De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O que faz bem a gente mantém!

Minhas postagens estão ficando um pouco escarças, eu sei. A verdade é que não tenho tido muitas idéias de posts. Não que nada aconteça, também não é assim. Mas como não tenho costume de anotar em papel os acontecimentos no momento em que estão acontecendo, as coisas se perdem e eu acabo esquecendo e não escrevo como poderia.

Ai fico escrevendo sobre os problemas e me sinto repetitiva e chata. Ninguém quer ler apenas sobre os problemas dos outros.

No fim me lembro que esse blog é para falar sobre mim, sobre a maternidade e sobre a bipolaridade, sobre a Beca. Pra falar, sabem? É meio que uma conversa entre eu e vocês ai do outro lado, que falam comigo pelos comentários.

Ai no fim volto e falo dos problemas por que, afinal, eu estou passando por um momento difícil.

Ando tão cansada dessa repetitividade que acabo preferindo descansar a mente assistindo um filme, uma série de tv. E ai, os posts ficam assim, meio perdidos, meio vagos...

Então hoje vou falar com vocês exatamente dessa coisa do conversar. E nem se enganem, vou reclamar um pouco mais pois é uma das coisas que faço de melhor!

Apesar das dificuldades que estamos passando por aqui eu faço questão de ter uma vida social. Dei uma maneirada leve nas minhas saídas mas não extingui totalmente minha vida social pois sei que pra mim, pro meu bem estar mental, ter uma vida social ativa é essencial. Eu diria que é quase um remédio. Talvez mais do que quase...

Me manter ativa, vendo os amigos, saindo pra ir ao cinema ou à casa de alguém, participar das comemorações que posso, tudo isso mantém a minha cabeça no lugar. É o momento em que eu respiro de toda a confusão que existe dentro de mim. Por que estou medicada e estável mas isso não impede que a cabeça gire várias vezes no mesmo lugar. Sou extremamente suscetível aos acontecimentos que pra muita gente passariam batidos, a conversas e comentários. E isso pode virar uma bola de neve que, se não parada a tempo, causa um estrago bem grande. E é aí que minha vida social entra.

Quando penso nas coisas que posso aceitar diferentes na minha vida - casa, convênio, tratamento, médico, escola, trabalho - essa questão que pra tanta gente entra na parte dos supérfulos pra mim fica no outro canto da lista, na parte dos essenciais.

Já falei aqui que apesar de gostar muito da escola da Rebeca e dar preferência por mantê-la lá onde ja esta feliz e bem adaptada, se conseguirmos uma vaga na escola municipal perto de casa é pra lá mesmo que ela irá. Aceitei esse fato dentro de mim, de que meus filhos (por que ainda quero ter pelo menos mais um, vocês sabem) irão estudar em escola pública e que tirar o melhor proveito disso, suprindo algumas necessidades que esse modelo de ensino não possa, irá depender de mim. E tudo bem, posso conviver com isso.

Trocar o convênio por outro mais em conta também é uma decisão tomada. Não vai acontecer agora visto a necessidade iminente dos serviços, mas quando for possível, eu já tiver cuidado de mim e do marido e nossa saúde estiver em ordem vai acontecer sim.

Mas ficar em casa sem receber ninguém, sem ver os amigos, não sair pra ver pessoas, um cinema, um almoço, um sorvete? Isso eu já sei que não posso ficar sem.

Minhas piores crises depressivas estão intimamente ligadas a momentos de reclusão e ao sentimento de solidão. A pior parte da minha gravidez não foram as dores que eu sentia diariamente. Não. Foi ter ficado sozinha, isolada, por causa do meu medo e o medo dos meus amigos. Por mais que eu tenha evitado estress nessa época isso me fez ficar sozinha demais e foi sorte eu não ter ficado mais deprimida. Sorte não, foi a presença da Rebeca mesmo...

Mas hoje em dia, há 2 semanas do aniversário de 3 anos da minha filha, não estou mais sozinha. E me isolar por causa dos problemas seria um erro. Seria correr um risco que causaria muito mais transtornos e gastos do que os que eu tenho mantendo uma vida ativa.

