E ai, a segunda de vocês foi boa? E o fim de semana? Gostaram da historia do post anterior?
Tive um começo de conversa com uma amiga via comentários de blog sobre alimentação. Ela contava um pouco, no post, sobre como esperava continuar com a educação alimentar do filho dela mesmo colocando ele na escola e como gostaria de ter isso respeitado, e eu falei um pouco da minha frustração em não ter conseguido manter a alimentação da Beca tão saudável como eu gostaria.
então, no comentário em resposta, ela me lembrou que, se eu quisesse, poderia reeducar a Beca, mas não sabia dizer quão difícil seria por eu morar com outros adultos que influenciariam nessa questão.
Fiquei pensando no assunto e resolvi falar sobre isso novamente aqui no blog. Digo novamente por que, se você chegou aqui a pouco tempo, já falei disso em outras ocasiões.
Vou começar com um exemplo.
Ontem saímos pra jantar fora com alguns amigos e levamos a Beca conosco. Ela estava descansada então não saímos com a preocupação de voltar cedo (apesar do marido ter tido dificuldades em sair, já que ele queria era mesmo dormir apos uma noite de insonia).
decidimos por ir em um restaurante onde os pratos são, predominantemente, fritos ou assados e com muito condimento. O refrigerante e o chá gelado são refils, ou seja, paga um valor maior, mas pode se servir a noite toda. Tem um menu infantil, mas esta longe, acreditem, longe de ser algo saudável. A preocupação do menu infantil é oferecer algo que as crianças gostem, que, assim como os pratos adultos, as ganhe pelo paladar.
Pais preocupados com a qualidade e que não querem que os filhos comam nada dessas coisas devem ficar longe. Do menu infantil, diga-se bem. No menu adulto, por outro lado, tem outras opções que podem servir bem qualquer um, adultos ou crianças, que querem uma alimentação mais "verde" vamos colocar assim. Mas não é a especialidade da casa.
Quando saio com a Beca me preocupo que seja um momento agradável tanto pra mim quanto pra ela e não quero, mesmo, ficar discutindo ou passando nervoso. Sei que ela tem suas preferencias pra comer e tento respeitar isso dela quando saímos, tornando o momento incrivelmente mais fácil. Sim, essa e a palavra, mais fácil.
Pedi então um "Mac&cheese" (Macarrão com queijo) pra ela e oferecemos o chá gelado como opção de bebida. Além disso, demos pra ela experimentar tudo que pedimos pra nós, fosse a costela assada fosse a cebola frita e cheia de gordura. Sem neuras. Ela gostou, comeu bem, comeu boa parte do macarrão, adorou o chá, e correu muito pelo restaurante, pai atras dela a todo momento. se divertiu bastante. Ainda desenhou na revistinha oferecida pelo restaurante com os giz de cera que eles entregaram para entretê-la enquanto a comida não chegava.
Eu me diverti. Foi uma saída legal. E eu percebi que gosto muito disso.
Antes da Rebeca fazer 1 ano eu fui bem rígida com a alimentação dela. Naquelas... Com a dificuldade que só quem mora na casa dos pais realmente sabe como é, de educar o filho com interferência de mais gente, eu fui o mais rígida que consegui. Acabei cedendo em um lado, vencida pelo cansaço e estafa mental, buscando uma melhor convivência dentro de casa.
Rebeca não comeu doces, nem bolachas, nem pão, nem nada disso. Comia papinha sem sal, frutas, tomava água e suco, e muito leite. Briguei mesmo com quem tentou acelerar o processo, meu e dela, oferecendo coisas como chocolate e batata frita. Turei uma batata frita da boca dela, dada pela minha sogra e na frente da mesma numa festa. Mas dava papinhas Nestlê, sempre. essa foi a minha concessão. A praticidade, não minha, mas de quem era responsável pelas compras em casa.
Depois que a Beca fez um ano eu fui, devagar, deixando ela experimentar as coisas. Bolacha maizena, pão, queijos, danoninho, chocolate. E a verdade é que, conforme eu fui permitindo que isso entrasse na dieta dela, isso foi dominando a dieta dela. Não só por que, de repente, como podia isso era e é oferecido constantemente, quase que diariamente, (as vezes inclusive por mim) como ela também foi criando suas próprias preferencias e, cada dia mais, sendo capaz de expressar isso.
Não me arrependo, nem de ter sido rígida no começo, nem de ter liberado aos poucos. A frequência atual me incomoda? Sim. Mas ai eu tenho que me apegar aos detalhes:
Rebeca não é nem um pouco fão de doces. Dispensa, fácil, uma bolacha ou um bolo, um pudim, etc Não faz questão e quando come, come pouco e deixa largado, isso quando não vira brinquedo ao invés de alimento.(Coisa que eu encorajo, inclusive, que ela brinque com a comida mesmo)
Ela gosta de sorvete. Mas se começar a ter sempre, também enjoa rápido e depois de umas 3 ou 4 lambidas, nos entrega e vai brincar de outra coisa. As vezes, claro. Na maioria das vezes come tudo mesmo. Sorvete ela gosta.
Ela nem sempre quer comer suas verduras, mas não faz drama se eu misturo na comida pra ela comer tudo junto. E as vezes pede pra comer mesmo, tipo chuchu, ou brócolis (que eu chamo de arvorezinha e ela come com a mão) ou vagem - essas são suas preferencias básicas.
