De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

As marcas do amor - blogagem coletiva


Esse post faz parte da Blogagem coletiva proposta pela Debora, clique aqui e de uma olhada em quem mais esta participando!


Eu sonhei muito com a maternidade. Pra mim foi uma luta, demorou bem mais do que eu gostaria, foi dificil, doloroso, e uma espera longa. Demorei anos de tratamento pra poder me tornar uma tentante. Foram 4 anos, mais 2 anos como treinante pra, quando eu ia desistir e decidir focar na minha carreira, por fim engravidar.

Eu decidi, meio que de forma automatica por que eu ja tinha decidido ha anos que seria assim, me dedicar exclusivamente a ficar bem durante a gravidez e depois dela, me dedicar exclusivamente a minha filha.

Fisicamente falando, eu sempre fui gorda. È, gente, sim diminutivo, gorda. Eu quando fico deprimida, como. Então apesar de ja ter feito N dietas e ate uma gastroplastia de redução do estomago, aprendi a burlar todos os impedimentos e, quando deprimo, como. Continuei gorda, apeasar de menos gorda. Cheguei a um gordinha mas engordei de novo no meio das minhas crises. Então, estrias não eram um problema. Se aparecessse mais alguma, bom, coisas da vida, ja tinha muitas.

Mas o peso era um problema por outro lado - a obesidade aumenta muito o risco de pre-eclampsia. E eu tenho um medo muito grande de morrer. E tinha um medo maior ainda de morrer e deixar minha filha, ou pior, dela acabar morrendo. Então eu controlei meu peso ao maximo ao quadrado e engordei apenas 7kg na gravidez todinha, sendo que dois deles foram recuperados de ter emagrecido na fase dos enjoos. Ou seja, terminei a gravidez apenas 5kg acima do peso que comecei.

Foi uma enorme vitoria! E eu me convencia que essa vitoria compensava os meus 8 cigarros ao dia, fumados aos pedaços e com uma culpa sem descrição. O cigarro me preocupava. Sempre jurei a mim mesma e a quem quisesse ouvir que iria parar de fumar quando engravidasse e não consegui. Acredito sim que Rebeca nasceu abaixo do peso por causa disso.

Mas essa foi uma das coisas que mudou na minha vida. Hoje sou uma ex-fumante muito satisfeita nesse sentido. Sinto vontade de fumar poucas vezes e nunca muito forte. Eu realmente sou mais feliz como não fumante!

Mas uma coisa que não mudou depois que a Rebeca nasceu foi o medo. Gente, esse medo de morrer, de deixa-la, ou de que ela morra. Ele se mantem, mais leve, mas não tanto. Ele é forte o suficiente pra que eu tome algumas atitudes meio exageradas de vez em quando, como brigar com minha mãe quando Rebeca estava aprendendo a andar e caiu batendo a cabeça na quina da mesa. Eu briguei pois não deveria ter deixado ela andar perto da quina, alias, a quina nem devia existir e ela não tomava cuidado bla bla bla whiskas sache.

Tinha medo de dar banho nela e a verdade é que, apesar de hoje ela tomar banho no chuveiro, quem no fim é ate hoje o encarregado do banho dela é o Taz. Não tenho mais medo, mas tive por tanto tempo que me atrapalho toda e me deixa muito estressada pois mexe com a rotina estabelecida.

Eu não achava que seria uma mãe cri cri com rotina. Mas estabelecer uma rotina bem estruturada foi o que me salvou. Me deixou mais confiante, com controle da situação, alem de ajudar a manter a Rebeca uma criança calma e segura. E hoje sempre que uma amiga minha me conta da gravidez eu recomendo como um mantra - rotina, rotina!

Muita coisa muda. eu nunca fui muito de me cuidar. Sempre fui a favor do jeans e da camiseta. Mas tinha aquele minimo que eu mantinha e me fazia bem, que eram buço, sombrancelha e unhas feitas 1 vez por mes. E mesmo lavando louça eu era expert em manter minhas unhas lindas e belas por quase o mes inteiro! depois do nascimento da Rebeca fiz a unha 3 vezes, sendo a ultima um presente da minha irmã na semana passada. Sombrancelha e buço? Err... Idem, e eu não fiz semana passada pois estava preocupada de que o Taz fosse ficar me esperando pra dar o almoço da Rebeca e ela fosse ficar com fome e desestruturasse a rotininha dela.

Foi besteira minha, alias, cheguei em casa e ele tinha dado almoço e estava tudo sob controle dentro da normalidade.

E posso falar? Sinto uma super falta de ter esses cuidados. De comprar roupas pra mim, que preciso urgente. Mas entro naquele mesmo pensamento que li nos outros posts (e com isso me sinto menos uma neurotica e sim apenas mãe) de que fico pensando no leite que preciso comprar, nas roupas pra Rebeca, nas fraldas, etc. E deixo pra depois. Eu me deixo sempre pra depois.

Mas eu tenho um agravante aqui. eu sou bipolar. E me deixar de lado por muito tempo tende, sempre, a me deixar deprimida. Saindo pouco de casa fica cada vez mais dificil de sair. E os cuidados comigo mesma seguem esse mesmo caminho: quanto menos me cuido mais dificil é de voltar a me cuidar. E, como aconteceu ja, quando eu fico deprimida, chego a um ponto que fica dificil de cuidar da propria Rebeca.

Rebeca essa que esta se recuperando de uma gripe leve que a acometeu desde sabado, dia do aniversario do Dimi (que merece um post a parte) e so passou de verdade hoje. E com essa gripe eu pude observar algumas coisas.