E vocês, do que não podem abrir mão para ficarem bem?

6 comentários:

  1. Tambem nao abro mão de tomar um ar, sair de casa, nao aguento ficar encurralada em 4 paredes, me sinto mau humorada messssmo, por isso nem que for ao super mercado eu tenho que ir!!

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  2. Olá Di,
    Cá estou de hoje de novo.
    Antes de responder à tua pergunta gostava de te dizer que não aborreces as pessoas com os teus problemas. O teu blog é sobre uma mãe, bipolar, que está atravessado um momento menos bom mas que ao mesmo tempo toma a medicação certinha, faz uma vida normal e é super racional. E é isso que torna o teu blog tem de interessante. Aliás posso dizer que é o único sobre o tema da doença bipolar que acompanho. Por isso, força e continua!
    Quanto aquilo que não abro mão, aqui vai:
    - um passeio pelo parque;
    - uma bebida na esplanada ao pôr do sol;
    - um café num local boa onda que fica perto da minha casa;
    - um abraço do meu filho;
    - o cheirinho da minha filha;
    - uma ida à praia (eu vivo perto do mar);
    - pintar as unhas de cores superpositivas;
    - um livro antes de dormir;
    - o cheiro dos pinheiros;
    - …
    Beijinhos!

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  3. Olá Di,
    Cá estou de novo.
    Antes de responder à tua pergunta gostava de te dizer que não aborreces as pessoas com os teus problemas. O teu blog é sobre uma mãe, bipolar, que está atravessado um momento menos bom mas que ao mesmo tempo toma a medicação certinha, faz uma vida normal e é super racional. E é isso que torna o teu blog tem de interessante. Aliás posso dizer que é o único sobre o tema da doença bipolar que acompanho. Portanto, força e continua!
    Quanto aquilo que não abro mão, aqui vai:
    - um passeio pelo parque;
    - uma bebida na esplanada ao pôr do sol;
    - um café num local boa onda que fica perto da minha casa;
    - um abraço do meu filho;
    - o cheirinho da minha filha;
    - uma ida à praia (eu vivo perto do mar);
    - pintar as unhas de cores superpositivas;
    - um livro antes de dormir;
    - o cheiro dos pinheiros;
    - …
    Beijinhos!

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  4. Ai, faltou uma coisa super importante:
    - um beijo do meu marido!

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  5. oie Di
    não para de escrever seus textos não. Seu blog e outros, são um dos poucos que não perderão a essência para se transformar em comercial.
    Adoro vir aqui e ler, eu tmb gosto muito de desabafar no meu.
    Sobre o plano vc tomou a melhor decisão. Bom que vc vai poder usufluir de um tratamente de qualidade, e depois pode mudar para um mais em conta.
    Eu estudei minha vida inteira em colégio público, menos o segundo grau porque eu queria fazer técnico, e meu pai pagou com muita dificuldade, mas não tive reclamações quanto a escola pública não.
    Se isolar também não é a solução. É muito bom estar perto dos amigos, conversar, sair e esquecer um pouco dos problemas.
    Aqui não preciso de abrir mão de nada por enquanto, porque já temos a vida bem limitada rs mas em breve quero fazer academia, e disso não irei abrir mão rs
    bjos

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  6. Ei Di, é a Laura, depois de longo sumiço voltei.
    Interessante você perceber essa sua necessidade, achei legal ler esse post porque pensava que todo mundo que tem bipolaridade era como eu, meio bicho do mato.
    Sou antissocial e isso me prejudica demais.
    Detesto ficar conversando fiado, sair, ver gente, etc, etc.
    Gosto de sair só com meu marido e ponto final.
    Não consigo ficar sem uma boa comida, um restaurante, isso me deixa triste. Mas não gosto de ficar rodeada de gente....

    Bom passar aqui e ver o niver da Rebeca, me alegrou! E parabéns pela empreitada com os cupcakes, desejo-lhe muita sorte e sucesso!

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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P