Tive uma conversa ontem que virou discussão e por fim desabafo.
As férias acabaram e o que senti foi que a cortina de humor e disposição que me cobre nesse período se fechou.
Aplausos, foi um belo espetáculo. Mas ao fim de cada teatro nós pegamos nossas coisas e voltamos para casa.
E em casa nos deparamos com a bagunça que deixamos antes de sair. "Arrumo quando eu voltar" falamos sem pensar no cansaço da volta.
De repente uma notícia de jornal me tirou o chão e me fez sentir medo.
Em minha mente vi toda a falta de segurança, de liberdade, de civilidade, de humanidade, sumirem em segundos.
Em segundos me senti em perigo. Em segundos eu senti que precisava defender minha filha e seus direitos mais básicos.
E em minutos uma conversa sobre um artigo no jornal virou uma discussão e por fim um desabafo.
E me senti inundar por todo o sentimento de inadequação, de incapacidade, de ...
Olhei pra mim e vi alguém que fez escolhas ruins. Alguém que fez as escolhas possíveis, mas que hoje se vê presa a uma realidade que não me completa. Presa numa casa, cidade, estado, país, sem chances de buscar ou tentar conhecer novos horizontes por mérito próprio.
Alguém incapaz de mudar a própria realidade.
De garantir a segurança, a autonomia e a liberdade de minha filha. De protege-la... De dar a ela chances melhores, de ser quem ela quiser ser, onde ela quiser ir.
Alguém incapaz. Alguém que depende dos outros para tudo e exatamente por isso incapaz de mudar isso.
Em segundos fui inundada por uma tristeza e um enorme desespero.
A conversa acabou, as lágrimas secaram, me concentrei em respirar e deixar o dia terminar.
A intensidade desses sentimentos me cega para o mundo real.
A bagunça na casa me impede de ver a sala, os quartos, e cada canto desse que é o meu lar.
A bagunca de sentimentos intensos demais nessa retomada da rotina após as férias me impede de ver as coisas boas que vivo e faço.
Então eu apenas deixo o dia acabar para poder dormir e descansar um pouco. Apreciar o silêncio da noite quando tudo em volta já dorme, e deixar que esse silêncio me preencha.
Encontro refúgio nos pequenos luxos e prazeres que posso alcançar. Uma tarde menos quente, um jantar de sabor forte, uma fuga gastronomica para calar e engolir o choro.
Vai passar.
Arrumar a casa pode dar trabalho mas é necessário para encontrar o conforto escondido por trás das almofadas fora do lugar.
Respiro. Tomo um café.
Em alguns dias as coisas voltam ao normal.
Eu também.
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
sexta-feira, 25 de janeiro de 2019
E sexta feira e eu não sei...
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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P