É noite e estamos os 3 em casa, sentados no sofá e assistindo um vídeo divertido do YouTube na TV. Rebeca escolheu o vídeo e tentamos acompanhar o que ela assiste junto com ela. O O vídeo é engraçado e despretensioso e damos risada.
Eu tenho meu celular na mão mas não estou prestando atenção nele. Assisto o vídeo que aprendi a apreciar. Taz tem o celular na mão também e divide a atenção do vídeo na TV com jogadas em algum jogo de tantos que joga pelo aparelho em sua mão.
Estamos os três sentados, meio esparramados, no sofá com Rebeca entre nós dois. Nosso cachorrinho, Chewbacca, sobe no meu colo e dali para o sofá buscando seu lugar nesse momento em família.
A cena é quase perfeita. Falta uma pessoa pra completar esse quadro: minha menina mais velha. Com mais de 20 e terminando a faculdade e eu ainda insisto em vê-la como uma menina... Mas ela está em casa, com sua mãe. Mando uma mensagem para saber se está bem e quando vem nos visitar.
Por hoje somos nós 3, e o Chewie, e por hoje basta.
A cada noite essa cena se repete e me preenche. Como peças que finalmente se encaixam eu sinto que estamos finalmente nos sentindo em casa. Por cada minuto que nós mantemos assim, cada noite que essa cena se repete, sinto algo que procurei por muitos anos e as dores da vida não me permitiam encontrar: sinto ter ali, nesse lugar, nessa cena, o meu lar.
Respiro um suspiro, um quê de apaixonado outro de alívio. A qualquer momento alguém vai levantar e fazer outra coisa. Tem o jantar, o banheiro, a roupa, a lição, ou qualquer outra coisa assim. A qualquer momento o mundo vai chamar atenção para si e nos fazer nos mexer, nos buscar, desenroscar.
Eu respiro, suspiro e admiro aquele momento de lar que construí. Demorei meses para conseguir chegar aqui. O corpo estava desde a mudança, mas o coração ainda em pedaços não me permitia estar inteira. Ah nenhum de nós.
Conforme vamos colando os pedaços quebrados, chegamos ao ponto de com parte desse mosaico tomando forma, juntar nossos cacos no mesmo lugar na mesma hora e com, eu acho, a mesma emoção. Por esses minutos que as vezes viram até mais que uma hora, todos os dias, nos encontramos.
Esparramados no sofá, esparramamos em nós o calor e o amor do outro, pro outro, pelo outro, e por nós. Com os pés enroscados, enroscamos as conversas e rimos.
A felicidade mora ali, nos detalhes, na rotina. A felicidade, mora aqui, no sofá da minha casa.
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
domingo, 15 de setembro de 2019
Sobre o que me faz feliz...
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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P