A noite não foi das melhores. Talvez sentindo a ansiedade na casa, comigo, Rebeca dormiu bem mal. Talvez tenha sido o frio, ou quem sabe o fato de fazer alguns dias que eu não lhe dava o passiflora pra dormir e os pesadelos tenham voltado. Não sei. Sei que dormiu mal. E com isso, papai (sim, o papai) ficou sem dormir, vigiando o sono da pequena. Com isso, não foi trabalhar de manhã.
Ja tendo dormido mal, Beca acordou bem cedo, pouco depois das 7h da manhã. Horario fora de costume, ainda mais tendo ido dormir tarde, depois das 22h, em mais uma de suas batalhas contra o sono. Enquanto ela tomava sua mamadeira de inicio de dia, Taz foi ao quarto me chamar e implorar por algumas horas de sono. Contou que ela dormira mal a noite toda, que depois de ter acordado a primeira vez, quando eu a acudi e ele assumiu o posto de vigivlia, ainda ficou choramingando e tendo um sono agitado por toda a madrugada. E ele não conseguiu dormir, pois ficou o tempo todo acalmando e cuidando.
Levantei e fui ficar com a Beca. Ela se animou quando me viu e deixou a mamadeira sem terminar. Entendeu que era mesmo hora de acordar e quis brincar no chão. Fiquei com ela durante a manhã, assistindo Tv e arrumando as ultimas coisas que precisaria levar pra escolinha. deixei por ultimo a lancheirinha, que na verdade é a frasqueira de mamadeiras dela, mas de resto tudo pronto antes das 9h da manhã.
Não me sentia bem acordada, então pedi para minha mãe ficar com a Beca por 1h para que eu tentasse cochilar mais um pouco. Ela concordou e eu voltei pra cama. Não dormi, mas consegui descansar e finalmente levantei com pique.
Fazia parte dos meus planos ir ao banco pagar algumas contas e outras coisas, mas estava com muita dó do marido e percebi que a Rebeca tambem apresentava sinais de cansaço pela noite mal dormida. Achei otimo, pois assim eu poderia voltar com ela a nossa rotina de antes da gripe, com ela dormindo antes do almoço, que sera otima agora que ela vai pra escolinha. E, sem pensar muito, quando era 10h30 preparei outra mamadeira e dei para Rebeca para que dormisse. E ela fez isso, rapido, como quem sentisse falta disso a dias! Dormiu ate o meio dia, quando eu a acordei, sem querer, ao move-la do colo para o sofa.
cerca de meio dia e meio, almoçamos. Familia inteira na mesa. Ansiedade. Eu quase tendo um treco. Não ia dar tempo de ir no banco sem perder o horario da entrada. Almoçamos, Rebeca, por ter acordado a pouco tempo, fez um charminho pra comer. estava sem fome. Comeu menos que o normal, mas no fim, com truques aprendidos ao longo desses meses todos, comeu bem. Preparei a lancheira dela e comecei a entrar em panico!
de repente lembrei que haviamos deixado pra entregar parte dos documentos da matricula hoje! E olhava pro relogio e pensava que ainda tinha que ir pagar as contas que venciam hoje! E, e, e... Bom, comecei a falar rapido, nervosamente, acredito que de forma bastante agressiva. Não acho que gritei, mas quase cheguei la. No fim, meus pais nos socorreram e se ofereceram para pagar as contas na confiança de que eu devolvesse o dinheiro a eles depois. deu tempo, com isso, de imprimir copias dos documentos para levar a creche. E, no fim, saimos cedo e chegamos antes do horario.
La fomos muito bem recebidos, com sorrisos. As crianças da sala dela estavam acordando e brincando nos brinquedos. Rebeca reconheceu o local da semana passada, e mesmo tendo ficado inicialmente timida, quando viu a piscina de bolinhas aceitou ir pro chão.
Fomos apresentados a professora, apesar de eu estar na hora ainda muito nervosa e agora não me recordar do nome dela. Ela levou Rebeca a piscina de bolinhas junto com mais algumas crianças e eu fui atras. Elas entraram no brinquedo e a professora começou a fazer brincadeiras e a cantar musiquinhas e Rebeca foi se soltando, se soltando. Ate que eu vi que ela não estava mais prestando atenção em mim. Fiquei com receio, conversei ainda um pouco com a professora, mas decidi confiar no que conheço da minha filha - decidi sair de perto.
