De mãe e louco todas temos um pouco

Sejam bem vindos ao cantinho aconchegante que reservei para essa conversa. Espero que esses relatos possam de alguma forma ajudar aqueles que tem duvidas, receios, e as vezes até mesmo culpa por não serem perfeitos como gostariamos de ser para nossos filhos, que ja estão aqui, ou estão por vir.
Essa é minha forma de compartilhar essa experiencia fantastica que tem sido me tornar mãe, inclusive pelas dificuldades que passei, passo e com certeza irei continuar passando por ser Bipolar. E o quanto nos tornamos mais fortes a cada dia, a cada queda, como essa pessoinha que chegou me mostra a cada dia que passa.
A todos uma boa sorte, uma boa leitura, e uma vida fantastica como tem sido a minha, desde o começo e cada vez mais agora!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

E no segundo dia...

Não foi assim tão facil quanto no primeiro. Pra ela eu quero dizer.

Rebeca acordou bem cedo, mais do que ela esta acostumada, as 7h da manhã. Papai levantou e deu o leitinho e aproveitou pra ficar com a filhota um pouco enquanto mamãe dormia. As 8h ele me chamou para poder ir trabalhar enquanto eu passaria a manhã com a pequena.

Ja senti ela mais desanimada, mais cansada. Pensei que podia estar meio febril, pois achei que estava mais quentinha. Ai lembrei que ela fica assim quando esta com sono. Esperei um tempo, vi se ela se animava, mas o sono era claro. As 10h decidi parar de esperar e preparei o leitinho dela e a coloquei pra dormir no meu colo, como todos os dias. Ela brigou um pouco com o sono, mas em menos de quinze minutos cedeu e adormeceu, tirando um cochilo ate as 12h.

Acordou bem mais animada, e ai quis brincar. Mesmo manhosa, almoçou melhor. Papai chegou em casa para o almoço as 12h30, pouco depois de eu ter sentado Rebeca na mesa pra comer. Foi bom, tivemos uma refeição em familia, conversamos, minha ma~e tambem estava conosco. Falamos da escola, que ela iria pra la depois do alnoço, que iria brincar e se divertir de novo. Ela não fez menção de entender ou não o que estavamos falando. Depois do almoço eu fui preparar a lancheira dela enquanto Taz descansava um pouco e ela brincava no quarto com ele.

Depois que me troquei pra sair mostrei pra Rebeca "Olha filha, mamãe esta de sapato!" (O que e um dos sinais pra ela que nos vamos sair) "Vamos pra escola??" Ela sorriu, falou "xapato" e depois "bolxa" e foi pro quarto dela e pegou a lancheira. Colocou em volta do pescoço como uma bolsa e voltou, falando "carro, carro". Toda empolgada, uma graça!

Saimos No horario que nos sera habitual pra não chegar nem atrasados nem cedo demais. Quando chegamos na escola e ela viu onde estavamos abriu um sorriso, fez festinha e bateu palmas. E eu fiquei toda animada, mas com receio. Tinha duvida se ela realmente tinha entendido onde estavamos.

Sai do carro com ela e ela mudou um pouco a atitude, ficou meio timida e fez charminho no meu colo. A tia veio busca-la na frente da escola, na recepção onde eu fico e deixou a porta aberta. Rebeca se esticou pra olhar la pra dentro, vendo as crianças brincando. A Tia olho pra ela e disse "vem com a tia Rebeca?" Eu a coloquei no chão e ela foi! Assim, sem me dar nem um tchau! A Tia pegou as coisas dela e enquanto ela ia escola adentro eu que dei um tchau pra ela de longe. Ela olhou pra traz, e foi ai que ela percebeu que eunão estava atras dela. Mas a tia incentivou-a a continuar em frente e ir brincar e ela assim o fez, pegando na mão da moça. E me deixando pra trás...

E, vai, voces entenderam o sentimento né? Me senti assim mesmo, deixada pra tras. senti uma mega vontade de chorar, de sorrir, nem sabia o que fazer. Acho que o "não saber o que fazer sem ela ali grudada em mim" era o sentimento mais forte. Mas não chorei, TAz deu umas risadas as minhas custas e eu logo o dispensei. Ele tinha que voltar ao trabalho e deixamos combinado que ele voltaria depois no fim do dia pra nos buscar.