Não gosta, de verdade, de folhas. As vezes ate gosta do gosto, como tempero de salada por exemplo, mas não gosta de mastigar as folhas, então cospe mesmo e separa na boca se estiver misturado na comida.
Outras vezes, quando sente vontade, vai ate a fruteira e pega uma banana, ou uma pera. As frutas ficam a disposição dela e ela come pouco, mas com uma certa regularidade. No lanche da escola ela sempre come frutas, mandadas por mim e pelas outras mães.
Ja suco ela toma e muito bem. Adora! Seja suco de polpa, ou maguary, ou suco de soja. (Admito que suco de fruta, fruta, eu não acerto fazer). Pra escola eu costumo mandar laranjas e limões que são espremidos na hora e oferecidos frescos pras crianças. Mas ela curte, mesmo, um suco de maça tipo Ades, de caixinha pequena, pra tomar de canudinho. Mas eu tenho quase certeza que o barato é o canudinho e o tomar sozinha, não o suco em si....
ela come carne, frango e até peixe, que não é muito fã provavelmente por comermos pouco aqui em casa e ela gostar de sabores mais fortes. Adora almondega pre pronta, salsicha e linguiça de churrasco. come pedaços de bife e devorou o Chester no Natal e no Ano novo. Não tem anemia mesmo sem tomar nenhum complemento vitamínico e esta com o peso adequado a sua altura.
Quando vamos no mercado, ela pede ja pelas besteiras, como o chocolate e o sorvete. Mas a verdade é que, depois de pagar, ela faz questão do suquinho de caixinha, não do chocolate. Acho que dos males o menor.
E depois que comecei a deixar a Beca experimentar mais, conhecer novos sabores, comer basicamente qualquer coisa pela qual ela se interesse, ela se tornou uma grande companheira pra se sair. Por que é muito legal vê-la experimentando coisas novas. E fico feliz de poder ser eu a oferecer isso pra ela.
Ela me ve comendo frutas e saladas e verduras. Também me vê tomar coca zero como quem bebe (ou deveria beber) agua. e não pede. Prefere o suco, apesar de já ter experimentado o refrigerante. Ela não pede, e se pede, eu deixo ela dar um gole e pronto, SE deixo. Na maioria das vezes eu explico que ela não pode, que ela deve tomar suco, e ela não discute.
E isso é algo que eu faço sempre com ela. Eu converso. Eu explico. Eu ensino, Eu educo.
Se eu disse não, é não.
Se eu disse que sim, tudo bem.
Se eu disse depois, cumpro minha palavra.
Não era mais difícil levar um pote de papinha na bolsa, ou um pote com frutas cortadas, ou qualquer coisa assim. Afinal, eu ja levava uma bolsa com trocas de fralda, roupas, e afins. Não era custoso incluir colher e papinha nisso. e ela ficou muito bem por muito tempo assim. e acho que, se você que esta lendo, faz isso e se sente bem com isso e funciona pra você, ótimo, continue!
Mas a verdade é que, hoje, essa mistura toda que temos aqui funciona pra mim. e eu estou feliz com isso. Passou, sabem? Agora ta tudo bem! Estamos satisfeitos!
O mais importante, ter uma filha feliz e saudável, que aceita experimentar coisas novas e gosta de coisas saudáveis da mesma forma, ou mais, do que gosta das besteiras, eu tenho!
Então, a minha resposta é não. Não sinto que preciso mudar a alimentação dela. Sinto que preciso continuar, sempre, a oferecer a opção saudável e mais que isso, o exemplo. O resto e consequência.
Certo?
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Falando, novamente, sobre alimentação
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Carinho bom de mais, nós estamos bem, e bom saber de vocês ;)
ResponderExcluirbeijos.
Prima, qta disciplina... é sabido que comemos o que vemos nossos pais comerem, quando crianças, exemplo a becca, isso é o mais importante! Parabénssss
ResponderExcluirGostei muito do seu post da alimentaçao da pequena...axcho que ta certa...deve-se sim dizer, sim , nao e dar para experimentar.bj
ResponderExcluirOi Di
ResponderExcluirÉ como eu sempre digo, tem que ver o que funciona na casa de cada um. Que bom que a Beca é companheira de vocês e que mesmo tendo acesso às porcarias acaba fazendo boas escolhas. A minha opção foi por não dar tais alimentos até que ele complete no mínimo 3 anos, para que já tenha dicernimento para fazer as suas próprias escolhas baseado em informações que recebe naturalmente. Hoje por exemplo ele achou uma bala no chão e me entregou dizendo que era cacaca :) Ele não conhece, logo não sente falta.
Quando saímos para jantar fora eu sempre levo uma marmitinha para que ele com opções mais saudáveis, mas isso não quer dizer que ele não tenha comido batata frita, por ex. Eu sempre carrego a casa nas costas, mas sempre tenho alguma opção saudável para oferecer...
Acho que o importante é fazer tudo o que te faça sentir bem como mãe e nunca deixar que a culpa te assombre :)
beijos
Bia
O importante é o equilibrio.
ResponderExcluirProibir com certeza nessa idade não é o caminho.
Vc tá certa.
Beijos!