Por exemplo, que hoje, com ela ja maior, falando pelos cotovelos e correndo, e caindo, pela casa, que eu não fico mais tão insegura e desesperada com quedas ou com uma gripe. Não é mais motivo pra leva-la ao pronto socorro a primeira febre. Eu ja sei hoje quais cuidados tomar, que remedio dar e quando, se tiver que dar. Sei que ela cai e depois levanta, chorando muitas vezes, e que tudo que eu preciso fazer é estar ali, dar o colo e acalma-la. E percebi que noites em claro realmente não duram a vida toda, e que agora so acontecem quando ela esta doente e duram, no máximo, uma semana. Que manha ela vai fazer, mais ou menos, mas vai fazer. E que as vezes eu posso até cair na manha dela e aceitar o que ela pede. Que o que importa é ser coerente - doce de noite não pode e ponto, mas trocar de DVD por que ela quer ver X e não Y tudo bem. e uma hora passa, assim como veio. Todas as fases passam.

E com isso, que todas as fases chegam e passam, eu sei que ja posso voltar a me dar esse luxozinho de me cuidar mais e voltar a ir no salão uma vez por mes. Que posso sair com o Taz e assistir um filminho sem me sentir culpada em deixa-la com a avó por que ela de fato gosta de ficar com a avó (as vezes ate bate um ciuminho #prontofalei) ou fazer programas mais longos pois ela come o que tiver, seja uma feijoada ou uma bolacha recheada, ou um queijo branco com torradas e chá. E que pra ter tudo isso é so manter a rotina dela certinha no dia a dia que essas exceções serão muito melhor aproveitadas.

Uma das coisas que me ajudou muito em todo esse tempo foram as sessões cinematerna. E é outra coisa que recomendo a quem perguntar. Foi otimo voltar a sair e poder fazer isso com a Rebeca comigo. Foi otimo conhecer outras mães e seus bebes e saber que de fato, eu não tinha deixado de existir, mas sim entrado pra um novo clube que "so entende quem é mãe"! Me ajudou a ter segurança a sair com a Rebeca, e na forma como eu a estava criando. Estava não né, estou. E me fez lembrar que mãe é tudo igual e não é, que a maior coisa que temos em comum é que aprendemos no dia a dia. E uma grande lição é uma das mais dificeis: sermos mães sem deixar de lado a nos mesmas.

Tive momentos dificeis. Tenho anseios, como o de ter minha casa e o de colocar a Rebeca na escolinha, que não tem mais data pra acontecer. Queria ter uma vida mais financeiramente estruturada pra ter o que eu quero, pra dar a ela tudo o que eu gostaria, inclusive um irmãozinho mais pra frente. Mas não consigo me imaginar voltando a trabalhar por exemplo. Não fora de casa. Queria, mais que tudo, fazer algo que me completa da mesma forma que ter a Rebeca na minha vida o faz. Queria muitas coisas e aprendi que não posso ter tudo e que, mesmo as coisas que posso vem a seu tempo. Como minha filha veio. Então tenho que viver, dia a dia, com calma e paciencia. Terei dias muito bons e dias nem tão bons assim. Mas o mais importante eu ja tenho. O resto eu aprendo... ^^

5 comentários:

  1. Di!!!

    Seu post foi demais!!!!

    Sidentifiquei horrores no último parágrafo, sobre a questão financeira.
    Eu penso muito isso, que não posso ter o que quero e que mesmo as que podemos, só com o tempo.

    Eu muitas vezes me sinto frustrada por não poder ter uma vida melhor e culpada por saber que se eu fosse trabalhar, a coisa seria diferente. Porém, eu não estaria feliz!

    Muito obrigada por participar!

    Beijo!

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  2. Isso aí, Di!
    O tempo vai acertando as coisas aos poucos, que bom que está melhor do que antes, a gente aprende muito com esses pequenos!
    beijos querida

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  3. pelo visto vc tb teve postagens e comentarios roubados, uoh amiga, todos do blogger estao fulos.
    Bjs

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  4. Ser mãe é maravilhoso, só quem é mãe entende. Mais agente passa mtos momentos difícies.
    Antes do meu filho nascer,todos me falavam de como um filho dar trabalho e ocupada todo nosso tempo, mais eu não imaginava q tanto rs... cada fase é uma delícia, mais agora com meu filho com quase 3 anos, é a mais gostosa pra mim.Meu filho está uma graça de esperto e inteligente (a baba escorreu agora rs) Tenho mais tempo pra me cuidar e curtir o filhote sem está morta de cansada rsrs

    Beijocas!

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  5. Oi DI,
    eu passei a ter o problema de ser gorda após a gravidez da Ana Luza. Egordei 23 kg, tive que fazer uma cesárea porque a pressão subiu e depois não consegui emagrcer tudo. Quando resolvi ter a Sofia, fiz uma prepação antes, emagreci tudo, controlei durante a gravidez toda. Tudo certinho, a pressão não subiu. Mas durante a amamentação eu engordei tudo e mais um pouco. Isso fez com que o 3o filho fosse sendo adiado até que eu emagrecesse novamente. Bom, o tempo passou e agora já estou com a questão da idade além do sobre-peso. É uma parada dura!!!!!

    Quanto as brincadeiras de meninos e meninas, percebo que as meninas são mais flexíveis, brincam tranquilamente com as brincaeiras de meninos. Já o contrário é mais difícil de ver mas de qualquer forma acho que está "melhorando" com o tempo.

    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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