Levantei da cadeira onde estava, ao lado do brinquedo e dei um tchau timido mas decidido a Rebeca. Disse que iria encontrar o pai dela e voltaria logo, depois. Ela me olhou com uma cara meio feia, mas não chorou nem nada, e continuou brincando com a professora conforme eu sai. Vitoria! Se dela ou minha ainda tenho duvidas...
Fiquei na recepção. Encontrei o Taz na hora que sai e, aproveitando que estava tendo feira na rua da escola, fomos comer um pastel. Ha! Nem que eu quisesse muito conseguiria comer nervosa do jeito que estava. Eu queria ficar la, disponivel, caso a minha preciosidade precisasse e chamasse por mim. Nada de pastel, não descia. Voltei pra recepção e o Taz foi trabalhar. Fiquei lendo um livro e vendo o vai e vem da escola por cerca de 2h. Ate que a natureza decidiu por mim que eu deveria entrar e dar uma olhadinha. Mentira, preciei ir ao banheiro mesmo!
Mas, o caminho para o banheiro passava pela area onde as crianças estava tomando lanche. E Rebeca rapidamente me viu. Me viu e me chamou. E quando eu cheguei perto ela largou o lanche e começou a dizer "cabô, cabô!" e querendo vir para o meu colo. Eu não a peguei de imediato, disse que iria ao banheiro, mas não teve jeito. Ela começou a chorar copiosamente, um choro sentido! E eu me senti pessima! Senti uma vontade automatica de pega-la no colo e tira-la dali prometendo que nunca mais iriamos nos separar!
Mas não fiz isso.
Pequeguei ela no colo sim, e junto com a professora, fui fazendo esforço e esperando ela se acalmar. Conversei com ela, e acabei levando ela no banheiro junto comigo. Depois voltamos e mesmo ela estando ressabiada e querendo ir embora, eu insisti. Fiquei com ela perto da turminha da classe dela, perguntei quem eram os amiguinhos, seus nomes, e enquanto a tia ia me dizendo Rebeca ia se acalmando. As crianças ainda estavam comendo o lanche, frutas na hora, e eu peguei e a incentivei a comer um pouco mais. Mordi um pedaço de maçã e passei o restante pra ela comer. E olha que não e uma fruta que ela costuma gostar muito! Mas comeu, e ao perceber que eu não iria embora simplesmente, ela foi se soltando novamente. Aceitou, enfim, voltar pro chão!
E, no chão, não queria ficar parada junto com as outras crianças. Queria andar e brincar, feliz pois eu estava ali com ela. Tentei faze-la voltar a sentar perto dos coleguinhas, mas ela não se interessou. Comeu ainda um biscoito de polvilho e uma bolacha de leite. Então, vi que ela ja estava dando atenção aos outros, aos brinquedos, e estava me "esquecendo". Falei pra professora que iria voltar pra recepção, ligar pro marido pra saber que horario ele viria, essas coisas. Dei um tchau novamente pra Rebeca, de longe e disse que iria voltar logo, que so iria sair e ligar pro papai. Ela achou ruim, e foi brincar a minha volta, mas logo se distraiu de novo. E quando ela se distraiu, eu sai.
Pude ouvir ela me chamando, sem chorar. E ouvi a prodessora falando com ela. Eu ja não estava mais em seu campo de visão. Como ela não chorou nem nada, continuei firme sai.
Na recepção, ligo pro Taz pra saber que horas ele iria voltar e, ao telefone, ele me responde que ja estav na frente da escola, no carro. Achei estranho, dei um pouco de risada pois esqueci que não era apenas eu que estava nervosa. Fui falar com ele, conversamos mais uns minutos, ele me ouviu relatar o que tinha acontecedio, e no fim eu o manddei voltar ao trabalho e so vir nos buscar no fim do horario.
E assim ele fez.
