Hoje é dia dos pais, e eu não podia fechar o dia sem falar dele: meu marido, pai da minha filha!
Ontem foi especial de dia dos pais na escolinha da Rebeca e as professoras, tias, coordenadora, enfim, toda a mulherada que trabalha la ficou impressionada em como ele é animado e participativo! "Puxa, ele é animado, não? Participa das brincadeiras na boa, corre com a Rebeca de um lado pro outro, faz pose pras fotos..." vinham elas me dizer enquanto eu esperava, na porta. Sim, na porta. As mães não podiam entrar e participar da festinha, era o dia dos pais!
Apesar de ter sido pega de surpresa (vamos concordar que entre ficar na porta esperando e ficar em casa e dormir ate mais tarde eu ficava com a segunda opção?) foi legal ter ido, conversado com outras mães que pipocavam na entrada, e com as professoras. E mais que isso, ouvir, meio sem querer, a reafirmação de que sim, eu escolhi um paizão pra minha moça.
A vida do Taz como pai não começou facil. Isso por que ela começou a 15 anos atras, quando ele ainda estava com 20 anos, casado com a primeira esposa, e provavelmente se deparou pela primeira vez com a depressão pos parto.
Eu nunca vou saber exatamente como foi, mas foi bem nessa epoca que nos conhecemos. Nos encontramos na finada loja de RPG Forbiden Planet e ele me contou feliz, orgulhoso, mostrando uma foto, que sua filha tinha nascido por aqueles dias.
Poucos meses depois ele se via desempregado, com muitas contas pra pagar, sem animo, sem energia, e com brigas interminaveis em casa. Conta que acavam sempre daquele jeito ruim, onde ficamos jogando na cara do outro os erros do passado. E que um dia, no meio dessas brigas, cansado e com raiva, ele sentiu vontade de bater em sua mulher. Foi rapido, quase incontrolavel. Doia ate nele. Mas o controle ainda veio e ele bateu na parede e não nela. Tinha acabado e isso era claro. Não existia mais o respeito, o amor. E com medo de sentir isso de novo e não ser capaz de se controlar, ele foi embora e não voltou mais.
Depois disso manter a proximidade da filha foi uma missão muito dificil. houveram muitas tentativas, as vezes dando certo, mas a maioria frsutrada. Ele tinha dificuldade em se manter em um emprego e por isso, de pagar a pensão devida. Assim, ele mesmo sentia que não tinha o direito de ver a menina, que crescia sem ele do lado.
Todo ano ele chorava no aniversario dela. Nas festas de fim de ano sempre faltava alguma coisa. E o dia dos pais era um vazio que não tinha tamanho.
Alguns anos depois, eu e ele ja juntos ha bastante tempo, um emprego mais certo, ele finalmente finaliza o processo de divorcio. Determina uma pensão oficial. E faz um acordo com a ex esposa: quando a filha deles pedir por ele, para ve-lo, ela não iria dizer não. Mas que ele deveria ficar afastado. Esperando...
E foi o que ele fez. E ha 5 anos atras foi exatamente o que aconteceu - no dia dos pais, inclusive, ela quis ve-lo. E de la pra ca tem sido uma reaproximação constante. A cada ano ela tem vindo passar mais e mais fins de semana conosco. No ultimo ano novo, ela estava aqui.
Com o nascimento da Rebeca o Taz tem tido uma nova chance. A chance de ser o pai que ele sempre foi, mas não tinha podido ser. E nos dias que a Lulu vem pra ca, a sensação e de que ai sim, nossa familia esta completa, e sei que é quando ele esta verdadeiramente feliz.
Então, quando ela ligou hoje pra desejar Feliz Dia dos Pais, foi ai, e so ai, que o dia dele começou e ele abriu um sorriso. E as comemorações que se seguiram vieram para completar o dia, como deve ser. Somando, sempre.
Uma homenagem a esse pai que sofre a culpa quase como uma mãe. Troca fraldas, da banho, comida, mamadeira, le historinhas, inventa outras, e se cansa de tanto brincar. Não por que quer ajudar, mas por que faz parte de quem ele é. E leva ao cinema, curte o filme, conhece as bandas e "ajuda" a burlar a dieta, e isso por que tambem faz parte dele. Somando, sempre, pra sermos cada dia mais uma familia mais completa e feliz!
Sanduiche de queijo, meu amor! Enquanto tivermos o principal, o resto se ajeita com o tempo.
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P