De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Batatim e Batatoca

Batatim e Batatoca
A festa dos gatos


            Batatim era gato de rua. Preto, de pelo macio e fala mansa. Sabia se virar e não tinha medo de ninguém. Só de Batatoca...
            Batatoca era gata de apartamento. Toda pintada de marron, branco e preto. Gata de apartamento com luxo de ir pra rua quando quisesse, pois morava em apartamento no térreo.
            Batatim e Batatoca se conheceram ainda gatinhos. Brigaram muito antes de ver que já eram assim, amigos.
            Foi depois de muito brigar, de muito miar, e muito rosnar, que eles perceberam que era mais legal, brincar, ronronar e lamber.
            E foi assim que começou a amizade de Batatim e Batatoca.
            Batatim era o gato da rua. Batatoca a gata do apartamento do térreo. Mas era de Batatoca que todos tinham medo.
            Arisca, a gata não deixava ninguém chegar perto. Miava, rosnava e eriçava os pelos sempre que um estranho chegava.
            E lá ia Batatim acalmar a amiga.
            “São apenas humanos” ele lhe dizia. “São amigos e querem te agradar.”
            Um dia, Batatoca foi voltar pra casa na hora de dormir, e levou um susto: A Janela estava trancada.
            Foi até a porta, e a mesma estava fechada.
            Olhou pra dentro e, mesmo com seus olhos de gato que vêem no escuro, nada viu.
            Batatoca havia sido deixada.
            Batatim ouviu a amiga e foi logo ver o que tinha acontecido.
            “O que aconteceu?” Ele perguntou chegando perto da amiga.
            “Foram embora, Batatim! Foram embora e me deixaram aqui!”
            Batatim viu a tristeza da amiga. Sem saber o que fazer, lambeu-lhe os pelos procurando ajudar. E pensou...
            Batatim pensou muito. Batatoca chorou. Mas uma hora, tudo parou. Batatim sabia o que fazer! E Batatoca dormia e já não chorava mais.
            Batatim saiu de fininho, sem fazer barulho algum, como só os gatos sabem fazer. Ele não queria acordar Batatoca.
            Mas quando acordou, Batatoca não viu Batatim. E logo pensou “Vai ver ele me abandonou também...” Triste, ela foi pro telhado, onde sempre ficavam, e levou um susto!
            “Viva Batatoca!” gritaram todos os gatos da vizinhança! Era uma festa! A festa dos gatos. Uma festa para Batatoca!
            “Estamos felizes que você não foi embora!” Disseram juntos. “E vamos ajudá-la a achar um novo lar!”
            Batatoca ficou feliz! Ela nunca achou que os gatos da vizinhança gostassem dela. Afinal, Batatoca era arisca. Rosnava, miava e eriçava os pelos quando algum estranho chegava perto.
            A verdade é que todos os gatos gostavam de Batatim. Ele era gato de rua, sabia das coisas. E sabia que não importava se Batatoca tinha medo dos outros, ninguém ia deixar ela chorando por não ter mais onde ficar!
            E os gatos cantaram, cantaram e cantaram. Cantaram miando, como fazem os gatos.
            Toda aquela cantoria começou a chamar a atenção dos humanos da vizinhança. E logo as crianças, que são mais curiosas, foram aparecendo pra saber o que estava acontecendo.
            Cada criança que aparecia se encantava e pegava um gato.
            Mas Batatoca era arisca. E tinha medo de gente estranha.
            Batatoca foi pra um canto.
            Batatim não se deu por vencido! Ronronou e ronronou pra cada criança que viu. Até que uma foi atrás dele.
            Batatim tinha um plano.
            Foi devagarinho pra criança não fugir, levando ela até Batatoca.
            “Essa e sua amiguinha?” Perguntou a criança ao gato, mesmo sabendo que o gato não podia responder de um jeito que ela iria entender. Mas Batatim podia responder de um jeito – lambeu o pelo de Batatoca carinhosamente. Isso ela deixava... Batatim ela sempre deixava chegar perto dela.
            “Minha mãe gosta muito de gatinhos e ela diz que devemos sempre manter aqueles que são amigos juntos, pra não se sentirem sozinhos.” A menina foi falando e se aproximando dos dois. Um pé na frente do outro e a mãozinha estendida com a palma pra cima pra eles verem que ela não iria lhes fazer mal.
            “Será que vocês não querem ser meus amigos também? Ai eu poderia levá-los pra minha casa. E não ficaríamos sozinhos mais...”
            E falando isso, a menina tentou passar a mão em Batatoca. Com cuidado, pra não assustar.
            Batatoca teve medo.
            Quis fugir, rosnar e eriçar o pelo.
            Mas Batatoca tinha ainda mais medo que a menina levasse Batatim, e a deixasse ali, sozinha, sem ninguém.
            Então Batatoca se deixou levar. Se deixou acariciar. E viu o quanto era bom aquele afagar.
            Batatoca gostou da menina. E a menina gostou de Batatoca.
            Logo depois foi a vez de Batatim, que era gato de rua, malandro, mas que tinha medo de Batatoca. Tinha medo de ficar longe de Batatoca.
            E Batatim levou um carinho também.
            Então, de repente, a menina se levantou e saiu correndo. Deixou eles pra trás e desceu daquele telhado.
            Sem entender, Batatoca falou “Ela vai nos deixar também!”.
            “Calma!” Disse Batatim. “ Vamos esperar, eu acho que ela vai voltar!”
            E a menina logo voltou. Junto dela vinha sua mãe com uma caixa. Uma caixa para gatos, para poder levar Batatim e Batatoca para casa com ela.
            E cada gato que participou da festa de Batatoca foi aos poucos ganhando um lar. Um amigo com quem morar.
            E Batatim e Batatoca puderam ficar juntos. Apesar do medo. O medo que Batatim e Batatoca tinham. O medo de que iriam, um dia, se separar...
            Mas o medo foi embora. Não tinha lugar pra ele na casa nova.
            E no fim ficou assim, Batatoca com Batatim.

FIM

2 comentários:

  1. que história mais simpática! merece uma boa ilustração :)

    quanto ao seu comentário sobre a alimentação, acho que ainda é possível resgatar a alimentação da Beca (se esta for a sua vontade) e imagino o quanto deve ser difícil manter certas decisões quando existem outros adultos com opiniões diferentes sob o mesmo teto...


    obrigada por estar sempre presente, adoro ler seus comentários!
    beijos
    Bia

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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P