E eu fiquei la, lendo um livro, me entretendo e esperando. Esperando que ela não precisasse de mim. Que viessem hora e outra me dar os updates de como as coisas estavam fluindo. As horas foram passando e tudo corria bem. Ate a hora do lanche.

Não teve como identificar exatamente o por que, mas no horario do lanche, sem querer sentar na mesa pra comer com os coleguinhas, Rebeca sentiu minha falta. E chorou. chorou sentido! A tia veio me avisar, me deixar avisada caso eu precisasse entrar. Vieram falar comigo que ela estava chorando, que iam troca-la e ver se ela se acalmava mas que do contrario iriam traze-la ate mim pra ela saber que eu estava ali, pra ficar um pouco comigo e se acalmar.

E no fim foi o que aconteceu.

A tia veio, com ela no colo, chorando, desesperada, pedindo por mim. Veio, ja no caminho, explicando que eu estava ali e ela estava levando-a ate mim. So isso ja estava fazendo ela se acalmar. Quando me viu, pulou no meu colo e não quis mais soltar. Eu, por dentro, tambem não. Queria tira-la dali, dizer que o dia terminara e que tentariamos de novo no dia seguinte. Queria dizer a ela que nunca mais a deixaria sofrer assim.

Mas me contive. E disse que estava tudo bem, que eu estava ali, esperando por ela. Que não a havia deixado nem nada disso. Que ela estava na escola pra se divertir e brincar com os coleguinhas e que eu estaria ali esperando por ela no fim do dia. Que ficaria com ela o quanto ela precisasse pra se acalmar.

Conforme ela foi relaxando fui entrando de volta na escola. De inicio ela fez que ia voltar a chorar, mas eu fui devagar. A tia falou que era hora do lanche e eu então disse pra irmos ate as mesas, que eu iria com ela. E ela foi assim, sem chorar, mas no colo, ainda com medo, com receio. Eu me remoendo por dentro, mas firme, decidida e animada.

Fui me aproximando do grupinho dela, falei com a professora, levei ela pra ver o que estava sendo servido de lanche. Ela tem levado o ursinho, "Bubu", que ela adotou, e eu usei isso pra ajudar ela a descontrair. Incentivei ela a dar o lanche pro Bubu. Enquanto isso a tia brincou com ela, a professora falou calmamente tambem.

Em dado momento, poucos minutos depois, sentei ela na cadeirinha, na mesa. Me foi dada uma cadeira pra sentar ao lado dela e eu assim o fiz. Ela chorou um pouquinho, mas consegui acalma-la sem pegar de volta no colo, apenas me sentnado ao lado dela e conversando.

Conversei com a tia e com a professora enquanto tentavamos faze-la comer uma banana, sobre a rotina dela em casa. E uma politica da escola, não sei se de dtodas mas pelo menos dessa, de fazer no inicio uma rtoina mais proxima a de casa para que a criança passe por essa adaptação de forma mais facil. Pra entrar na rotina da escola gradualmente. Contei que o lanche ela não tem costume de comer sentada a mesa, que assim quem faz sou eu, e nem sempre. Que na verdade eu vinha incentivando a independencia dela deixando a fruteira de forma que ela pudesse pegar uma fruta pra comer quando sentisse fome. Que a banana, por exemplo, eu apenas descascava e deixava na mão dela, e ela comia enquanto brincava. E que ela dificilmente come mais que uma fruta no lanche. No maximo um suco e mais uma ou duas bolachas.

Contei de algumas preferecias dela, como pelo desenho do mickey. Quando as crianças começaram a se levantar pra arrumar o local antes de uma nova atividade ela se sentiu mais insegura e voltou pro meu colo. Eu tentei sair, precisava ir ao banheiro, mas ela foi categorica nos seus "não não" e eu fiquei mais um pouco. Eu achei que parte desse comportamento dela estava ligado ao cansaço, pois ela estava se comportando como quando esta com sono em casa, pedindo meu colo, sem me deixar sair de perto. Falei isso e disse que uma alternativa nessas horas e dar a ela uma mamadeira para descansar ao invez do lanche.

