De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Uma despedida triste

Hoje pela manhã meu primo faleceu. Ele era muito mais velho que eu, na verdade tão mais velho que era apenas 9 anos mais novo que meu pai. Nos nos viamos pouco, algumas vezes por ano nas festas de familia. Seus filhos tem a minha idade e a da minha irmã e era com eles que brincavamos quando eramos crianças nessas mesmas festas.

Ele faleceu essa manhã, apos uma luta dura, desleal, contra um cancer de estomago. No fim, cansado, percebeu sem perceber que chegara a hora de parar de lutar. e com os filhos e a esposa ao seu lado no quarto do hospital, zelando por seu sono, por sua vida, com muito carinho, ele se foi. A respiração foi ficando fraca, fraca ate que parou.

Tem coisas na vida que não esperamos que aconteçam.

Minha tia é espirita e por mais que ela saiba em seu intimo que agora ele esta bem, esta melhor, esta no lugar que deve estar, recebendo auxilio nessa nova etapa de existencia, ela sofria. Sofria pois os filhos não deveriam morrer antes dos pais. Mas mesmo assim, o filho dela ja foi pra la, seja la onde la for, e ela ficou aqui. Talvez para dar ainda mais lições de força, como as que deu a ele em vida, aos netos. Meus primos.

Eu lembro de poucas coisas dele mesmo. Lembro da aparencia, e de brincar com as fotos dele mais jovem no casamento dos meus pais parecendo o Roberto Carlos, com seu cabelo longo e as calças boca de sino.

Lembro dele assim, brincando, dando risada. E acho legal isso, essa lembrança que tenho dele, de dar risada, de ser alegre.

Lembro de meu pai contando pra mim que foi ele quem disse, quando foi a vez da minha vó morrer anos atras, que era uma pena isso, que são as tragedias que nos fazem parar a loucura que vivemos todos os dias e não as alegrias. Para as alegrias postergamos sempre os momentos, pois sempre teremos tempo pra fazer as coisas boas depois. Para a tristeza não reservamos tempo algum, então ela nos arrebata da rotina e nos tras a verdade - que existem coisas de fato mais importantes que aquela conta não paga, aquela reunião inadiavel, aquela brica por causa... por causa de que mesmo?

Ele descobriu o cancer de um jeito bobo. Não sentia nada, mas vinha emagrecendo constantemente. No começo ele achou bom, bem que precisava mesmo perder um pouco de peso! Quer coisa melhor que fazer isso sem se esforçar? Mas ai, estranhou, estava perdendo peso demais e pensou "nossa, melhor ver isso, pode ser que esteja com uma ulcera ou algo assim." Não era uma ulcera, era bem bem mais grave que isso. E esse cancer que ja tinha lhe tomado todo o estomago e parte do esofago quando descoberto hoje lhe tomou bem mais que isso.

Tem coisas que me tiram do ar, que me toram o chão mai que qualquer outra. E a morte é uma delas. Sempre tive medo da morte. Sempre. De tal forma que nem nas minhas piores crises depressivas eu jamais cogitei a morte como possibilidade. Sempre quis viver, viver muito, viver bem. E luto todos os dias por isso, com mais ou menos afinco. E hoje, hoje, eu vi meu primo ser levado no fim de uma luta.

A duas semanas atras eu sonhei com o que aconteceu hoje - que alguem que eu conhecia havia morrido e eu era avisada disso por um e-mail. E que ele estava bem agora. Que tinha chegado de fato o momento dele ir, e agora ele estava bem, sem dor, sem sofrimento. Nesse dia meu primo foi internado com complicações e eu fiquei com isso na cabeça. Um recado, e eu nem sabia pra quem, de que agora tudo ficaria bem e que não deveria haver medo. eu dei esse recado a mulher dele hoje.

Não precisa mais haver o medo. Agora ja esta tudo bem. Agora ele pode ir em paz e eles vão ficar bem.
Eu tambem vou ficar bem. Mas hoje, hoje eu choro a ida de alguem muito muito alegre.

6 comentários:

  1. Oi Di, é uma pena as pessoas morrerem, dizem que não devemos perder tempo dormindo, pra poder descansar tudo quando o fim chegar... mas o fim de que exatamente? a pessoa continua em nossa memória, em nossas fotos, em nossos momentos felizes.
    Ainda essa semana eu estava falando para meu marido como eu não tenho medo da morte, tenho medo de viver muito e ficar dependente de alguém, eu, ao contrário de ti, não desejo viver muito não, envelhecer me deixa triste, se for pra adoecer e viver em cima de uma cama precisando de cuidados alheios eu prefiro ir pra outro plano, onde seu primo está agora, sua enfermidade esta sendo curada do corpo espiritual, mas não há dor nem sofrimento, enfim, mas na pratica é outra coisa, como lhe disse, a gente morre, mas as lembranças das pessoas ao redor não. Eu continuaria infeliz, morrer e deixar alguém chorando por mim aqui na terra, cabe a nós sermos boas pessoas aqui e deixar boas histórias a se contar, para que ninguém sofra, mas sorria a cada momento lembrado ao nosso lado, mantendo-nos vivo em pensamento!
    seja forte, a morte é o destinos de todos! cabe ensinar isso ao coração!
    bjos

    ResponderExcluir
  2. Di, sinto muito por sua perda :(
    Um grande abraço.
    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Olá Di sinto muito pelo seu primo.
    Acoisas na vida que nos pegam de surpresa, e eu confesso que não sei lidar bem com as questões de morte, apesar de ser evangélica e saber que tem um lugar melhor no céu! Só perdi uma pessoa próxima a mim, que foi minha vó, e até hoje não consigo lidar, ou falar sobre isso sem ficar um pouco melancólica,pensativa, sabendo que um dia tmb terei que partir...

    bjs

    ResponderExcluir
  4. Oi, querida,

    As lembranças e a saudade podem ser a melhor homenagem que se possa prestar ao teu primo... A parte da luta, com certeza ensinou o quanto a vida valia a pena pra ele e que ele deu um exemplo de coragem.

    A fé na continuidade da vida pode ser justamente o que permita à família não cair no desespero, mas pensar com esperança que uma hora dessas todos vão se reencontrar.

    Sei, a saudade dói... Um abração de quem está contigo, com carinho!

    Ingrid

    ResponderExcluir
  5. Oi Di, tanto tempo que não te visito e me deparo com esse post triste.... sinto muito, muito mesmo. Taí uma doença que eu queria muito que achassem uma solução, pois já tive vários pacientes assim.... a vida né....
    Olha muito obrigada pelo seu carinho lá no meu blog.

    Um beijão em vc e na Rebeca.
    Mirella

    ResponderExcluir
  6. Ooiee ;D
    Tudo bom ? Espero que sim .
    Nossa ; sentimos tanto a falta de vsês ; desse cantinho lindo
    Vsês ainda lembram da gente ?
    Decidimos voltar para o Blog
    Beijos ; beijos
    Mih e Laurinha

    P.S: Continuamos te seguindo ; segue a gente tbm ?

    MEUS SENTIMENTOS PARA VSE E SUA FAMÍLIA ;S

    ResponderExcluir

Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P