Fiquei a ultima hora apreensiva, esprando que me chamassem pois ela sentiria minha falta, ou qualquer coisa assim, mas não. Ela ficou bem, muito bem. A professora contou que quando eu sai ela me chamou, mas ela, a professora, agachou e falou pra ela que eu tinha ido falar com o papai e voltaria logo. E ela respondeu "mamãe papai?" A professora assentiu "Isso, foi falar com o papai." E com isso ela se acalmou e ai sim, voltou para junto das outras crianças e tomou suco. E depois fez todas as atividades sem problemas.
Quando Taz voltou, no fim do horario, ele achou melhor que ao invez de entrarmos para busca-la, que a tia a trouxesse ate a porta, como sera normal de acontecer. Ela veio sem titubear e ainda deu tchauzinho pra professora ao sair.
Quando me viu, não esbossou sorriso nem nada. Parecia cansada. MAs assim que estendi meus braços ela se jogou no meu colo, e ai sim, sorriu! E fez charminho. E deu tchau pra tia. E veio o caminho todo falando em sua lingua de bebe. E chegou e pediu pra ver a avó. E estava exausta!
Jantou um pouco antes do horario normal, e depois ficou vendo Tv e brincando, quietinha, com seus brinquedos. Ai fui vendo que ela foi se jogando pelo chão, deitando, se movimentando pouco. e começou a coçar os olhinhos.
Então, como que me dando um ultimato, uma fralda suja deu o veredito: hora de tomar banho e ir dormir!
Dei o passiflora pra ela, chamei o Taz pra dar o banho dela, fiz a mamadeira. Tudo como num dia normal. E depois de mamar e brigar um pouco com o sono, dormiu mais cedo que todos os ultimos 15 dias! E esta la, dormindo em sua cama. E acredito que sera assim ate de manhã, quando começaremos um novo dia de adaptação.
Ai ai, sabia que essa adaptação seria mais pra mim que pra ela, viu! hehehe Venci, passamos pela primeira prova! Que venha a proxima!
Mostrando que não deve ser tão diferente ser mãe quando se é ou não bipolar, por que toda mãe tem o seu ladinho insano quando se trata de cuidar do filho. Esse blog tem o objetivo de narrar a experiencia de uma mãe que tem de enfrentar essa fase da vida com a duvida constante, o medo, de como, quando e quanto, sua bipolaridade pode afetar a vida de sua filha. Lidando com a linha tênue entre "normal" e "anormal"...
De mãe e louco todas temos um pouco
Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!
terça-feira, 14 de junho de 2011
O primeiro grande dia!
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Parabéns, primeiro dia perfeito \o/
ResponderExcluirE ela nem chorou e nem você isso merecia um prêmio!!!
:-)
Posso imaginar a sua aflição... acho que ficarei assim também quando deixar o Paul pela primeira vez. É difícil. Que bom que ela ficou bem. Tem criança que não para de chorar no primeiro dia. Parabéns a vocês três. =)
ResponderExcluiré minha amiga, seu bebê esta crescendo.. rs
ResponderExcluirAinda estou nesse processo.
ResponderExcluirA Mi ainda chora e pede para não ir para escolinha. Ontem fraquejei, chorei junto... rs
Mas não desisti. Ela adoeceu duas vezes em meio a adaptação assim faltamos aulinhas, e ficou mais demorado o processo.
Sorte para vc.
bjk
oi Di, foi um ótimo dia de adaptação heim, me emocionei lendo quando ela te chamou, igual a duda faz, temos que ter pulso firme, mas quando o coração pedir vamos lá dar uma espiadela sim. as vezes durante a tarde me dá uma vontade imensa de vê-la, não é uma vontade qualquer e quando eu vejo que eu não vou conseguir fazer nada em paz, pego a moto e vou lá olhar ela, sem ela me ver se não chora e me chama!
ResponderExcluirparabéns pela sua boa adaptação tbm, é dificil, mas quando vc começar trabalhar vai sentir como um dever cumprido!
bjão
Ai amiga, durante uma semana será assim, bem sofrido, pra vc, rs qdo a clarinha começou a ir pr escolhinha eu levava ela e saia chorando com o coração apertado, logo vc acostuma, vai ver como a beca vai de desenvolver bem mais rápido agora, a clarinha adora a escola e as vezes nem quer me dar tchau, desce do carro e sai correndo, rs fico feliz, é um bom sinal, de q ela é bem tratada e q gosta das professoras...=)
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