Mais alguns minutos, perguntei pra professora o que eles iriam fazer. Ela respondeu que iriam fazer uma brincadeira de roda, na mini quadra da escola. Me animei, falei que iria ser legal, brinquei com a Beca e me levantei pra ir junto.

Pra ir pra quadra as crinaças da sala dela fizeram uma filinha e a Beca ficou curiosa, interessada. Aproveitei a deixa pra coloca-la de volta no chão, e ela foi. Fui com eles pra quadra e fiquei participando da atividade até ter certeza que ela estava descontraida. E ai sim, fui ao banheiro. Dei um tchau de longe. Ela não gostou, mas não chorou. E então eu não voltei pra la, fui de volta a recepção e deixei ela com a professora.

Cerca de meia hora depois a tia veio me contar que ela estava chorando um pouco de novo e que iriam troca-la e se ela não se acalmasse elesme chamariam novamente. Eu, pensando que ja estava no fim do dia, disse que liagaria pro Taz e pediria pra ele vir pra encerrarmos o dia.

POuco depois ela voltou e disse que Rebeca havia se acalmado sozinha e que estava brincando de novo na piscina de bolinhas. Eu, como não tinha conseguido falar com o TAz, relaxei e deixei então que ela ficesse o fim do periodo sem que eu entrasse novamente.

No entanto tendo visto minhas tentativas de ligação perdidas, Taz voltou logo, coisa de 15 minutos depois. Chamei pela tia e disse que iriamos leva-la ja.

Ela veiomei contrariada, claro. Afinal agora ela estava se divertindo! Poxa! Ficou olhando pra tras, pra dentro da escola. Ai perguntei se ela queria voltar e brincar mais, para o qual ela respondeu um "não não" e veio pro meu colo.

Pediu a bolachinha que eles deixam na recepção, deu tchau, e voltamos pra casa.

E eu voltei, exausta e com o coração na mão. Alias, na boca, pois não conseguia parar de falar! Eu falo quando quero me acalmar, rs E falei, e contei, e conversei. Cheguei em casa e contei de novo pra minha mãe. E agora, deois de tudo, conto a voces! rs

Rebeca estava de fato muito cansada. Demos o banho nela mais cedo, mas ela brigou com o sono e dormiu eram 20h30. O que esta otimo pra quem a dois dias estava indo dormir as 22h!

Mas acho que ela sentiu mais foi a mudança de rotina, dos horarios de sono. Meu palpite pro choro na hora do lanche foi que ontem nesse horario eu entrei, então hoje ela esperou por mim e não me viu. Talvez tenha sido isso...

Amanhã, mais um dia, e sei que cada dia fica mais facil pra ela, e pra mim, de lidar com essas novas situações.

Mas, olha, e dificil, ok? Muito dificil... E olha que ela continua sendo, pra todos os padrões, uma criança tranquila!

3 comentários:

  1. acho q aqui quem precisara de adaptaçao serei eu, nenhum dia longe da filhota me deixa apreensiva qdo chegar o momento.
    Mas desde ja mentalizo q isso sera bom p ela e ano q vem sera nossa vez.
    Seja forte q ja ja Rebeca ta adaptada. Estranho seria se ela ja chegasse familiarizada c tudo.
    Aguardo as cenas do prox capitulo,kkk!!
    Bjs mil

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  2. Difícil é, demais mesmo.

    Mas a gente (e eles tb) se acostumam e tudo vira uma grande alegria, tenho certeza.

    Vc está fazendo as coisas da melhor forma possível, parabéns.

    Grande abraço!

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  3. É dificil pq é uma adaptação tanto para ela como para vc.
    A escola tá certa agindo assim.
    Tem que ser aos poucos, até ela e vc se sentirem segura.
    Mas vcs estão indo muito bem!
    Parabéns! hehehe
    Beijão!

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Ai, que bom que você veio! Puxe uma cadeira,sente-se no chão e sinta-se na casa alheia.^^ Mas me da um toque :P