazer a retrospectiva de fim de ano! ;)
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Oi, Di. Acho ue você fez uma boa descrição do que foi o Natal, e isso me deixa feliz. Foi bom para mim ter passado o Natal com voê, o papai, a mamãe e o Taz sem sentir que para um ficar feliz, os outros tinham que ficar tristes. Que para fazer com que o seu Natal fosse legal, a mamãe precisasse sofrer. Foi bom estar junto e compartilhar frustrações, mas também sorrisos e, mais do que tudo, uma conexão que vai além da fantasia mas que se traduz em um esforço mútuo de nos fazermos felizes. Acho que aprendi este ano, coisas sobre todos nós. E no ano que vem, espero que esta festa tenha sido um ensaio do que podemos fazer. (Para mim, uma decisão certa é que teria sido beeeem mais legal abrir os presentes dia 25 de manhã. Eu já oficializaria desde já rs)
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